quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

15 anos e ainda keep walking

Decidimos, finalmente, por um evento mais singelo. Mais íntimo. Algo que fez nossa lista de convidados ser reduzida em mais de 60%.

Achei ótimo.

Teríamos a certeza de que o círculo mais sincero de amigos estaria presente. Teríamos a garantia de que os sorrisos e abraços seriam verdadeiros. Além da verdade, nada mais, a verdade de um peito amigo.

E seguimos adiante com música boa, bebida gelada, quente, morna...para todos os gostos e muita comida gostosa.

Adriana, linda desde sempre, posava de chef gourmet para nosso deleite.

Maurício, do alto se sua inteligência humana, homologou o Supertramp ao ouvir o "Ao Vivo em Paris":

- Gil...esse é aquele ao vivo do Supertramp ?? É vinil ?

Sim. A bolacha negra girava no motor elétrico de minha pick-up enquanto a agulha tk-200, diamantada, desvirginava seus sulcos.

Uma delícia !

Escutamos Beatles, Caetano, Cole Porter e fechamos com a trilha de "Forrest Gump".

As 04 da manhã algum incauto lembrou de abaixar o som. Fui devagarzinho no painel e aumentei outra vez.

Era esse o cenário do nosso aniversário de casamento. 15 anos de relação, intensa e amorosa. Alternando bons e maus momentos.

Graças a Deus os momentos felizes são mais intensos. Mais frequentes e curadores.

Abracei a todos os amigos e num brinde, pedi a mão de minha mulher outra vez. Foi quando pude ver uma ponta de lágrima nos olhos dela, ponteando a curva daqueles olhos lindos que tanto me confundem e tanto me fascinam.

15 anos e keep walking. Abrimos um verdinho para celebrar.

Foi muito bom ver que aqueles que estavam ali conosco eram os mesmos que estavam na festa dos 10 anos.

E certamente estarão na festa dos 20 !

GM

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Maria, Carnaval e Cinzas, ou, Sobre o poder e seu uso





O festival da canção da TV Record de 1967 é casa de cenas pitorescas e inesquecíveis.




Desde a cena do cantor Sérgio Ricardo, duramente vaiado durante sua apresentação de "Beto Bom de Bola", quebrando o violão e o arremessando contra a platéia, até Hebe, errando o texto na apresentação.

Aquele ano era o ano de Edu Lobo. Dele e de Marília Medalha (magrinha, ainda). Dele, de Marília Medalha e de Capinam, que escreveu a letra para uma melodia do, ainda não maestro, Edu, o filho de Fernando, o Lobo.

Mas a cena que quero destacar, e que está disponível no site "Alma Carioca", é outra.

Trata-se do também ainda não-rei Roberto, cantando um samba-canção.

Maria, Carnaval e Cinzas ficou em 5º lugar naquele festival e Roberto, quando chamado para sua apresentação por Hebe, recebeu uma dura e longa vaia.
Sim, naqueles idos anos de chumbo, a repressão era tanta que na platéia as pessoas não perdiam a oportunidade para extravasar. De se revoltar e de gritar.

Provavelmente uma vaia a um artista era na verdade uma vaia oculta a um general qualquer, numa caserna qualquer.

Era a terapia que se podia pagar.

Que o diga Sérgio Ricardo.

Quando as vaias começaram Roberto abaixou a cabeça, num gesto tradicional de agradecimento que os artistas fazem quando recebem aplausos e, bem baixinho, começou a interpretar o samba.

Olhou fixamente para as pessoas que o vaiavam e sorriu, daquele jeito mesmo, com aquele sorriso de moleque de 09 anos.

Sorriu e cantou.

Aos poucos um fenômeno interessante aconteceu. As vaias foram diminuindo e se transformando em aplausos. Lentamente, aquelas pessoas antes insanas foram se convertendo e se deixando seduzir pela música.

Antes da 1ª metade da música todos já cantavam o refrão e aplaudiam. Alguns vibravam como nas velhas tardes de domingo.

Um cena muito forte e emocionante.

Num exemplo cândido e puro do uso do poder de um rei ainda não coroado, Roberto agradeceu os agora intensos aplausos e baixou a cabeça de novo, como a se lembrar das primeiras aulas de música em Cachoeiro.

Agradeceu aos músicos, jogou um beijo para Hebe e seguiu andando, mancando um pouquinho, mas num passo decidido direto para seu camarim de lá para a história da música pop.

Esse cara é impressionante !

GM






terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Apenas um toque

E estavam reunidos para o show de Bangladesh, George, Clapton e o baixista Ron Carter quando, num repente Ron, olhou de lado para George e disse, marotamente (sobre a guitarra que Clapton tocava...aliás uma Gibson Hollowbody...!):

- George, a guitarra dele está desafinada !!!

E George, britanicamente, sacramentou:

- Cala a boca e toca !

Entendeu ?

GM

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Elvis Presley - O Número 1 !


Mandei fazer um quadro com miniaturas das capas de vários discos que considero importantes.

Fiz o quadro e, todo prosa, afixei na parede esquerda do meu cantinho gourmet lá no fundo de casa.

Estão lá, enfileirados em atitude solene, as capas do Led III, do primeiro dos Ramones, do Pet Sounds dos Beach Boys, do Sgt. Peppers dos Beatles...enfim, um time da pesada e bem sonoro.

Na primeira fileira das capas pequeninas está uma reprodução zelosa da capa do primeiro disco do Elvis.

