domingo, 30 de agosto de 2009

The Beatles

Uma obra indispensável para quem é fã, para quem degusta a fonte de todo o bom rock and roll que já se fez, ou, simplesmente, apenas para quem é curioso. The Beatles: Gravações comentadas e discografia completa.
Livro arrebatador, em formato hand book, com conteúdo revisado por quem entende de rock e de Beatles. Escrito por um fã, para olhos e ouvidos dos fãs.
Este presente nos é dado pela Larousse, numa edição ricamente ilustrada, com todas as capas, créditos, fotos e fatos.
Tirei dúvidas que me assombravam desde que ouvi o Albúm Branco pela primeira vez, lá pelos idos de 1978: quem compunha de verdade, se eles assinavam juntos ? Qual o papel da criatividade de George e da sonoridade de Ringo ?
Qual a influência de George Martin, além de alguns arranjos e produção impecável ?
Começando a leitura você só vai parar quando chegar a última página. A dica é ler ouvindo um a um, os discos que Jeff Russel desvenda, nesta sua densa e sonora obra.

Vamos em frente !

GM

sábado, 29 de agosto de 2009

Insights

" Não somos um país essencialmente corrupto. Somos mal auditados."

Stephen Kanitz
" Uma criança é um anjo cujas asas diminuem à medida que suas pernas crescem."
Provérbio francês

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Aniversário tinto

Sabe o que acontece quando você junta amizades fantásicas, com dois excelentes tintos, mais um aniversário ?

Sexo, drogas e rock and roll !

Ah...Chuck Berry !

GM

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Woodstock

Por puro preconceito, muitos alinham a imagem do festival ao velho arquétipo sexo, drogas e rock and roll. Muito puro preconceito. Woodstock foi mais, muito mais. E foi menos também.
Em casa, eu tinha, afundado nos limites físicos da estante, uma versão em DVD comprada em Ribeirão Preto em 1999. Um registro dos primeiros dois dias do festival. Umas imagens que são muito reveladoras. A explosão contida por anos de cinismo veio à tona numa moldura de música e atitude.
Os coadjuvantes eram os caras da cena e do backstage. Os protagonistas eram as meninas e meninos, sem dinheiro, com lenços coloridos e flores no cabelo. O festival serviu para muito mais do que os organizadores (com pouca ou nenhuma organização) se propuseram no começo.
Michael Lang não tinha idéia de onde estava se metendo.

Mas se meteu.
Algumas coisas estão sendo feitas para marcar os 40 anos do evento. Será relançada a trilha sonora original, remasterizada com algum over, por que ninguém é de ferro. O filme oficial também terá uma nova versão em blue ray. Palmas !
Só que a principal homenagem será no campo das letras: "Woodstock...40 anos depois..." de Peter Fornatale, editado pela Agir e nas boas livrarias a partir deste mês.
Essas sim, são as verdadeiras memórias de Woodstock. Está tudo lá. Narrado em 1ª pessoa pelos astros e estrelas que brindaram o tempo com suas músicas. Santana explica a loucura que foi seu show. Country Joe fala de como mandou toda a norte-hipocrisia-americana se f(*)..."give me a F"...

Amigos e presentes falam da explosiva apresentação da Janis Joplin, de Jimi Hendrix e de Sly Stone.
Uma obra irmã, mais que prima.
É óbvio que eu recomendo. Nunca um livro foi tão barato assim, e que barato, meu, que barato !
Enrola aí !

GM

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Era tudo o que eu queria

O arrojo de JK, na crença de Jango, na esperança de Tancredo, com o elã de FHC, mais a ingenuidade de Itamar, alinhada à seriedade de Geisel, em conjunto a capacidade de sonhar de Jânio, acrescida a resignação de Vargas.

E no entanto temos um Lula grisalho, uma Dilma de perucas, um Dirceu consultor, um Palocci professor, um Mercadante doutor, um Genuíno sem guerrilha, um Sarney mumificado e um COLLOR backing to good!
"A turba tem o senado que merece".
Augusto Cezar 271 d.C.
O brasileiro tem o país que merece...e que faz por merecer.
Vamos em frente...se não for metafísico demais pedir.
GM

Insight

"Um funcionário de estatal no Brasil tem, no máximo, dois dias úteis de trabalho: um para pegar o contracheque e outro para levar o atestado médico."

