quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Alta Fidelidade

Como no belíssimo "Alta Fidelidade", que teve atuação primorosa de John Cusak, estou também fazendo minha reorganização anual de CD´s, LP´s, K-7 e DVD´s.
Aproveito os primeiros dias de férias para isso.
Ao contrário do personagem do filme, que se refugia em seu arquivo e busca, na reorganização do catálogo, paz interior...eu busco apenas prazer.
E é quase sexual, posso garantir.
O ritual é delicioso: escolho 10 ou 12 discos para ouvir, separo um bom tinto, imprimo a relação do dia... e mãos à obra. A tarefa não é fácil pois somando-se todas as peças de meu humilde catálogo, chego a cifra de uns 1200 exemplares; entre CD´s, LP´s e K-7. Sem contar os DVD´s.
Este ano escolhi reorganizar por artista (ano passado foi por gênero). Dentro do corte "artistas", abri listagens por ordem alfabética, a mais democrática de todas as opções.
Muito engraçado observar que este critério coloca na estante, lado a lado, por exemplo, Tanita Tikaram e Titãs...Rolling Stones e Roberto Carlos...John Lee Hooker e Jerry Adriani...Chico Buarque e Credence Clearwater Revival...!
Não seria a música a mais democrática das razões ? Teriam nossos generais de pijama estudado música na AMAM e na EspcEx ?
Perguntas vazias agora...vazias como minha taça, que trato de encher rapidinho.
Dou por finalizada a etapa de hoje...agora falta pouco. Amanhã viajamos e preciso acabar logo, pois colecionador que se preze não viaja deixando para trás seu tesouro desorganizado.
Dá até para imaginar os CD´s ganhando vida na prateleira e uns reclamando com os outros.
Chico certamente diria: "Não acredito que ele se foi amiúde...nos deixando aqui, assim."
Janis Joplin retrucaria: "No Texas, quando meus pais viajavam eu fazia festas muito loucas."
Bezerra da Silva lá do alto da prateleira de samba somaria: "Vamos apertar...?"
Mas Andres Segovia, caretíssimo, certamente ordenaria: "Irmãos, vamos aproveitar o tempo para estudar".
E haja escala !
Vamos em frente !
GM

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Frases do ano

"O Brasil é governado por quatro poderes: o executivo, o legislativo, o judiciário e o AQUISITIVO."

Eugênio Mohallen

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"No Brasil, o inferno existe...mas não funciona."

Murilo Mendes

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"Quando eu morrer quero ser velada em Brasília e de bruços...para que todos me reconheçam."

Rita Cadilac

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Contatos Imediatos

Um viagem no tempo.
Rever depois de tantos anos "Contatos Imediatos de 3º Grau" foi uma aventura.
Programa ideal para domingo à noite. Convidei meu filho que aceitou de imediato. Foi ótimo ficar observando as reações dele a medida que a trama se desenvolvia.
O filme, visto vinte anos depois, continua poético e lírico. Uma ode ao fato de não estarmos sozinhos no universo.

Víctor adorou, mas ficou bem decepcionado com os efeitos especiais:

", pai é só isso ?"

Fazer o quê...

Vamos em frente !

GM

Que em 2010 você possa abraçar AO MENOS um amigo

Que 2010 seja um ano pleno de saúde e felicidades.
Que saibamos ser humanos, no exato e pequeno significado da palavra e que este sentimento de humanidade nos faça lembrar que, antes de profissionais, somos homens e mulheres.
Que possamos perdoar. Sempre e muito. E que compreendamos que a força do perdão liberta e renova. Posto que a paz do perdão nos faz mais bem do que ao próprio perdoado.
Desejo também coragem, e muita, para admitir mais os nossos erros. Pois o erro é a tentativa do acerto, e a percepção tola de que somos infalíveis é rasa; isto apenas nos afasta da força de Deus.
Que saibamos compartilhar e trabalhar em equipe, pois o resultado que buscamos é único, não pertence a ninguém e pertence a todos. Não somos formados por departamentos com valores individuais. As barreiras que construímos existem apenas em nossas mentes e servem apenas para nos deixar mais fracos, menores e inseguros. Quebremos, pois, todas elas.
Que tenhamos o devido tempo para nossas famílias, para o abraço, o carinho, o calor e o cultivo. Nosso corpo precisa do relaxamento tanto quanto do trabalho. Nossa mente precisa do equilíbrio exato que nossos lares proporcionam.
Que as pessoas não nos abandonem e que sejamos honestos e éticos com elas. Que o sorriso e a lágrima nos dividam, por que é bom saber o quanto somos frágeis.
Que haja, em nossa vida, ao menos um amigo, no qual possamos confiar cegamente.
Rezo para que a verdade nos abrace e para que compreendamos que a mentira e a esperteza representam todas as formas de Inteligência sem ética. Peço também para que nossos dias sejam mais simples, mais claros, mas vivos, pois o cinza de nossas palavras é o reflexo da escuridão de todas as mentes pequenas à nossa volta. Fujamos, pois, de todas elas.
Toda palavra dita tem poder. Isto é algo que precisa ser lembrado, sempre.
E, acima de tudo, que em 2010 nossa fé não nos abandone. Porque Deus, nossa família e nossos amigos, vão continuar existindo, a não ser que deixemos de abraçá-los.
E que você possa então abraçar firmemente aquele que está ao seu lado... agora mesmo !
Vamos em frente !
GM

domingo, 20 de dezembro de 2009

Donna

E Micai abriu seu próprio negócio !
No coração de Sorocaba, ponto mais nobre da cidade, instalou-se como empresário do ramo de alimentação.

Nobre e trabalhador, como sempre, estava ele à frente da operação quando fui visitá-lo neste sábado.
Meu amigo era alegria só, orgulho só. Com muita dedicação, como desde sempre, atendia a seus clientes com aquele largo sorriso que lhe é característico.
Não resisti às tentações do cardápio e degustei 05 tipos diferentes de esfihas, todas perfeitas, e no final, um delicioso beirute que de tão saboroso, fiquei curioso por levar a receita.
Fui visitar o interior da loja e vi um primor de limpeza e organização. Como era de se esperar, vindo de Micai.
Fiquei feliz e realizado por esta etapa nova na vida de meu velho amigo.
Um grande chapa.
Tudo vai dar certo, e Donna, nome do estabelecimento há de se tornar referência e termos de gastronomia e carinho com os clientes.
Vá em frente, Micai !
GM

sábado, 19 de dezembro de 2009

Bravo, Chico. Bravíssimo!