Numa atitude cheia de energia, empunhando sem muita intimidade um violão nervoso, e com a boca aberta, como que a solfejar uma nota, lá estava o jovem Elvis Aaron Presley, ainda um ilustre desconhecido.

O disco é nitroglicerina pura. Até esta semana eu possuía apenas uma reprodução barata em CD; muito aquém de toda a energia contida naquele trabalho.

Por pura e muita sorte consegui arrematar num leilão de vinil uma cópia intacta, novinha e extremamente bem conservada deste primeiro trabalho do Rei, em vinil.

A prensagem é original. O disco é de 1956 e se tornou um clássico instantâneo. Tem gravações de 1954 e 55. Petardos como "Blue Suede Shoes" (de Carl Perkins) e "Blue Moon" (de Lorenz Hart) fizeram e fazem o balanço de 04 gerações.

Essa cópia agora e minha...minha e de meus amigos que vão ter o prazer de ouvir comigo, na compania de minha família.

Exageradamente já fiz 04 audições e cada vez mais entendo por que esse cara vendeu mais de 1 bilhão de discos e ainda é um ícone do rock and roll.

Definitivamente, o número 1.

GM

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Rio de Janeiro continuará lindo ?


Este blog poucas vezes saiu de sua temática dominante. Raras vezes abandonou as raias da música, da literatura, do cinema e da boa vivência.

As vezes, escorreguei em críticas aos ditadores proletários petistas, não obstante a todo o respeito que tenho pelo proleta verdadeiro, aquele que não usa relógio rolex e não mora em condomínio fechado em Brasília.

Por vezes, escorreguei em ensaios bestas sobre o comportamento humano. E isto, graças a Deus, aconteceu bem pouco...Sartre que me perdoe.

Hoje saio de novo de meu caminho hedonista e, bem rapidamente, traço um painel sobre caminhos possíveis para o Rio de Janeiro.

E faço isso por direito e autoridade, pois lá nasci e lá vivi por 20 anos.

A solução para o Rio não é o BOPE e sua tropa de elite. Isto é solução para a bilheteria do cinema nacional.

A solução para o Rio não são os carros de combate (tanque é para lavar roupa...diria o hoje Coronel de Cavalaria Marco Aurélio, meu instrutor nos tempos de CPOR) nas ruas.

O Rio pede uma abordagem sistêmica. Uma solução holística, aquela mesma proposta por Miro Teixeira em 1982 e que foi atropelada por Leonel Brizola e pela fraude na contagem dos votos daquela eleição.

Você lembra ? Eu lembro !!!

Miro e sua solução sistêmica ficaram para trás. Pela frente, vieram Brizola, o pai e Neuzinha, a filha, mais uma sucessão de catástrofes administrativas que culminaram com a proibição (mesmo...proibição !) de a polícia militar subir os morros em busca de traficantes.

Proibição oficial, sob a alegação política de que as favelas eram pacíficas e a polícia tinha outras prioridades.

Esqueceram de dizer que Neuzinha Brizola era frequentadora assídua do Dona Marta e que lá buscava algo bem mais lisérgico do que inspiração para suas músicas semi-pop.

O mirante Dona Marta transformara-se numa miríade e a classe média descobriu o caminho do morro em busca de prazeres mundanos e químicos.

Quem duvidar que ouça Bezerra da Silva.

Avançando um pouco mais: Brizola foi eleito governador duas vezes e quando fora do poder, seu fiel escudeiro Marcelo Alencar, lá estava pronto para fazer tudo...ou seja, nada.

E o caldo engrossou e depois entornou, como nós bem o sabemos.

A proposta de Miro era uma abordagem sistêmica composta por 05 frentes de trabalho:

1. Educação: cada favela teria 01 escola para cada 1000 famílias;
2. Ocupação: um programa de reurbanização dos entornos ocuparia o excedente de MO;
3. Punição: o consumo de drogas seria enquadrado como crime, passível de cadeia...mesmo;
4. Securitização: as fronteiras, portas de acesso para drogas e armas, seriam controladas por uma força privativa e bem remunerada (seria a privatização da segurança em nível micro...genial e moderno !);
5. Reformulação: a PM e a PC seriam unificadas numa força única ( na época o nome sugerido por Waldir da Costa Muniz foi "Força Rio"...atual, não ?).

Pois é. A proposta de Miro não saiu do papel...não há sequer registro. Somente aqueles que, como eu, ouviram os discursos inflamados nos palanques, repletos de propostas poéticas e distantes, se lembram. Essas idéias queriam no fundo se traduzir em caminhos para manter o Rio lindo, como Gil cantou.

Não faço apologia de Miro e nem de Teixeira nenhum. Quem me conhece sabe aonde, na escala evolutiva, classifico o político profissional (ou seria amador ?).

O que faço é pensar na idéia.

Então amigos, não adianta carro de combate, helicóptero blindado (com duas pás no rotor somente ?....hummm, vai cair !), fuzil belga 7,62 e pistola 9mm M974.

Essas ações me parecem muito mais um plano de marketing, com vinheta dirigida por Sergio Leone.

O Rio preciso da uma abordagem mais ampla, sistêmica e contínua.

Prometo que não volto a este tema.

GM

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sonia Braga



Dormi ontem com a TV ligada.

Queria assistir a um doc do "Profissão Repórter", que iria abordar a precariedade da saúde no Brasil. Expondo fraturalmente suas alcovas apodrecidas, filas de espera e corrupção doentia.