Agamenon Mendes Pedreira

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Itaim que faz bem pra mim

E vamos começar pegando pesado. La Pasta Gialla. Bem na esquina da Travessa da Mata com Pedroso Alvarenga. Espetáculo de sofisticação simples. Vinhos honestos. Para todos os bolsos. Gastronomia Sérgio Arno. Um festival sensitivo.
Aliás, Arno assina mais dois espetáculos. Ali mesmo. Meia quadra pra cima. Meia quadra pra baixo. Todos da série alimentar. Todos I e II.
O bairro é uma delícia. Não obstante ao fato de ser sede do escritório onde trabalho, ainda sim, uma delícia.
A Bandeira Paulista reserva surpresas dignas de bandeirantes. João Cachoeira tem lá seus quitudes. Joaquim Floriano não se despreza. Joaquim´s, se não for o primeiro é o segundo.
Tem livraria. Café. Botiques. Dog walker´s e supermercado.

Tem uma gente Paulista com ares de Gávea.

Passa lá, mas desliga o GPS.

Vamos em frente !

GM

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Idiota e a Moeda - por Arnaldo Jabor

Conta-se que numa cidade do interior, um grupo de pessoas se divertia com o idiota do bairro. Um pobre coitado, de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e esmolas.
Diariamente essas pessoas chamavam o idiota ao bar onde todos se reuniam, ofereciam a ele uma escolha entre duas moedas: uma grande, de 400 réis e outra menor, de 2.000 réis.
E ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros daquele grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
- Eu sei. Respondeu o tolo. Ela vale cinco vezes menos, mas no dia em que eu escolher a outra moeda, a brincadeira acaba, e não ganho mais moeda alguma.
(...)
Quem parece idiota, nem sempre o é.
Consciência é mais importante do que reputação. Consciência é o que somos e reputação, aquilo que outros pensam de nós.

Dá-lhe, Jabor !

GM

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Discoteca básica 8

Realmente é muito difícil para mim. Neste humilde blog, esta é a agenda que mais me desalenta.
Como é difícil recomendar a alguém uma trilha, um disco ou um artista, sem parecer pretensioso.
E pensar que estava tomando meu café tranquilo, na minha favorita Rebeca de Itu, quando um amigo chegado me propôs o desafio: recomendar pelo menos 10 bons discos, que servissem de base para a montagem de uma discoteca básica. Que servisse de referência para saltos mais profundos.

Apaixonado que sou pela música e pelos músicos, aceitei.

E já se foram sete. E aqui vai a oitava:

Recomendo, sem medo de ser feliz, o fabuloso disco instrumental "Andres Segovia", do virtuose violonista espanhol de mesmo nome. Uma peça única e indispensável, disponível pelo selo EMI Classics e que custa algo em torno de 30 Rúpias !
Segovia reproduz e interpreta com técnica exuberante e sutileza fina, a obra de sete mestres autênticos da música: Tárrega, Sor, Albéniz, Villa-Lobos e Bach.
Peças lindas, algumas convertidas e adaptadas para arranjos de violão e outras, nascidas prontas e escritas para este fabuloso instrumento, como que encomendadas por Deus.
Destaco a interpretação dos 12 Estudos para Violão do brasileiro Villa-Lobos, de longe, a obra mais importante do mundo, jamais escrita para violão.

Um deleite. Deleite-se, então.

Vamos em frente !

GM

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Outro insight

" É fácil reconhecer quando alguém expõe um idéia brilhante: todos os idiotas ao redor se unem para uma boa sabotagem."

J. Swift

domingo, 16 de agosto de 2009

Por que nós fomos daquele jeito ?

Li e gostei. Existem livros que lemos e não gostamos. Outros que a obrigação, profissional ou pessoal, nos leva a leitura. Enfadonhamente. Outros ainda que nos hipnotizam da primeira à última letra.
Terminei ontem um desses. Terminei não, recomecei. Um livro de memórias das quais fiz parte como expectador. E isso por si já bastava para me fazer rir. E como eu ri.
Falo do Livro do Ezequiel Neves, Barão Vermelho - Por que que a gente é assim ?
Monohidrazina pura !
Eu estava lá. Em todas as entrelinhas. Lembro-me bem de uma das noites pobres em Mesquita, assistia a uma deformante TV preto e branco, quando, num do intervalos, surgiu uma voz meio rouca cantando assim: "...pro dia nascer feliz... essa é a vida que eu quis...".
Achei vulgar. Esquisito. Ousado. Naquela época meus ouvidos eram castos demais. Estava entrando na adolescência. Cheio de espinhas e pelos não mãos. Mesmo assim o riff daquela guitarra chamou minha atenção. Até o momento não ouvira nada parecido.
Já tinha curtido um pouco de Bolhas, Vimana, Made in Brazil e Terço . Mas aquele rock rasgado com blues suingado, marcado por uma voz rouca e atrevida, gritante, que perdia quase todos os contra-tempos...isso era novidade.
A mídia era uma porcaria. Mostrava Cazuza e Frejat numa espécie de animação com imagens de um aviãozinho tipo bi-plano. Alusão idiota a Otho Von Bismarck.
O nosso Barão era outro.
O livro é explosivo. Revela muito. Quase tudo. Sei de algumas estórias que não estão no livro, pois fui habitué do Rio na época que eles despontavam. Fui ao Circo e voei muito com eles e outros.
Trabalhei em Botafogo, bairro que Cazuza estudou, no hoje fechado colégio Andrews.
Sei de estórias que eles poderiam contar. Quem sabem num outro livro ?