Uma edição esteticamente perfeita!
Isto é tudo o que se pode dizer sobre a Bravo! de Dez/09, totalmente dedicada a obra escrita do compositor Chico Buarque.
De novo, a exemplo da edição dedicada aos Beatles, a revista desliza um pouquinho na pesquisa, na revisão e na contextualização.
Como leitor e consumidor fiel, registro aqui alguma crítica sobre isso, deixando clara minha veia de colaborador e amante desse veículo:
1. Na apresentação da edição, a redatora-chefe do projeto, Fernanda Santos, alude e evoca Chico como o maior compositor do país. O correto seria aclamar Chico como o maior compositor vivo do país, pois respeito à memória e à obra de Villa-Lobos e Tom Jobim é bom e eles gostam... ou gostariam;
2. A revisão de José Américo Justo não foi justa com os objetivos da edição. Faltou amor ao detalhe:
a. Na página 12 a palavra jóia não foi acentuada;
b. O deslize se repete na página 55, quando o revisor deixou escapulir o uso do verbo ver, no plural, sem o acento circunflexo.
3. Chico não fazia os shows de encerramento dos espetáculos de Josephine Baker (a divina “La Baker”), como podemos ler na página 19. Ele fazia os shows de abertura;
4. Não se pode afirmar que Chico não usava nomes de pessoas reais em sua obra musical. A informação da página 23 é imprecisa. Basta ouvir os versos da bravata dedicada, e em resposta, ao amigo Monteiro (“Amigo Ciro, muito lhe admiro...”);
5. Contextualizar uma matéria é uma arte muito difícil, mas mesmo com esse ar clemente é imperdoável dizer, como nos diz a página 40, que em 1993 Chico não estava no auge de sua produção musical. Peço a todos os membros da equipe da revista que ouçam (mas comprem primeiro... nada de downloads!) com calma a obra-prima Paratodos de... 1993. O auge de Chico é uma constante matemática, onde a curva de dados tende ao infinito;
6. A pesquisa, quando feita, dá crédito e legitimidade ao texto. Faltou um pouco de amor aos livros de história (que o Google aqui me perdoe...) quando percebemos na página 76 a afirmação de que Geisel governou (?) o Brasil de 1974 a 1979. Na verdade o medalhado General-de-Exército Ernesto Geisel mandou (!) em nosso país até 1978, ano em que João Baptista de Oliveira Figueiredo foi eleito (???), sendo empossado em 15 de março de 1979. Tristeza;
7. Outro lapso, desta vez observado na página 81, me surpreende e acinzenta a alma: de novo a pesquisa incauta. No parágrafo segundo podemos ler que “... casado com Marieta Severo, ele se mudou de São Paulo para o Rio de Janeiro..”. Os fatos históricos são diferentes. Chico conheceu Marieta em 1966, após mudar-se para a cidade maravilhosa, como nos explica o curto e belo “Folha Explica: Chico Buarque”, de Fernando de Barros e Silva.
Os erros aqui identificados não diminuem o tamanho da obra. Não mesmo. A revista pode e deve ser parabenizada pela iniciativa e pela linha editorial.
Pois antes alguma cultura, do que cultura nenhuma.

Vamos em frente !

GM

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Luto Profundo

A censura, seja ela como for, por meio de quem quer que seja e em qualquer tempo e espaço, é a maior abominação e pustulência que se pode pregar sobre nós, homens livres.
Abominável e pustulento, este é aquele que interpõe a censura.
Pode-se calar as bocas e até as mãos, mas nunca nossas mentes.
Abaixo Sarney !
Vamos em frente e contra a maré !
GM

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mapas Conceituais

Muito mais do que, como Novak diz, uma ferramenta para organizar e representar o conhecimento, os mapas conceituais servem para a síntese de qualquer conceito que seja necessário apresentar.
Por pura curiosidade, visitei o site http://www.liveplasma.com/ e descobri uma ferramenta gratuita para a pesquisa de mapas conceituais. Me surpreendi com seu conteúdo orientado para música e cinema.
Vibrei com a possibilidade de acompanhar as conexões, nem sempre muito lógicas, entre artistas, bandas e escolas.
Com um simples click, você monta o mapa conceitual de seu artista preferido. Isto me ajudou a entender um pouco, por exemplo, das razões que podem levar uma banda a escolher determinado repertório ou seguir determinada linha estética no visual.
Cultura inútil ? Talvez, mas deliciosa.
Experimenta !
GM

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aquilo que não se explica

É possível que não me recorde exatamente as razões que me levaram a escolher o time do coração.
É possível até que ele estivesse escolhido, a minha espera, e eu não soubesse disso. Letargia pura.

O fato é que sou, fui e sempre serei rubro-negro. E ser Flamengo é mais do que uma opção, é pura magia. É entender de fato a definição e o conceito de energia quântica. É, metafisicamente, se despreender das razões que nos atrasam , e, sorrindo, seguir em frente.
Lembro-me das cores da camisa. E muito menino ainda, lembro-me da sonoridade do nome. Também me recordo de que ainda criança era na Praia do Flamengo que fazíamos nossas brincadeiras. Contexto clássico de um infância pobre e feliz.
Ser rubro-negro é coragem pura ! E é prova de ética e fidelidade a seus valores. Valores que não se abalam, mesmo depois de 17 longos e marejados anos.
Pois é...estamos de novo no topo do mundo !

A sensação que senti logo após o segundo gol, o do anjo Angelim, foi indescritível...rasgou minha garganta um urro fortíssimo...preso que estava lá dentro há tanto tempo...e tão alto e sentido, saiu forte como um minuto de silêncio que reclama atenção.
Foi um grito daqueles que só se sabe a força quando se conhece a dor da alegria. Ele estava lá, dentro do meu peito, travado, contido há tempo e quando saiu abalou as estruturas de todos ao meu redor.
Foi meu brado rubro-negro !
Ganhamos, no final, isto também conta. E para que não percamos a conta, foram 06 vezes.
Vamos em frente...posto que numerais são infinitos !
GM

sábado, 5 de dezembro de 2009

Terence Trent D'Arby

Esse cara surgiu bem no meio dos anos 80 e disse ao que veio: gravou um disco POP, com um pé fortíssimo no soul e no R&B. TTD, como ele mesmo assinava nos créditos desse seu primeiro disco, veio cheio de pompa e espaço.
O trabalho tinha um nome impactante, como que assinado por uma grande autoridade musical, pregava: " Introducing the Hardline According to...Terence Trent D'Arby."
Metido ? Não, apenas TTD.
Hoje, ouvindo o disco mais uma vez, percebi claramente algumas coisas que aqueles tempos de extra-testosterona e pressa não me permitiam:
1. O cara é bom;
2. Sua voz às vezes beira um Otis Redding e às vezes beija um Sam Coke;
3. O disco é POP, sim, mas é fortíssimo.
É um POP bem estruturado, seguindo a receita de Michael Joseph Jackson, mas com a diferença marcante de uma voz mais soul.
As faixas "If You All Get To Heaven" e "Wishing Well" são nitro pura. Recomendo. A primeira, pela coragem do arranjo e a segunda pela rouquidão da voz.
Vamos em frente !
GM