Este é talvez um dos pouquíssimos programas disponíveis na TV aberta, daqueles que ainda valem à pena: o formato é independente, a linguagem é desglobalizada e o objetivo não é comercial.

Antes deste doc, estava assistindo a midialização do livro "As Cariocas" do Stanislaw Ponte-Preta (alter-ego de Sérgio Porto). O espisódio de ontem tinha como protagonista a, minha, Sonia Braga.
Infelizmente ontem tinha voltado de SP e enfrentado 2 horas e meia de Marginal Pinheiros x Castelo Branco X Santos Dumont...o cansaço estava me dominando.

Meu olhos ardiam em areia, mas permaneci firme assistindo ao pasquinete televisivo com a minha musa.

Tudo era péssimo: roteiro, locução em off, direção estilo novela das sete...exceto minha musa Sonia Braga, que estava perfeita e linda como nunca e as pictóricas paisagens da Urca, meu bairro preferido na minha cidade natal.

Adormeci profundamente ainda com a TV ligada. O cansaço me levou por um caminho de sono e de sonho e como que a atender as minhas preces, sonhei com aquela mulher suculenta.

Sim, sonhei com Sônia Braga:

O primeiro sonho foi rápido...eu estava num ônibus, provavelmente o 107, que fazia a linha Botafogo X Praça Mauá. O ônibus estava totalmente lotado, exceto por um lugar ao meu lado. Num repente, percebo aquela bela morena sentando ao meu lado e olhando séria em frente.

Ato contínuo, senti sua mão deslizar pela minha perna enquanto sua boca tocava minha orelha.

Paro por aqui.

Quem assistiu a "A Dama do Lotação" de 1978, dirigido por Nevile de Almeida e estrelado pela ,minha, Soninha sabe bem o que aconteceu.

Acordei de sobressalto.

Com a boca seca fui até a cozinha e bebi num estalo 02 copos d'água.

Voltei pra cama triste achando que perdera o sonho para sempre.

Ledo engano. Tão logo voltei a dormir e Sonia Braga voltou com força ao meu inconsciente.

E lá em meu mundo onírico, estava eu saindo do bar Vezúvio e indo em direção ao centro de Ilhéus. Percebi nesta caminhada uma pequena multidão ao redor de uma casa, observando no alto do telhado, um tesouro com curvas felinas tentando pegar uma inocente pipa para um quase inocente menino.
De repente, me transportei também para cima do telhado. O inocente menino era eu. Estava ao lado dela deitado sobre as telhas. Percebi dentro do seu olhar quente, que o que ela queria era me atrair para o telhado. A pipa poco importava.

Como um sorriso de lolita na boca ela me puxou junto e em cima daquele corpo de morena do mato, que cheirava um suor gostoso, de mulher e que vestia uma chita barata.

O resto é sonho.

Assistir ao filme "Gabriela, Cravo e Canela" , de 1983 com direção de Bruno Barreto e estrelado por Sonia Braga (a minha) e Marcello Mastroianni, pode dar uma boa idéia do que fizemos naquele telhado.

Acordei com um sorriso bobo no rosto.

Por que será ?

GM

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ruas de Fogo e Diane Lane


Recebemos outro dia a sempre bem-vinda visita dos amigos Micai e Gláucia, em nossa humilde casinha
.
Já fazia algum tempo que não nos víamos, a saudade da presença daquela amizade sincera era muita e viva.

Logo começamos animado bate-papo sobre tudo o que importa e o que é importante em tudo: Vinho tinto, cerveja gelada e muito bolinho de bacalhau, quentinho, saindo da frigideira.

As gargalhadas altas e bonitas de meu amigo Micai, jogaram longe todas as incertezas sobre a vida, enquanto o olhar luminoso de Gláucia animava cada passo a seguir em frente.

Meia garrafa de malbec (o justo Latitude 33) e muitos bolinhos lusitanos depois, resolvemos assistir a um filme para relaxar e continuar com o clima perfeito.

Escolhi da minha coleção o clássico “Ruas de Fogo”, que fez muita gente dançar e bater palmas nos cinemas de 1984.

O filme é uma bem embalada estória de jovens, feita para jovens. Tudo muito simples e bonito. O roteiro é previsível, e por isso mesmo, legítimo. A direção de Walter Hill, dispensável, pois não havia ali o que dirigir...era mais uma questão de enquadramento da energia teen do que direção, tecnicamente dita.

A trilha sonora é assinada pelo monstro Ry Coorder, o mesmo de “Crossroads – A Encruzilhada” (aquele com Ralph Macchio, da franquia Karatê Kid) e de “Buena Vista Social Club”.

Ry Coorder, além de excelente músico e arranjador é um descobridor de talentos.
Na trilha do filme "Ruas de Fogo" ele emplacou uma muito desconhecida banda chamada “Fire Inc” (que mais tarde deu origem a banda “Pandora´s Box”, lembra ?), com dois hits automáticos, sendo a música “NowHere” a mais conhecida e de saudosa batida.

A vocal era a ilustre oculta Laurie Sargent, que não grava desde “Big Face” de 1986. Um estilo de cantar explosivo e bonito, que lembra (de uma forma melhorada) Bonnie Tyler.

A escolha do elenco do filme foi quase perfeita: Willian Dafoe, como o bad guy Raven Shadock; Michael Paré (quem ???), como o boa pinta Tom Cody e a estonteante e deliciosa Diane Lane...aos 19 aninhos...como a cantora Ellen, dublando a voz de Laurie Sargent.