Só sei que recomendo essa peça rara da literatura musical brasileira. Um livro com linguagem direta, sem rodeios, bem Barão.
Saiu pela Editora Globo. O Van Gogh é assinado por Ney Matogrosso e há ainda um presentinho extra: um CD com os primeiros registros em estúdio da guitarra suingada de Frejat e da rouquidão solitária de Cazuza.
Recomendo.

Vamos em frente !

GM

Insight duplo

" Todos os canalhas foram crianças infelizes."

Ziraldo
" Quando o homem casa, ou trai sua natureza ou trai sua mulher."
Guine Davidson

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Aquilo que é

"Um bom tinto revela mais do que um bom terapeuta."

Anônimo

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Periquita...o que diria Baco ?

Eu não sei. Talvez nada. Dionísio, seu primo mediterrâneo, talvez bocejasse. Um ultraje !
Quantas vezes disse e não me canso. Tantas outras hei de repetir, infatigável: um bom vinho é aquele que te faz bem.
Passou, graças a Deus, o tempo em que esnobes torciam o nariz para os bons e novos latinos, sejam da América do Sul ou aquém dos Pirineus.
Vinho é aquele que cabe no seu bolso, na sua mesa e no seu paladar. Quem frequenta o 22 da alameda das Castanheiras bem o sabe. Vinho bom é vinho meu.
Já recomendei aqui o Santa Helena Merlot 2007; o Miolo Reserva Cabernet Sauvignon 2008; o Gato Negro Malbec 2008; o Viña del Maipo Shiraz 2007, todos latinos, alguns chilenos, alguns argentinos, outros brazucas, mas todos dentro da faixa de R$ 22,00.
Agora quero falar de um novato lá em casa. Antigo de estrada, mas um entré em minha humilde morada. O Periquita 2005 tinto. Uma beldade lusitana.
Meus amigos sabem que sou filho de português. Não tenho memória de ver meu pai degustando um bom tinto, portanto, não faço idéia de suas preferências. Apesar disso, ou graças a isso, pude fazer minhas escolhas.
Produzido inicialmente em 1846, na aldeia de Cova de Periquita, o vinho tinto Periquita é ativo no varejo brasileiro. Por menos de R$ 30,00 levamos uma garrafa luminosa, cheio de um conteúdo vermelho rubi, com aromas marcantes e um leve beliscão encorpado no finzinho da língua.
Recomendo a safra 2005. Harmonize com o que você quiser. Eu pessoalmente harmonizo com Beatles e Stones até a metade da garrafa. Daí pra frente minhas companias são Tom, Vinícius e minha linda primeira-dama.
Se quiser belisque uns queijinhos ou algo assim. O resto é palhaçada.
Saúde !

GM

domingo, 9 de agosto de 2009

Insight 5

" Os pecados do ladrão são as virtudes do banqueiro "

George Bernard Shaw

Discoteca básica 7

Quero falar de Caetano. Este fim-de-semana eu ouvi muito Caetano. As duas garrafas de malbec que estiveram comigo esses dois dias também. Coitadas, não podem reproduzir aqui o que ouviram, em palavras escritas, nem em bolhas na taça. O vinho eu sirvo devagarinho, já Caetano eu ouço sem dó.

Recomendo, sempre humildemente, o disco Caetano Canta. Uma fábula musical. Justa homenagem que o bom baiano faz a seus ídolos de sons.
Na cepa, predominaram os arranjos para voz e violão. E sabemos que isso vai muito bem, obrigado, com a voz afinada e balanceada de Caetano. As homenagens foram 14. Em 14 faixas, que se de um lado não são autorais, por outro lado são sim testemunhais: Jorge Ben, Gil, Chico, Cartola, Djavan, Cazuza, Roberto, Beatles, Raul Seixas, Michael...todos estavam lá. Na voz e no violão deste filho de Santo Amaro, que alegrou o meu sábado, o meu domingo e fez diferente o gosto dos meus malbec.
Recomendo, sempre, humildemente.