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

São Paulo e a chuva

Hoje é o terceiro dia do décimo-segundo mês do ano de 2009. Mais um dia que choveu em Sampa. E muitíssimo. Certamente Guilherme Arantes não sabe disso.
Que meus amigos paulistanos, e exilados, JP, Maurinho e Sérgião me perdoem, mas São Paulo com chuva é como um pote para guardar nada...totalmente vazio.
Com muita chuva então, não há nem pote.
O cinza fica mais cinza quando fica molhado.
Não podemos ir em frente hoje...o trânsito não deixa.
GM

domingo, 29 de novembro de 2009

Annie Hall

Obra prima de Woody Allen, e uma bela e urbana história de amor, também.
Os filmes de Woody Allen têm, geralmente, dois traços marcantes: um argumento sofisticado, com pitadas de estética intimista e a cidade de New York como personagem de fundo.
Annie Hall foi o melhor filme de 1977, de longe. Com direito a quatro estatuetas douradas e carecas. Não que isso fizesse tanta diferença assim, até por que o filme não foi um grande sucesso comercial. Os filmes de Woody não são blockbusters.
Mas, assistir a uma Diane Keaton, deliciosa, no auge de seus trinta e poucos, com um visual meio Joplin, meio intelectual, contracenando com gente do nível de Paul Simon (além do próprio Allen), não é nenhum esforço.
Infeliz, a tradução optou por abrasileirar o título como "Noivo neurótico, Noiva nervosa". Patética idéia para a tradução de um título de um filme que, junto com "Manhattan", talvez seja dos mais autorais de Allen.
O filme é sobre relacionamentos. E as frustrações, desencontros, influências que o rodeiam. É também sobre o amor a uma cidade e sobre a modernização de seus costumes sociais, que deixavam de ser piegas e passavam a ser referência.
Tem o traço mais marcante de Woody Allen: muito argumento. Muito diálogo. E rápidos, inteligentes e sequenciais.
Não recomendo assistir como quem assiste a uma película qualquer de L.A. Não é apenas entretenimento.
Recomendo assistir como quem faz parte de um clube, como sócio convidado. Mas cuidado, lembre-se do que o personagem central da trama, Alvy Singer, ensina:
"- Eu não faria parte de um clube que ME aceitasse como sócio..."
Entendeu ? Eu também não. Mas Woody Allen não é bem para ser entendido. No caso dele, e de seus filmes, e estética está na razão, e não o contrário.
Vamos em frente !
GM

sábado, 28 de novembro de 2009

Cinema em continuações

Algumas continuações são pura lástima. Além de macularem a imagem do filme original, entristecem e descontinuam toda uma legião de fãs.
Algumas se salvam e passam ao largo, bem longe, dessa rotulagem. Outras não...
Poderia aqui falar de Rambo II - A missão, Superman II, De Volta Para o Futuro II e Sexta-Feira Treze IV, de longe, a melhor continuação, daquela franquia terrível e comicamente assustadora.
Mas qual...essas foram, na minha modesta visão, boas continuações. Aqui vou malhar em ferro quente e criticar, e muito, "O Exterminador do Futuro IV".

Os dois primeiros foram perfeitos. Havia lá um mística que equilibrava o roteiro, o elenco e a trilha roqueira.
O primeiro então nem se fale. Um clássico instantâneo. Adrenalina e tecnologia a serviço do entretenimento. Único.
Já o quarto filme da franquia..."tristeza do jeca".
A história de "O Exterminador do Futuro 4" foca John Connor, agora na casa dos 30 anos, liderando o que restou da raça humana na luta contra as máquinas. O ator Christian Bale, que foi o "Homem-Morcego" em "Batman Begins" , é o protagonista do filme, com falas curtas e pouca ação.
Estava mas para um baby face daqueles que precisariam de teste do sofá para entrar em aldeias Globais, do que para um ator sério.
O filme é ruim pra chuchu...e para xuxu também.
Assisti até o final e quando percebi na última cena, que as máquinas não haviam sido totalmente destruídas pensei...:
"- E se o "Governator" não estivesse reeleito até 2011...?"
Segura, mas vem aí o número cinco !

Vamos em frente !

GM

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

McCartney

Em São Paulo, numa típica quinta-feira cinza, estava eu dedicado à seleção de profissionais para a estrutura de vendas, da equipe que irei liderar a partir de jan/10.
A agência de RH que me ajudava na difícil missão era locada no Centro de Sampa, ao lado da Praça de República. Trabalhamos firmes até perto das 12h00m quando meu estômago, pra lá de vazio, reclamava a justa refeição.
Optei por almoçar sozinho. Na verdade queria fazer um lanche rapidinho, como só um bom paulistano solitário seria capaz, como se eu fosse isso, que Zeca Baleiro uma vez ousou cantar.
Comi o X-Sampa e fui caminhar um pouco. Tinha ainda quarenta e cinco minutos de intervalo. Caminhava a esmo um pouquinho quando vi de longe a fachada da Galeria do Rock...não tive a menor dúvida.
Subi pelas escadas rolantes e fui direto na loja de meu amigo Carlinhos, o maior colecionador de música do Brasil, a "Baratos e Afins". A mesma loja usada como cenário para as gravações da série global "Aline".
As prateleiras de LP´s me seduziram de longe e fui direto olhar o que elas tinham de bom, como um menino que espera um surpresa boa, debaixo da saia da namorada juvenília.
Achei um raro disco de Cole Porter com as minhas preferidas do velho jazz master. Segui adiante.

Achei uma beldade da Allman Brothers Band, talvez, depois do Lynyrd Skynyrd, a maior banda de south rock da história.
Meu olhar passeava entre capas de discos e de Cd´s quando algo me fuzilou feio...era o disco "McCartney", o primeiro disco solo de Paul, depois do fim dos Beatles.
A linda e conservadíssima capa trazia uma foto enigmática de um pote de cerejas, com muitas cerejas espalhadas ao redor. Na contra-capa, um close de Paul, sorrindo menino para a câmera de Linda, com um filhote dentro do casaco.
Raridade.
Comprei outras jóias do Clapton, Bauhaus, Greatful Dead e The Byrds. Mas hoje só tenho palavras para "McCartney".
Ouvi o disco desesperadamente em casa. É um trabalho puro, primitivo, quase inacabado.
A recorrência de vária faixas instrumentais talvez lembre a ausência recente de Lennon, um letrista soberbo.
O lado um prima por "Valentine Day", quase uma pré-leitura da grunge music de Seattle. Também é muito forte a presença dele em "Oo You" no lado dois.
Aliás neste disco, Paul canta e toca todos os instrumentos. Como disse, o disco é bruto, no sentido de estilística musical. Foi gravado sem os recursos tecnológicos tão normais em faixas dos Beatles.
Mas é um disco importantíssimo.
Paul se mostra inteiro em " Maybe I am Amazed". Com raiva, gosto pela música e lirismo. É como se dissesse naquele momento:
"- Sim eu era aquilo, mas agora eu sou isso !"