O filme é nostálgico, bonito e um bom entorpecente para a realidade. Recomendo.

Quando Morpheus estava quase vencendo a resistência física de minha amiga Gláucia, Micai interveio com um: “...é hora de irmos embora...”. Glau, com os olhinhos vermelhos de sono e esticada, à vontade e sem sapatos no sofá da sala de TV, concordou feliz já sonhando com seu travesseiro de arroz especial.

A despedida foi com promessas de uma nova visita, um novo vinho, um novo quitute e mais uma rodada cinéfila, pois ninguém é de ferro.

Que não demore a acontecer !

Resposta ao Marcelão Caiano

Marcelão,

Segundo o blog surforeggae (surforeggae.ig.com.br) o UB 40 vendeu mais de 50 milhões de cópias, desde o primeiro disco "Signing Off" de 1980.

No ranking oficial da Bilboard eles aparecem com 30 milhões de cópias.

Valeu ?

Abraço

GM

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os mais vendidos

Saiu a atualização da RIAA/BPI da lista dos artistas (cantores ou bandas) que mais venderam discos em todo o mundo, na história da produção fonográfica.

A lista é quente, no Brasil foi validada pela ABPD e divulgada nos principais canais especializados.

Algumas surpresas interessantes ocorreram e outras confirmações e certezas que todos já tínhamos, também.

O maior vendedor de discos da história continua sendo Elvis Presley, com esta última atualização, ultrapassa a casa de 1 bilhão de cópias vendidas.

Em segundo lugar vem os Beatles, também com 1 bilhão de cópias vendidas, sendo a metade, depois da dissolução da banda.

Em terceiro vem o branquelo Michael Jackson, com míseras 750 milhões de cópias, sendo 100 milhões ainda da época do Negritude Júnior, também conhecido como Jackson Five, de quem sou fã confesso.

E olha que só do Thriller o cara vendeu mais de 500 milhões de cópias !!! De longe o disco mais vendido do planeta !!!

A lista segue com a seguinte vendagem em milhões de discos:

Abba - 370 milhões;
Queen - 300 milhões;
Madonna - 300 milhões (dos quais eu, graças à Deus, não comprei nenhum !);
Bob Marley - 250 milhões;
Elton John - 250 milhões;
Julio Iglesias (???) / Pink Floyd / Rolling Stones - 200 milhões.

A lista segue mais ou menos obviamente até que...percebo um cenário verde-e-amarelo surgindo de longe.

Sim, é Roberto Carlos (o nosso Bob Charlie) com incríveis 120 milhões de cópias vendidas !!!

Exato ! Roberto Carlos é o 37º cantor mais vendido da história da produção fonográfica do mundo !!

Para se ter uma melhor dimensão disso, basta comparar com Sinatra, que vendeu 150 milhões de cópias !!!

Vamos ver quem o nosso nobre comedor de muqueca capichaba supera...de quem o nosso rei ganha, em vendagem de discos:

The Who / Carpenters / Rod Stewart / Phil Collins / Paul McCartney (single) / Metallica / Pavarotti / Guns'n Roses / Dire Straits / Deep Purple...isso para citar os que estão na faixa de 100 milhões de cópias !!!

Se formos falar dos que estão abaixo de 100 milhões a lista seria maior e incluiria:

BB King / Santana / Ozzy Osbourne / Scorpions / Bob Dylan e Bryan Adams...!

Parabéns ao Robertão e a música brasileira !

GM

terça-feira, 16 de novembro de 2010

UB 40

Escutei nesta segunda, insana e feriada, um disco interessante que ganhei de minha sobrinha.

De nome "Brazil" (com "Z", mesmo), o disco traz regravações de clássicos do pop-rock por alguns caras bem interessantes da cena brazuca.

Achei muito boa a renovada versão de Gilberto Gil para um clássico do reggae e do mestre Bob: "Everylittle thing is gonna be all right". O ex-ministro, graças a Deus, é um músico de verdade e um político de mentira. Reescreveu de forma poética os arranjos e caprichou na voz em falsete.

O cara é profissional.

Também gostei muito da Fernanda Abreu numa versão cool para "Rock With You", lançada originalmente pelo, ainda, negão Michael Jackson no fantástico disco "Off the Wall" de 1979.

Estava repassando tranquilo a audição de Gil para o aqui já citado clássico do Bob, quando meu vizinho gritou por cima do muro: "...legal, mas reggae mesmo é UB 40...toca aí...!"

Não. Não, não, não...nãozinho, não mesmo, a-hã, de jeito nenhum, não, na-na-ni-na-não...e não !

Primeiro, que graças a Deus não há registro audível do UB 40 na minha casa. Segundo, que eles não são reggae. Terceiro, que os caras são brancos...e ingleses !!!

Não. Nadica de nada.

Certa vez ouvi "Red, Red Wine" talvez o único hit dos branquelos de Birminghan, e detestei !

Uma levada semi-reggae estudantil, cercada de arranjos babaquinhas e, acima de tudo e bem à vista do público, bastante efeito Duda Mendonça.

Não. Não mesmo. Não dá.

De raiva, para o vizinho, e alegria, para mim, espetei na vitrola o cafuzo Nelson Cavaquinho, com a mega poesia de "A Flor e o Espinho".

Enquanto virava a picanha de lado e tragava mais um sorve de meu malbec, cantarolava feliz: "...tire o seu sorriso do caminho...que eu quero passar com a minha dor...".

Afinal, para que servem os vizinhos ?