GM

sábado, 8 de agosto de 2009

Insight 4

"Eu pego as lendas e transformo em coisas comuns, enquanto ele pega as coisas comuns e transforma em lendas."
Salieri falando sobre Mozart, num café qualquer de Viena.

Arquive-se

Tenho dúvidas sobre o que fazer com aqueles que são honestos:

Arquive-se.

Falta decidir o destino do caráter e da conduta:

Arquive-se.

Tem também aqueles que estendem a mão, vez em quando e amiúde:

Arquive-se.

E o que falar dos hilários que insistem em trabalhar:

Arquive-se.

Além dos inacreditáveis que ainda sonham em verde e amarelo:

Arquive-se.

Já aqueles sonhos de realizar, ousar e construir sob a égide do trabalho:

Arquive-se.

E quando o destino da fé na recuperação ética de um país repousa sob bigodes jurássicos e andorinhescos:

Arquive-se.

Um país, um povo, uma nação e sua crença. Arquive tudo.

Eu também me envergonho.

GM

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A viagem do descobrimento

Não foi aquela, de 1492, que descobriu o Caribe antes de ser Caribe. Que descobriu a América antes de Vespúcio.
Também não foi aquela de 1500, que descobriu o já sabido e que contornou a volta do mar, atrás apenas de canela, cominho e gengibre.
A verdadeira viagem do descobrimento é aquela para Brasília, a de se descobrir aquilo que se encobre:
Orçamentos fraudulentos, cartas sem destino, atos secretos, acordos, conchavos, desvios, atalhos da ética, funcionários fantasmas, sustos de plantão, rede de favores, política...políticos.
Ratos de porão.

Nunca vou esquecer que esperteza é a inteligência sem ética.

Vamos em frente !

GM

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Sinonímia para o senado

Defraudador, espoliador, esbulhador, despojador. Maroto, tratante. Ladra, ladrona, ladroa; ladravão, ladravaz, ladroaço, ladronaço. Salteador.
Corrompido, infeccionado, podre. Adulterado. Errado, viciado. Depravado, devasso, pervertido.
Desterrado. Banido. Bandoleiro. Malfeitor.

Engano da alma, engano dos sentidos, falsa persuasão, juízo falso. Erro, ilusão, vaidade. Fábula, ficção.

Desonroso; indecoroso, indigno. Desonesto, impudico, obsceno.

Inexato. Infundado. Errado. Desleal. Que segue mau caminho, má direção. Falsificado. Fingido.
Funesto, lúgubre. Escuro, sombrio. Doloroso. Penoso. Plangente, severo, tétrico. Aborrecido, enfadonho, pesado. Enfezado, raquítico. Desgraçado, infeliz. Insignificante, miserável, ridículo.
Constante, duradouro, imutável, ininterrupto. Definitivo.

Escolhido, preferido. Designado.

Vamos à Brasília...enquanto há tempo.

GM

sábado, 1 de agosto de 2009

Gran Torino

Clint Eastwood é mesmo surpreendente. Desde sempre, um clássico. Surpreende pela coragem que tem em abordar temas, de atuar em filmes que nascem de roteiros nem sempre interessantes, que mesclam os sentimentos e que confundem olhares menos atentos.
Gran Torino é assim. Não é um filme sobre questões raciais, embora pareça. Não é um filme sobre gangs de rua, embora pareça. Não é mais um filme sobre um herói de guerra aposentado, que vence os demônios do bairro em nome do american way of life.
Trata-se de um filme intenso, lindo, lírico, sobre o amor entre pai e filho. Mesmo que o pai seja um velho rabugento americano e o filho um imigrante asiático perdido na vida.

Trata-se de uma obra-prima.

Na estética. Na linguagem. Na performance de Clint como protagonista e diretor. Uma bela fita sobre o amor em família, que nunca aconteceu e de repente acontece no menos provável. No mais insólito. No quase impossível.

Meu amigo caipira Zé Roberto diz gostar de minhas dicas sobre filmes, pois são sempre clássicos e nem sempre pop. Pois é, Zé...esse eu recomendo.

Já nasceu clássico.

Vamos em frente !

GM