E olha que o disco é de 1970. Bem antes de Paul se tornar Sir.

Vamos em frente !

GM

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

2012

Assisti ao filme 2012.

Roteiro fraco. Elenco bom, mas cansado. Trilha insípida. História maluca. Efeitos tipo I. Day.

Típico made in LA. Lataria vazia, vazia...

Definitivamente...não recomendo !

Vamos em frente !

GM

domingo, 22 de novembro de 2009

Eu, Tu, Eles

Foi relendo o livro do Veríssimo "Banquete Com os Deuses" que encontrei alguma coisinha digna de nota.
Ele fala no capítulo "Realismo Mágico", dedicado à crítica do filme Eu, Tu, Eles (do jovem diretor Andrucha Waddington), sobre o tema central do filme e da relação de seus personagens com a mensagem que o diretor tentou passar.
Discordei do velho mestre.
Ele acredita que a essência do filme é sobre a bondade e as vias que fazem acesso a esta bondade. Mesmo quando cercadas pela pobreza e ausência-de-tudo da caatinga brasileira.
De fato não é isso. Pelo menos não foi o que eu vi.
Vi um filme sobre a democratização do amor, cristalizada na relação carnal de uma mulher e três homens; vi o medo dos personagens centrais em se desconectarem da segurança do lar, um lar vazio de tudo, também; e vi, nas entrelinhas, uma luta leve pelo poder e comando na relação familiar.
Soberbas atuações de Lima Duarte e Regina Casé comprovam isso.
O medo de sair e de romper com aquela situação dominante e claustrofóbica, mas que pelo menos garantia o mínimo da vida, é, na minha leitura, o tema central do filme.
Mas quem disse que uma obra é percebida apenas por uma olhar ? Por isso mesmo, Deus nos deu dois olhos.
Vamos em frente !

GM

sábado, 21 de novembro de 2009

CD...Vinil...ou K-7 ?

Vai parecer estranho. Para os mais jovens vai parecer velho, mesmo. Mas eu fiz.
Meio sem querer, é verdade. Meu objetivo não era criar uma analogia comparada, era apenas ouvir música. Mas no final, pensei...por que não escrever sobre isso ?
Relaxa...é mais ou menos assim:
Hoje escutei o disco (vinil, mesmo) do João Nogueira "E Lá Vou Eu". Uma obra prima de 1974 que foi prensado pela Odeon e que tem pérolas como "Batendo à Porta", uma parceria dele com Paulo Cesar Pinheiro, e também "Sonho de Bamba", esta, 100% autoral.

O disco é fantástico e traz este sambista símbolo no auge da forma. Na capa do álbum (era assim que chamávamos os discos) fotos de um João Nogueira boêmio, caminhando pela bairro carioca da Vila Isabel, no imortal calçadão do Boulevard, malandramente vestido com um abrigo jeans e uma calça de veludo boca-de-sino.
Um belo disco !
Ato contínuo, desliguei a pick-up e liguei o K-7 player (é...!) para ouvir nada menos do o inacreditável "Ghost in the Machine" do The Police.
Soberbo !
A maioria das faixas foi composta em 1981, mas o exemplar que ouvi foi mixado em 1987. Os vocais de Sting em "Spirits in the Material World" e as cordas de Summers em "Every Little Thing She Does is Magic" arrepiam até os surdos de alma.

A esta altura, já tinha derrubado mais de meia garrafa de um bom merlot, presente do amigo Micai, que estava meses aguardando a oportunidade certa de ser sorvido.
Era essa !
Foi aí que me ocorreu a idéia. Por que não ouvir três discos, gravados com três tecnologias diferentes, e tentar reproduzir em palavras o resultado ? Mesmo correndo os riscos normais de falhas de execução e de influência etílica.
Fechei o circuito ouvindo a trilha do belíssimo e triste filme "Into the Wild", gravada pelo Eddie Vedder, dono da cavernosa e única voz do Pearl Jam.
O disco é lindo e emocionante. Vá direto para a faixa 5 e curta "Rise". Se deixe levar pelas imagens que vão se formar na sua mente...mesmo sem ter visto o filme.
Mas o objetivo da experiência que era pretenciosamente grande no começo, ficou pequenino após ouvir essas três obras-primas. Mesmo assim aqui vai meu registro sobre as diferenças de se ouvir música, nessas três mídias diferentes, que representam três tecnologias e épocas distintas e incomplementares:

O CD tem um som limpo e puro. Mas é artificial demais. A sensação é de que os arranjos ficam solitários e que os músicos gravaram como vizinhos que trabalham juntos num mesmo projeto, mas nunca se encontram para conversar sobre ele.
O K-7 é limitado. A perda vocal é grande e os instrumentos soam como se gravados dentro de uma caixa forte.
O vinil é perfeito. Se você tiver o equipamento certo, na rotação correta e com a agulha adequada, terá uma sonoridade única, como se o músico estivesse tocando para você, ao seu lado e ao vivo.
Hoje eu senti isso e me imaginei ao lado do mestre Nogueira derrubando a outra metade do meu merlot engarrafado...
De um bom merlot também se espera musicalidade...isso é o mínimo ! Saúde !

Vamos em frente !

GM

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

McFly

Eu assisti a todos os filmes da franquia "De Volta Para o Futuro". Acompanhei as aventuras de Michael J. Fox, desde a época das acnes até o desabrochar do parksonismo.
Grande pequeno ator.
Fazia o papel chave da trama. Era George McFly, um garoto inteligente que detestava ser chamado de covarde. Ou de chicken, conforme os originais de Spielberg.
Ocorre que ontem meu filho sentenciou: "- Pai, compra um CD do McFly para mim..."
Hein ?? McFly era uma banda ???
Que viagem. No caminho até a loja fiquei pensando no tipo de som moderninho, que essa molecada talvez fizesse. Meu filho me incentivava, dizendo que era uma mistura de Beatles com Jason Mraz.

Comprei. Meio sem graça e com um sorriso amarelo, entreguei embrulhado à presente a Víctor, que sorriu e rapidamente o pôs para tocar no CD player do carro.
Calculei em sete minutos a distância do shopping até minha casa. Pequena grande Itu. Acho que resistiria aquela audição.
Surpresa ! Surpresa ! Aos acordes iniciais de "Five Colours In Her Hair" percebi um clara vocação acústica naquele som. Passei adiante e me decepcionei um pouco com "All About You", muito óbvio e com aqueles vocais teen irritantes, tipo New Kids On The Block ou Back Street Boys.