GM

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Lou Reed - New York

Nunca fui muito fã do Velvet Underground.

Na verdade nunca entendi muito bem o movimento punk-rock. Das origens tudo bem, era mesmo preciso romper com aquela estética ruminante do glam-rock e da disco music. Afinal, quem é que se lembra das bonecas do NY Dools e dos mega hits de Olívia Newton-John ?

Dá licença...

Neste sentido, como purista, e entendendo que os caras queriam espaço para vomitar, eu consigo entender o punk e até curtir algumas coisas dos Sex Pistols, do Clash, dos Ramones e do PIL.

Mas o Velvet, não.

Não conseguia e ainda não consigo engolir a imagem de garotos rebeldes, mas muito bem remunerados...as jaquetas italianas...a imagem da quase-cantora Nico.

Tudo muito plástico, inclusive a influência de Andy Warhol.

Não dá, mesmo.

Exceto, talvez, por Lou Reed. Ele sempre me pareceu ser muito mais música do que atitude. A prova disso é que saiu do Velvet e continuou produzindo bem e gravando também.

Quando ouço Lou Reed me lembro de caras como Johnny Cash, que cantava baixinho e sussurrava no ouvido dos microfones letras agressivas e vermelhas.

Com Reed é a mesma coisa.

O disco New York, por exemplo, ainda conserva a juventude dessas letras taradas e daqueles arranjos com a simplicidade e a idiotice punk, arrredondados por um pitada de country & western e R&B.

O disco é muito bom. E continua sendo apesar de ter sido lançado na década de 90.

Sempre que quero ouvir algo mais relax, espeto esse carinha na agulha e o resultado é sempre muito punk...só que de verdade !

Recomendo.

GM

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Feriado em Brasíla

"...e que tudo-o-mais, vá para o inferno..."

Roberto Carlos, o Braga & Erasmo Carlos, o não-Braga.

São mais 12 anos...senta que lá vem estória !

GM

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Luto Oficial

Em função do falecimento da Srª Democracia, ocorrido na data de ontem, este blog está de luto oficial por 03 dias.

A desgraça era francamente anunciada e quem quiser seguir o féretro, que fique á vontade.

Eu me recuso !

GM

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sinatra

Comprei algumas preciosidades num sebo de Itu: 05 ou 06 bons discos e algo mais que me alegrou.

Voltei pra casa à tempo de preparar o bacalhau para meus amigos Caiano, Renata e o filhote Toninho.

Após tudo no forno, porções nada espartanas, tive tempo livre ao ócio criativo...obrigado Domenico De Masi !!!

Me dediquei então ao cultivo daquelas sementes que havia comprado em Sorocaba. Comecei limpando os discos com álcool isopropílico (aquele mesmo que a modelo Kate Moss disse usar na periquita uma vez por mês...cada bebum com seu tipo de álcool e seu respectivo tipo de aplicação - o meu é para beber !!!).

Depois de tudo limpinho, espetei na agulha o que mais queria ouvir: Sinatra, The Main Event. Gravado ao vivo em 13 de outubro de 1974, no Madison Square Garden, na saudosa NYC.

Esse petardo, produzido pelo maestro Don Costa (o pai da Nika Costa, lembra de "Oh My Own" e também de "Midnight" ???), é arrebatador !

Não tenho muitos CD´s do Sinatra, talvez 05 ou 06. Também não tenho muitos discos do Sinatra, talvez 06 ou 07... mas agora tenho esse.

Espetei o LP direto na faixa "The Lady is a Tramp" e logo me imaginei de volta ao "Taver on the Green" no Central Park, bebendo um vinho barato e cheiroso !

Caramba !

Segui ouvindo "Let me Try Again" e um pequeno milagre ocorreu: minha mulher que estava distante, distraída nas profundas paragens de um livro gostoso e, meu filho, que estava pertinho logo alí em Plutão, súbito, juntaram-se a mim.

A patrôa, com coxas roliças e bem depiladas, exibidas e oferecidas, se juntou ao mim e aos ácaros no sofá.

O molecão, completamente dentro do mais absoluto e delicioso nada, mergulhava à seco nas páginas de Júlio Verne.

Sinatra...o único presente...embalava a todos com seus braços rosados de vinho e cheios de manchas senis.

Fantástico !

O disco fecha com "My Way" e com muitas risadas pra dentro.

Minha mulher me sorriu sugestiva com os olhos, enquanto meu filho já estava à guarda de Morpheus.

Que bom que estou vivo nesse minuto !

O resto que se dane !

GM

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Daquilo que é básico

Refletindo sobre algo que pudéssemos chamar de básico em termos de discografia de músicos considerados importantes, me deparei com o desafio de tentar produzir uma lista de discografia básica de uma de minhas bandas preferidas, The Beatles.

Após consultar as boas fontes de Bob Spitz, Cosac & Naify, Jeff Russel, além do site oficial dos Beatles, cheguei a seguinte conclusão:

Please, Please Me - 1963;
Withe The Beatles - 1963;
A Hard Day's Night - 1964;
Beatles For Sale - 1964;
Help ! - 1965;
Rubber Soul - 1965;
Revolver - 1966;
Magical Mystery Tour - 1967;
Sgt. Peppers Lonely Heart Club Band - 1967;
The Beatles (Álbum Branco) - 1968;
Yellow Submarine - 1969;
Abbey Road - 1969;
Let it Be - 1970;
The Beatles (coletânea azul e vermelha - 62 a 66 e 67 a 70) - 1973;
Love Songs - 1977;
Past Masters 1 e 2 - 1988;
Live at BBC - 1994;
Anthology 1 - 1995;
Anthology 2 e 3 - 1996;
One's - 2000;
Let it Be Naked - 2003;
Capitol Albuns 1 - 2004;
Capitol Albuns 2 - 2006;
Love - 2006.

Não inclui aqui as reproduções comerciais, os especiais de fim-de-ano e as coletâneas comemorativas.

Só preservei o básico.

Uma lista de títulos, alguns originais outros remasterizados a partir dos másters originais, que nos ajudam a entender a trajetória de criação de músicas importantes para o contexto musical, cultural e comportamental de hoje.

Recomendo...qualquer um deles.

GM

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dano e Reparação

O bom e velho Aurélio, pacientemente, nos ensina:
"...antídoto é uma substância, ou mistura de substâncias, que neutraliza os efeitos de um veneno..."
Isto posto, vamos ver o que podemos fazer com estas mazelas auditivas:
Para o "Minha Vida e Minha Música" da dupla consanguínea Chitãozinho & Xororó, tome drágeas de "Construção", do Chico Buarque. Muitas mesmo.
Para o "Dose Dupla" (aquele da foto de jeans na capa, lembra ?) do Leandro e Leonardo, beba doses de "Kind of Blue", do Miles Davis. Capriche no copo.
Quando o caso for o "Beleza Rara" da Banda Eva (o último com a Ivete ?), engula colheradas de "Corcovado", doTom Jobim. Não pare até secar a colher.
Se algum dia doer nos ouvidos o "Na dança do Strip Tease" (aquele mesmo das letrinhas coloridas na capa...) da Companhia do Pagode, esfregue por todo o corpo porções generosas de uma pomada feita à base do "Renaissance" de Ray Charles. Durma sem banho, por via das dúvidas.

Quando o vizinho insistir com o vazio "Turma do Batente", do É o Tchan (lembra da foto deles na capa ? Todos dentro de um ônibus e com a Dra. Sheila Mello vestida de enfermeira...que delícia), cheire carreiras grossas de "Dois na Bossa" com Elis Regina. Apesar disso, feche os olhos e fantasie uma noitada selvagem com as Sheillas.
Se algum dia o "Fuegos de Amor", do SPC lhe entupir o canal auditivo. Respire lentamente e ponha na boca uma pastilha do "The Bends" do RadioHead. Passa rapidinho, eu garanto.
Quando o "KARAMETADE" (na capa estava em maiúsculas mesmo, lembra...e com uma bela foto do Rodriguinho) bater em forma de cólica no seu rim esquerdo, abra, correndo, uma garrafa de "Let It Be", dos Beatles, safra pra lá de 21 anos e beba suavemente e sorrindo, pois eles, os Karas e as Metades, agora estão sem gravadora...Graças à Deus !!!
E finalmente, mórbidamente, se "num frio e luminoso dia de abril" - que me permita Orwell, o seu cunhado aparecer na sua casa com o CD "As Melhores do Molejão"...(aarrrrrrrrrrrgh !) do Grupo Molejo...pegue o safado pelo colarinho e deixe-o de fora, no frio...ato contínuo, injete na alma 10 ml do "Exile on the Main St." dos Stones, misturados com 5 ml do "Unknow Pleasures" do Joy Divison.

É tiro e queda. Maior a reparação do que o dano causado.

E para que servem os cunhados ?

GM

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

CBN Livros - Arnaldo Jabor

Já havia me interessado por essa série de livros que está sendo publicada com o título "CBN Livros".

Dei uma olhadinha outro dia na Saraiva, mas, bestamente, não comprei.

Nesta terça, aguardava pelo embarque em Viracopos, com destino a Navegantes, quando reconheci de longe na prateleira da La Selva um livro de capa vermelha e com a assinatura CBN.

Era uma coleção de resenhas e comentários do ácido Arnaldo Jabor, um cineasta preguiçoso e excelente cronista popular.

Li de cabo a rabo, até ter dor nos olhos. Muito bom !

A mesma aura descomprometida, crítica e bem-humorada que ouvimos na CBN está presente no livro.

A edição conservou o tônus original.

A verdade de Jabor ficou exposta como uma fratura.

Recomendo.

GM

domingo, 10 de outubro de 2010

A Invasão dos Nóias

No Aurélio não existe definição. É verdade, eu chequei.

Eu imagino que esta corruptela venha de paranóia. Mas juro, é pura imaginação.

O fato é que eles vieram. E sem pedir permissão quase que triplicaram a populçao de minha pequena grande Itu.

Vieram atrás dos atrativos de um festival de música e artes. Como artistas, andaram pela cidade com seus dread-locks, tatuagens sem-fim e muito metal espetado no corpo.

Meu filho perguntou-me o que era um nóia. Faltaram-me palavras para descrever esta exuberante forma errante. Mas sim, vimos alguns pelo caminho:

Em frente a minha banca de jornal preferida, me roubaram a vaga do estacionamento.

Próximo ao butequim Colombo, me tiraram a porção de batatas.

Dentro da padaria eleita de todo sábado, me roubaram a vez no balcão.

Caminhavam aos bandos com o olhar fixo em nada e desnudos em vestes coloridas. Povinho engraçado esse...

Meu filho viu um na fila do supermercado, comprando cerveja , esperando e se divertindo de uma forma biológica, porém estranha:

- Pai, acho que o moço está tirando meleca do nariz e comendo...
- Liga não, filho...talvez a música compense...