Mas perdoei tudo isso logo que ouvi "The Way You Make Me Feel". O título caberia de longe em qualquer som doído e sentido de Aretha Franklin. Só que eram aqueles meninos ali, fazendo um soul pop da pesada.
Não pude sentir nada de Beatles nem de Mraz, mas o som é gostoso, tem uma pitada acústica e serve pra divertir...sem muita reflexão.

O que será que Michael J. Fox achou do disco ?

Vamos em frente !

GM

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O que eles continuam dizendo

" Bom de briga é aquele que cai fora."

Adoniran Barbosa

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"Se você vai fazer alguma coisa errada, aproveite bem."

Provérbio Iídiche

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"Um governo é como um violino: você o toma pela esquerda e o toca pela direita."

José Sarney

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"Quem disse que ganhar ou perder pouco importa, provavelmente perdeu."

Martina Navratilova

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"O problema de morar sozinho, é que sempre é a sua vez de lavar a louça."

Al Bernstein

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Last FM

Acho que deveria ter dado essa dica antes, pois ela é muito boa.
Uma fidelíssima companheira de viagem a Rádio Last FM (http://www.lastfm.com/) é, na minha opinião, a melhor rádio disponível na WEB.
O cadastro é facílimo e leva menos de dois minutos. Para criar sua biblioteca basta apenas digitar o nome de seus artistas preferidos. O software de busca da rádio faz o resto. Monta em segundos uma biblioteca com milhares de músicas dos artistas que você escolheu.
O acervo total do site talvez chegue a 6 milhões de faixas ! É muita música.

Quando chego num hotel, viajando a trabalho, a primeira coisa que faço é ligar o note, instalar minha caixa acústica de viagem e conectar na Last FM. Aí passo todo o tempo ouvindo minha seleção de 225 grandes nomes da música, com quase duas mil faixas dispoíveis para mim.
O nome Last FM é porque a cada vez que você se conecta, ela atualiza seu perfil, recomenda artistas parecidos com os que você escolheu, e te mostra comunidades de bate-papo e grupos de discussão sobre boa música...é gente do Brasil, da América, Europa...todo o mundo, dando pitaco naquilo que você gosta de ouvir.
Show de bola !
Vamos em frente !
GM

domingo, 15 de novembro de 2009

Led Zeppelin

Triste. Muito triste a matéria que li na Época desta semana, assinada por Leandro Loyola, que, de uma forma absolutamente herética, ousou comparar o trabalho de Page/Plant com o de Lennon/McCartney.
Tudo errado. A matéria começa com um questionamento ao vento, aonde o repórter tentou uma constatação estapafúrdia entre o tamanho do trabalho dos Beatles com o do Led Zeppelin.
Perda de tempo pura.
Voltasse ele aos bancos acadêmicos ou ao tempo de uma boa pesquisa, constataria sem dó que um nasceu no trabalho do outro. E nem por isso se complementam. A trilha seguida por Robert Plant e seus amigos foi aberta picadamente pelo Fab Four. Aberta e asfaltada. Eles fizeram acelerar. Bem fundo, é verdade.
O incompleto repórter ainda tentou finalizar a matéria dando notas as duas bandas como se fossem alunos de uma escola de música...ou de mídia !
Tristeza do Jeca !

Vamos em frente !

GM

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Ao Mentha, o bom gourmet

Estava no Rio, a trabalho. Cheguei na noite anterior, no ato do maior black out da história brasilis. Fui às cegas, na escuridão da noite carioca (no singular mesmo), do aeroporto ao hotel.
Cai, com facilidade, num sono tão profundo que cheguei a sonhar colorido. Acordei barbudo.
Banho. Gilete. Roupa. Café. Tudo em vinte e cinco minutos. Segui direto para o congresso. Depois de um cansativo dia, sorrindo sei lá prá quem e sei lá por que, voltei ao hotel. Podre.
Banho. Roupa. Água. Rua. Tudo em dezenove minutos. Saí do hotel para jantar e não virei à direita, segui em frente e cruzei a rua Érico Veríssimo. Rua curtinha, esquecida no marco inicial do bairro da Barra, o Jardim Oceânico.
Azul de fome, entrei no restaurante Mentha. Novinho em folha !
Decoração honesta e equilibrada nas cores e nos tons. O decor sinalizava um beach stile, mas sem exageros. Era cool sem ser marrento.
Pedi um peixinho carioca, com legumes ao vapor e um arroz qualquer. Me trouxeram uma obra de arte: um delicioso namorado, branquinho e no ponto, reinava no fundo do prato guarnecido pela medida certa de tudo !
Uma taça de um tinto chileno velou o momento. Saúde !
Liguei para meu amigo JP e dividi com ele o momento. Mediunicamente ele setenciou: "Estás comendo um peixinho, não é ?"
Ah...Rio, por que foi que eu te deixei pra trás ?
Vamos em frente !

GM

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Aprendendo a lidar com ofídios

De preferência não mexa, não encoste e não rele. Pois o bote é certeiro. Se for pra bulir, que seja para matar, pois cobra venenosa tem boa memória e te cheira pela língua.
O mundo corporativo é cheio de ofídios. Alguns com mais venenos. Outros não. Na média, todos se alimentam de ratos e de sapos. E como são famintos, esses bichinhos de escamas !

Millôr uma vez escreveu assim, no saudoso O Pasquim: "- Neste mundo tenho dó de jaca, que cai e se esborracha; de gente e de gente picada por cobra. Incluindo as de verdade."
Nos dias de hoje, quando a inversão de valores é tanta que aquele que acredita é que passa por tonto, idiota, e recluso mental, não me cansarei de dizer, que toda forma de esperteza é a mais pura manifestação de inteligência sem ética.

Tolo é o que mente, não o que acredita.

Finalizo com uma frase eterna, dita por Nelson Mandela, dias antes de ir para a prisão, quando falsamente acusado de crimes incometíveis: "- Vermes é o que sois !"

Eu sigo em frente...é só o que eu sei fazer.

GM

sábado, 7 de novembro de 2009

Será que algum dia eles vão voltar ?

Não. Esta é a resposta certa a pergunta incalável que Tavito pôs em sua música. Lennon está morto. Friamente assassinado em frente ao Dakota Building. Harrison está morto. Derrotado pelas investidas desleais de um câncer virulento. Ringo e Paul estão vivos. Mas a parceria está morta.
Sim. Eles não vão voltar.
Mas a música está viva, como está vivo tudo o que os Beatles tocaram. A as pessoas tocadas.
Recomendo a leitura da "Bravo !" do mês de Outubro. Que traz um especial sobre os Beatles, sua história, suas estórias, suas músicas...tudo num tom jornalístico e sério. Sem ufanismo e sem exageros. Uma leitura musical da influência dos Fab Four na cultura e na arte que consumimos hoje.
Não é um texto sobre rock e nem sobre música. É sobre pessoas que viveram e vivem um pouco além das paredes do sistema.
Já disse, recomendo.

Vamos em frente !

GM

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O que eles dizem

"O vestido é horrível, mas o par de coxas cabe numa letra minha."

Mick Jagger, sobre a roupa e as pernas de Penelope Cruz.

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O policial pergunta: "Qual seu nome, filho ?"
A resposta: "Elvis Presley, senhor."
E a autoridade retruca: "Não o nome artístico, filho, o verdadeiro"
E o rei silencia: "Elvis Presley, senhor."

Elvis, na entrevista de entrada na imigração alemã.

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"Se eu fosse mulher, dava pra ele."

Caetano sobre Chico.

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"Um gênio, tão livre nas idéias quanto nas harmonias."

Chico, sobre Caetano.

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Um agente de shows, rude, disse:

"Ray (Charles), você viu o que a crítica disse sobre o disco...?"

O produtor Phil Ramone intercepta:

"Ele não pode ver, estúpido !"

E Ray finaliza:

"Você é que pensa..."

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Tom e Chico, na casa de Tom, na Gávea:

Tom: "Chico, e o violão ?"

Chico: "Ainda não aprendi a tocar."

Tom: "Música não se toca, se bebe..."

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Amigos, graças a Deus

A viagem de Campinas a Fortaleza foi uma provação. Longa. Lenta. Dolorida.
Depois de três horas no ar, e com a bunda já formatada à pudim, tocamos solo, no início da madrugada. Realmente, voar é para pássaros: bluebirds de Alice ou Blackbirds de McCartney.
No caminho entre o aeroporto e o hotel, minha mente vegetou. Estava terrivelmente cansado.
Meu corpo operava por instrumentos.
Em Fortaleza a jornada era árdua: entrevistar doze candidatos. Negociar a estrutura das outras cidades. Acompanhar e validar à distância o mapeamento do fluxo de valor da minha área. Finalizar um projeto de licenciamento. Manter a stressante rotina de emails em dia.

Adormeci podremente.

Dia seguinte: uma hora de vôo até Recife. Cheguei cansado como uma estátua. Todas as fibras do meu corpo doíam. Todas as células da minha estrutura pilavam. Operava por instrumentos, de novo.
Um lampejo de luminosidade me refez na chegada. Era o sorriso largo de João Dantas que me esperava fielmente. Amigo que vale. Amigo certeiro como um tiro de carabina de sal.
Me recebeu com amizade e já dentro do carro tratou de me animar com suas estórias campeiras.
Daí à frente o cansaço cedeu. Contou-me alegremente de sua neta que estava a caminho, enquanto seus olhos faíscaram num brilho molhado e emocionado. Era um adolescente avô.
Entre amigos o dia passou rápido. Almoçamos no Vento de Gaio, restaurante português típico de Recife, na compania de um bom Gomes de Sá e das estórias de outro João, este um português radicado em Recife por muitos anos.

Um almoço fantástico !

O dia transcorreu denso e cheio. Mas a sensação de estar entre amigos era mais forte. À noite a janta foi na compania de Castelo, outro amigo de anos e de uma energia única. Um grande caráter.
Fomos no Chica Pitanga e comi um delicioso arroz com polvo.
Desta passagem em Recife guardo a amiga compania de Dantas, Castelo, Guilherme e Diogo. Todos heróis da guerrilha urbana diária. Todos fazem aquilo que precisa ser feito, e o fazem com ética.

Na madrugada seguinte parti para Salvador. Naqueles horários madrugadeiros que só a malha aérea do Nordeste proporciona.

Quando voltar a Itu vou sentir saudades, pois tenho amigos, graças a Deus.

Vamos em frente !

GM

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A lista das 100 mais

Quem leu a última Rolling Stones sabe. Para comemorar três anos de bancas e bocas, a editora publicou, em lead de capa, uma lista das 100 maiores e melhores músicas da MPB.
Começaram muitíssimo bem, sim senhor, com Construção do Chico, em primeiro lugar. O triste foi ter Pixinguinha com Carinhoso em segundo...o ideal era ter o primeiro lugar reservado para os dois.
A matéria é bárbara (mora...bicho ?) e desfila o fino da bossa da MPB dos últimos 100 anos. É muito cem !
Tem Tim Maia, Jorge Ben antes do Jor, Paulinho da Viola e até Nação Zumbi (?).

Coloca Detalhes de Roberto & Erasmo no mesmo nível das letras de Vinícus de Morais e brinca com os depoimentos de Marcelo Camelo e Roger (Ultraje, lembra ?).
Compre e leia. Se não gostar o problema é seu, pois jornaleiro não aceita devolução.
Vamos em frente !

GM

Ouça um bom conselho

Eu sei. É nome de música do gênio Chico Buarque. Eu sei. Vai parecer ridículo, mas mesmo assim vou aconselhar a quem não merece:

1. Seja ético (a);
2. Se quiser crescer, ame, viva e trabalhe;
3. Entre uma ato de deslealdade e uma garrafa de whiskey barato...seja homem, mesmo quando a genética te impedir;
4. Olhe nos olhos, mesmo quando falar ao telefone;
5. Não trame, não ardile, não fofoque, não minta, por que todos sabem e todos gargalham.

E por favor não seja ridículo (a).

Siga em frente...se puder.

GM

Em nome do pai

O amor mais leal que existe é aquele entre um pai e seu filho. Um filho e seu pai. É aquele que nasce na crença do possível e renasce na certeza do impossível.
A imagem que um pai busca no filho, e para um filho, é a ausência de toda dor e a plenitude de todo o amor.
Foi isso que conseguiram sintetizar nas filmagens de "Em Nome do Pai", um clássico do bom cinema europeu que traz Daniel Day Lewis, talvez, em seu melhor furor.
O filme narra a história de Gerry Conlon, um jovem irlandês que, de passagem e vadiagem pela Inglaterra, é envolvido numa sórdida armação do sistema legal inglês, para servir de bode, mula, besta-espiatória de autoridades que precisavam urgentemente dar respostas a eleitores e a mídia.
Filme forte, para estômagos doces. A cena de tortura não se compara ao banho de sangue das atuais produções holywoodianas, mas mesmo assim, é mais impactante.
A cena mais incrivel e emocionante de todo o filme, e de todos os filmes que já vi, é aquela que mostra a reação dos presos, na penitenciária federal, ao receberem a notícia da morte do pai de Gerry. Um silêncio feio invade a tela. Um trilha triste faz rolar lágrimas nos olhos do mais frio expectador. Os presos começam a jogar pelas janelas pedaços de papéis em chamas. A câmera, em slowmotion, acompanha a queda de cada um dos pedacinhos de papel, que despencam lentamente até o chão.