GM

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Depois das eleições...

E como diria o filósofo etílico-pensante Léo Jaime: "...nada mudou !...".

GM

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Discografia dos Beatles...quase lá !

Isso é quase um anúncio:

Para completar TODA a discografia oficial dos Beatles, agora só me falta o Capitol Albuns 1.

Se alguém tiver ou souber de quem tem e queira vender, por favor, mande notícias !

Obrigado !

GM

Raul de Sousa

Um achado.
De longe um dos maiores instrumentistas do mundo ! Sem exageros ufanistas.
Raul de Sousa, um trombonista, um arranjador e um inventor. Dono de um fraseado único, criou raridades e deixa como legado, além das composições, um instrumento por ele inventado, o sousabone (um trombone com uma vávula a mais, afinada em dó).
Carioca de Bangu, desde os 16 anos tocando em gafieiras. Ganhou o mundo. Gravou nos Estados Unidos e Europa e dividiu o palco com Sonny Rollins, George Duke e Chic Corea.
E lá estava eu à noite garimpando coisas boas numa "boa loja do ramo" quando belisquei um vinil do Raulzinho ainda LACRADO !

Isso mesmo ! O Disco era um regravação do disco "Imapcto 8" lançado pelo Raul em 1968. Nas minhas mãos estava a prensagem de 2002. Totalmente virgem ! Nunca vira agulha alguma !
Acelerei no limite da responsabilidade para chegar em casa e estrear o achado.
Eu não me lembrava como era límpido e puro o som de um vinil novo...agora recordei.
O disco é básico. Uma levada jazz-samba-funk que só quem sabe faz.

Ouvi até o vizinho reclamar.

GM

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Riva Rock Discos

"Sem compromisso com o sucesso, apenas com a música."
É esta frase que materializa o espírito que encontrei na loja do Riva, ilustre conhecedor do meio musical, que tem um belíssimo sebo em Campinas, no Centro, na esquina da Barreto Leme com Luzitana.
O acervo é de primeira grandeza. Do rock ao jazz você vai encontrar de tudo, passando pelo blues, pop, MPB e clássicos.
O cara é uma simpatia. Não atrapalha a tua compra, não fica em cima e ainda sugere ótimos discos.
O forte da loja é o vinil, mas tem também belas avenidas em CD´s e outras mídias.

Quem gostar da dica, confira.

Eu recomendo.

GM

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Sophia Loren, Vitorio De Sica e meu filho Víctor

Hoje assistimos, eu e Víctor, um clássico do cinema Italiano e mundial.
Ontem, Hoje e Amanhã. Com A bela Sophia Loren e o competente Marcello Mastroianni.
Mundial sim , pois foi com este filme que o mestre De Sica, arrebatou a estatueta de melhor filme estrangeiro de 1963. O primeiro de uma produção italiana com versão para o inglês.
Ontem, Hoje e Amanhã é a estória de três mulheres, Adelina, Ana e Mara que são vividas na tela pela deliciosa Sophia Loren, esbanjando talento, curvas, volumes e sensualidade.
Nápole, Milão e Roma como contexto de três personagens normais: a esposa com vida dura, a infiel milionária e a garota de programa estonteante. Somente a pena firme de De Sica e os argumentos de Eduardo De Fillipo, Alberto Morávia e Cesare Zavattini seriam capazes dessa poesia de alto nível.

O ponto mais inusitado do filme foi aqui em casa mesmo, na pequena e gigante Itu.
Como disse, assisiti ao filme com meu filho e, sem querer, meio que por obra do acaso, foi presenteado com o primeiro strip tease de sua vida.
Lógico. Tudo muito comportado. A deusa Sophia no final estava ainda de sutiã e calcinhas (aliás, calçolões), mas valeu a viagem.

Quem já foi ao banheiro do posto Graal de Barueri, aquele na volta de SP pela Castelo Branco sentido interior, certamente já reparou numa enorme foto da bela Loren em trajes mínimos e segurando na ponta dos dedos, algo como uma peça de espartilho...acho.
Esta foto é da cena de strip tease do filme, onde uma espetacular Sophia Loren faz babar um abestado Mastroianni. Sorte dele.

O primeiro show de desnudo feminino de meu filhão foi com muita classe...uma soberba mulher que certamente vai habitar o imaginário dele por alguns anos.

Sorte minha !

GM

domingo, 26 de setembro de 2010

A mulher e a TPM

Uma mulher atacada por uma crise de TPM é a prova mais inconteste, verdadeira e absoluta de que a tortura existe.

GM

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Graceland

Paul Simon não é o maior vendedor de discos do mundo. De fato não é.
Na lista da Bilboard, seu trabalho solo de maior destaque é Graceland, que vendeu mais de 15 milhões de discos e está em 124º lugar.
Longe da lenda Michael Jackson que na lista emplacou 03 trabalhos entre os 10 primeiros, somando a estúpida cifra de 183 milhões de discos, só com Thriller, Bad e Dangerous.
Durma com um barulho desses !
Paul Simon também não se compara a Roberto Carlos, em termos de números, que já vendeu 112 milhões de discos, mas Roberto não é muito normal não. Esse comparativo não serve pra nada. Parece coisa de consultor de empresas.

Mas o trabalho de Paul Simon não é exatamente para as massas. Não é exatamente comercial.
Intimista. Com um pé no jazz e outro no folk. Moderno a ponto de misturar axé brasileiro e vocais africanos em trabalhos semi-pop, Paul segue mais para Dolores Duran do que para Carmem Miranda.