Eram paródias das lágrimas de fogo que o filho choraria por seu pai.

Assistam rápido. Assistam logo. É matéria-prima para o currículo de nossas vidas.

Vamos em frente !

GM

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pensamento anônimo

" Que Deus me ajude e faça com que eu me torne a pessoa que o meu cão acha que eu sou."

Anônimo

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Simon and Garfunkel

Dou a vocês três bons motivos para ouvirem em suas vidas, pelo menos uma vez, um disco da imortal dupla americana de folk, Simon and Garfunkel.
Sim, Paul Simon e Art Garfunkel. Doces nos arranjos, nas vozes, nas melodias e na inteligentíssima escolha do repertório.
Eu disse. São pelo menos três bons motivos:
1. The Sound of Silence. Essa é pra arrebentar. Fez parte da trilha sonora do fabuloso "A Primeira Noite de um Homem" (título original: "Graduate"); filme que revelou ao mundo o talento consistente de Dustin Hoffman. Mas o caso aqui é outro. Falo de Paul e Art. Falo de Simon e Garfunkel. Então comece com Sound of Silence. Mas é só o começo...
2. The Boxer. Preferencialmente a versão gravada ao vivo no místico show realizado no Central Park de NY, na década de 70. The Boxer resume, em muito, a capacidade da dupla de expressar sentimentos através de arredondados arranjos vocais.
Tem mais.
3. America. Um hino. Sem ufanismo nenhum posso dizer. Um hino. Me despindo de todo o verde-oliva que ainda habita minhas hemáceas, posso dizer...America é um hino. E hinos pertencem ao mundo, não cabem nos limites idiotas da geo-política.

Amigos, se depois de ouvirem essas três músicas, vocês não sentirem uma necessidade incontrolável de comprar, pelo menos, um disquinho da dupla...por favor me digam, e me passem vossos endereços...pois irei pessoalmente encher a cara de vocês de bolachas !
Maria, maizena, mabel...é só escolher.

Vamos ouvindo e em frente !

GM

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Não se deixe manipular

Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular ! Não se deixe manipular !

Mesmo !

Vamos em frente !

GM

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Playing for Change

Foi meu amigo JP que me deu a dica. Trouxe a minha vista um CD e um DVD, ambos azuis, com imagens bem montadas na capa, uma logo mais ou menos simétrica e um nome que remete: Playing for Change.
Assistimos a um clip lindamente produzido pelo técnico de som Mark Johson, aliás, criador do conceito do movimento (sim...é um movimento !); o clip era uma colagem de filmes de músicos de rua interpretando Stand By Me, clássico eterno de B.E. King (não confundir com BB King), nos mais diversos arranjos.
Vozes roucas. Arranjos simples. Muita sofisticação cool. Energia verdadeira. Fiquei intensamente emocionado. Músicos de vários países, inclusive o Brasil, deram a sua contribuição. O resultado é uma colagem inédita, linda e obrigatória para quem gosta um pouquinho de música.
Caso não queira comprar o material, vá até o site http://www.playingforchange.com/ e emocione-se.
É um movimento simples e puro, que pretende levar a paz as pessoas através da música.
Junte-se a nós e vamos em frente !

GM

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Insight

" Quanto mais eu trabalho, mas sorte eu tenho. "

Bernardo Goldfarb

domingo, 11 de outubro de 2009

Sem Vestígios

Eu já era fã de Diane Lane bem antes de seus amassos com Richard Gere, em "Infidelidade". Bem antes disso, já era fiel devoto de seu charme e de suas curvas maduras.
Até mesmo quando, na pele de uma escritora deprê, bem no meio de um lapso criativo, foi esbanjar seus dotes na Toscana italiana. Que cardápio !
Meio que ao acaso, minha mulher trouxe para assistirmos mais um trabalho incrível dessa atriz que se recusa a envelhecer. Desta vez, vivendo a solidão de uma agente do FBI, viúva, e que tem por companhia a tela e o vazio do computador, ela se especializa no uso das mais infernais tecnologias e se torna uma expert em buscar bandidos, larápios e tarados na WEB.

O filme é 100% Holywood, portanto, baixe a guarda e relaxa. "Sem Vestígios" é daqueles filmes que beberam na fonte de alguns clássicos ("O Silêncio dos Inocentes"), que apresenta um elenco bastante razoável e baixo orçamento de execução.

Não, não é mais um blockbuster , mas serve, e muito bem, para preencher um tarde preguiçosa e chuvosa, na companhia de uma bela dama, preferencialmente que não demonstre ciúmes da formidável Lane e que aceite ser embalada belas névoas de um bom tinto.

Vamos em frente !

GM

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A escuridão das mentes pequenas

Não há nada mais triste do que uma mulher sem caráter !

Estou vivo, desgraçados...estou vivo !

Peço licença a Steve McQueen...e sigo em frente !

GM

domingo, 4 de outubro de 2009

Eu ontem ouvi o futuro...

E seu nome é Jason Mraz.

Está tudo lá: o jazz, o R & B, o soul, a música latina e o pop.

É como se ele colocasse tudo num pote só, e misturasse bem até os ouvidos derreterem.
Metais, coros, cordas, boas bases de guitarra, uma voz doce e na medida do que se pode, arranjos modernos e que cabem em nós mesmos.
Ouça I'm Yours...é muito marcante. No começo o mix de voz e base latina te arrepia...dá vontade de sair pulando e gritando.
É um belíssimo disco. Se chama We sing, we dance, we steal things. Não há nada mais marcante em termos de sonoridade, que eu tenha tido conhecimento, lançado nos últimos dois anos.
É simples e sofisticado. Uma mistura de G.Love, Jack Johnson, Beatles e gospel/soul music.
É novo. Vai além do fusion. Você vai ter que descobir sozinho. Me faltam palavras.

GM

No dia em que Micai quarentou

Micai...vibrou, sorriu, abraçou, chorou e viveu !

Micai festou ! Merecidamente, a mais fantástica festa da história dos homens felizes !

Micai é nosso, é do povo e é dos povos !

Abraçamos Micai e seguimos sorrindo com ele !

Por que é bom demais viver !

Que venha o amanhã Micai, pois estaremos prontos !

Vamos em frente !

GM

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pequena carta a um grande amigo

Nós temos a certeza de que o tempo é o tempo, e por isso mesmo ele passa, não para. Por tal característica, que atribuo a Kronos, um dos titãs artificies do universo, é que ele se reinventa a medida em que é consumido.
Esses anos passaram rapidinho. De 2004 a 2009, foram 06 de grande aprendizado para mim.
Neste momento, quero então te dizer obrigado, e no quereres da razão, e acreditando na força da palavra dita e no poder de transformar que ela tem, é que digo em voz alta enquanto escrevo:
Que haja saúde na sua vida e de sua família; que sua mesa seja farta, que lhe fartem também amigos leais; e que você sorria muito e sempre; e que viaje muito na companhia dos seus, pois os dias de solidão executiva acabaram; que repouse tranquilo ao fim de todos os dias; e que durmas sorrindo e acordes em paz e equilíbrio.
Vou sentir sua falta no dia-a-dia, mas entendo isso como uma curva a mais a caminho de Santos.
Seja feliz e lembre-se de que não estás sozinho: manterei as portas de minha casa abertas a você !
Vamos em frente !

GM

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

You've got a friend, meu amigo.

You've got a friend (Carole King, imortalizada por James Taylor)

When you're down and troubled
And you need some help and care
And nothing, oh nothing is going right.

Close your eyes and think of me
And soon I will be there
To brighten up even your darkest nights

You just call out my name, and you know wherever I am
I'll come running to see you again
Winter, spring, summer, or fall,
All you got to do is call
And I'll be there, yes I will

You've got a friend.

If the sky above you
Should turn dark and full of clouds
And that old north wind should begin to blow
Keep your head together and call my name out loud now
And soon I'll be knocking upon your door.

You just call out my name, and you know wherever I am
I'll come running to see you again
Winter, spring, summer or fall
All you got to do is call
And I'll be there...

Hey, ain't it good to know that you've got a friend?

When people can be so cold
They'll hurt you and desert you.
They'll take your soul if you let them.
Oh yeah, but don't you let them.

You just call out my name...that's it.

Vamos em frente, meu amigo !

GM

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Os desafinados

E todos sabem que não sou fã de Rodrigo Santoro. Considero-o mesmo uma cópia chinatown de Alec Baldwin, 20 kg mais magro.
Tudo bem, o moço faz bonito com as menininhas dos 16 a 86 anos, mas fazer o quê, não estou falando de beleza, mas sim de talento.
Só que quase mordi a língua e engoli minha inveja quando vi o carinha atuando no filme Os Desafinados.
Uma direção segura de Walter Lima Jr. potencializa talentos como a deliciosa Cláudia Abreu e a desejável Alessandra Negrini. Um filme simples mas muito gostoso de assistir. A trama fala de um grupo de músicos amigos que decide ir para NY tentar a sorte.
Lá eles formam um grupo, chamado Os Desafinados, e integram o movimento que lançou a bossa nova. Ao longo dos anos eles acompanham o cenário político e musical do Brasil.
Recomendo sim, pois nem todo dia é dia de Marx. Temos que relaxar na mesma medida do endurecer...desculpa Chê !
Aliás, estou muito curioso para ver o que o Rodrigão aprontou na pele de Raul Castro, ao lado do indomável Benício del Toro.

Mas esta fica para a próxima !

Vamos em frente !

GM

domingo, 27 de setembro de 2009

Insight triplo

" Quando eu era pobre, me chamavam de louco; agora que sou rico, me chamam de excêntrico. "

Arthur Jones

"Não há nada mais chato do que duas pessoas que continuam falando enquanto você está interrompendo."

Mark Twain

" Fantasia é um troço que o cara tira no caranaval."

João Bosco

sábado, 26 de setembro de 2009

Joe Cocker

A mais impressionante homenagem, adaptação, livre-interpretação, ou chamem lá como quiserem, de uma beatle song foi feita por Joe Cocker. Cantor inglês de rythm & blues, que tinha e tem na voz, sua mais forte aliada e companheira.
Um timbre único revelou e embasbacou toda a audiência de Woodstock, quando em seu show, celebrou a inspiração de Lennon-McCartney numa fusion com gospel e R&B. With a Little Help From my Friends nunca soou tão formidável !
O cara é bom !

No começo da música, há um silêncio devastador nas colinas de Bethel, mesmo que habitadas por quase 400 mil cabeças cabeludas e piolhentas. Ninguém sequer respirava. Ouvindo os originais em mono, se percebe até o raspar dos dedos dos músicos nas trastes do braço das guitarras.
Sinistro !
"Um silêncio tão profundo, do vizinho reclamar...", diria um Chico, certamente ausente.

Mas Joe estava lá ! E a estrutura da introdução é levemente adiada por um contra-baixo que soa apenas duas notas...e as repete, como que chamando o jovem Cocker a trabalhar.

E ele veio. Despejando visceralmente a potência de sua voz rouca, legítima herdeira de James Brown e filha bastarda de Aretha Franklin. Cantou forte e lindamente. Provocou uma reação emocional e abissal na platéia. Revelou-se como fazedor da história. Fez-se a lenda.
Ouvindo hoje o CD do festival, me deparei com coisas deliciosas: Joan Baez no auge; Crosby, Stills, Nash & Young fervilhando acordes e um Country Fish Joe cínico e político.
Mas nada se compara ao, hoje, velho, e ainda, bom Joe Cocker.

Rock and Roll á muito mais do que agitar cabeleiras. É talento, ensaio, estrutura musical e vontade de fazer.

Se tiver dúvidas, ouça o disco, veja o filme e leia o livro.

O resto é Raul Gil.

Vamos em frente !

GM

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Se meu Fusca falasse

Quem nunca teve um Fusca que atire a 1ª pedra. Quem nunca teve o prazer de guiar um autêntico VW original, que se esmaeça.
Eu tive o privilégio. NZ 2309. Branco. 1976. Alavanca de mudança com caranguejo e volantinho esportivo. Um charme refrigerado a ar.
Ficou conosco até 1983, para ser tristemente substituído por uma Brasília marrom-cocô. Pobre infeliz.

O Fusca representa um tanto a mais do que simples registros de venda, na indústria automobilística. Um Fusca é um Fusca, e pronto !
Esterça pouco, mas pra que mais ? Treme um pouco, mas pra que menos ? Faz barulho, mas o que seria do silêncio sem uns decibéis rascantes ?
Hoje ganhei de meu amigo JP um exemplar do bélissimo Almanaque do Fusca, que a Ediouro lançou na signa de Fábio Kataoka e Portuga Tavares.
Uma fanfarra ! Muito bom !

Registro literário muito bem humorado e registro fotográfico iconoclasta.

Uma partilha com a saudade de muitos, que como eu, sabem muito bem o que é transar dentro de um espaço de 0,90 cm quadrados e ter um ataque de câimbras, momentos antes do prazer final.

Era tão apertado que mal dava espaço para um bom e juvenil sexo oral.

Mas isso é outra estória.

Vamos em frente !

GM