O cara é bom. Já o conhecia desde os tempos do disco ao vivo gravado no show do Central Park (1978, acho) e também desde a trilha do filmaço "Graduate" (A 1ª Noite de um Homem) com Dustin Hoffman.
Aqui destaco o trabalho Graceland de 1986 que chegou às minhas mãos hoje no formato LP.

Uma resenha inovadora de batuques, arpejos, côros e cordas. Somente um Paul que já foi o Simon da dupla folk Simon & Garfunkel seria capaz de se reinventar e beber das almas brasileiras e africanas, para produzir uma obra-prima.

Recomendo.

GM

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Legião

Chegando de Brasília, eles vieram com um som muito cru e cheio de sintonia com o hoje.


Os acordes eram básicos e naturais. Os arranjos deixavam a desejar e a harmonização era desnecessária.


A Legião foi uma banda de movimentos poéticos e solitários. O rock brasileiro já tinha a consistência de um Barão Vermelho e as experiências de Vímana e Terço.


Faltava apenas identidade.



Com um som de garagem e pobre de recursos (pelo menos até o disco "O Descobrimento do Brasil"), Renato, Marcelo e Dado povoaram as noites e o imaginário de jovens new-wavers que balançavam muito a cabeça e ouviam muito pouca música.


Renato era a alma e a voz; Dado a estrutura e Bonfá os rascunhos.


De Legião I a "Quatro Estações" houve uma evolução musical grande e uma deterioração comportamental suja.


Paciência.



Recomendo "Perfeição" uma faixa-poema que precisava ser escrita.



GM

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Antes do meu remédio

Antes de ouvir Beatles eu não passava de um punhado de moléculas. Depois, me agrupei.
Antes de ouvir Little Feat eu era meio cego dos ouvidos. Depois, me completei.
Antes de ouvir Caetano eu era como um pequeno carrapato. Depois me ajustei.
Antes de ouvir Ray Charles eu era como um amorfo largado num canto qualquer. Depois, me estruturei.
Antes de ouvir Tim Maia eu era um incompleto viajante. Depois, me orientei.
Antes de ouvir Stones eu era uma pedra bruta juvenil. Depois, me arredondei.

Antes de ouvir Louis Armstrong era como se eu fosse um pobre diabo. Depois, me exorcizei.

Antes de ouvir Raul de Sousa eu era indiferente. Depois, me reparei.


Antes de ouvir Paul Simon eu era um errante caminhando. Depois, me aprumei.

Antes de ouvir Chico era como se eu fosse uma resma de folhas soltas. Depois, me encadernei.

Antes de ouvir Sinatra eu era tão pequeno. Depois, me agigantei.

Antes de ouvir Bob Dylan eu era um pequeno e massante burguês. Depois, me retoquei.

Antes de ouvir Tom Jobim eu era com uma poça fria na estrada. Depois, me enxuguei.

Antes de ouvir Julie London eu era um idiota egocêntrico. Depois, me apaixonei.

Antes de ouvir Djavan minha cabeça era de pedra. Depois, me arejei.

Antes de ouvir Stan Getz minhas mãos tremiam. Depois, me acalmei.

Antes de ouvir Doors minhas pernas eram curtas. Depois, me estiquei.

Antes de ouvir Marisa Monte eu era um pobre bitolado. Depois, me espalhei.


Antes de ouvir Nina Simone eu era uma pequena lesma febril. Depois, me superei.

Antes de ouvir Tony Bennet, Elis Regina, Aretha Franklin, Edu Lobo, Etta James, SuperTramp, Eric Clapton, Renaissance, Elvis, Luiz Gonzaga e Miles Davis eu não passava de um certo volume de pus, escárnio, fracasso, medo, covardia e egoísmo...depois, eu me curei.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A santíssima trindade da política brasileira

Esse tema é complexo.
Pode ter muitas combinações. Verdade. Tudo se combina.
Hoje assisti ao Filme "Estômago", produção brasileira e italiana que teve marcante atuação do jovem ator João Miguel. O filme é soberbo. Uma ode a gastronomia e a vida atrás das grades.
Uma direção segura do cineasta Marcos Jorge, revela uma linguagem dura e poética, entre peitos e bundas. Mais peitos do que bundas.
Revela também a realidade e a dureza da vida de quem migra para uma metrópole, só com a coragem e a alma.

Vendo o filme aprendi muitas misturas novas.
Aprendi que a sobremesa Romeu & Julieta se torna Anita & Garibaldi, quando você troca o queijo Minas por gorgonzola.
Aprendi que angustura serve também para destilar um bom rabo-de-galo. Coisas da cadeia.
Tudo bem. Em política também se mistura.
A mistura mais atual é também a mais ridícula. Revela a santíssima trindade da política brasileira.
O ex-boxer Maguila, faz às vezes de chocolate. O palhaço Tiririca seria o caju, um tanto quanto azedado e a Mulher-Pêra, por favor não ria, seria a fruta da estação.
Vejamos então, chocolate + caju + fruta-da-vez = Brasil, aquele que Charles de Gaulle disse que não era sério, 50 anos atrás.

Maguila, Tiririca e Mulher-Pêra...socorro !!! Socorro !!! Socorro !!!

Prefiro a Maria-Louca !

Coisas da cadeia...

GM

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um fim-de-semana perfeito no Rio

Começa com um chopp descontraído, sexta à noite, num boteco qualquer do baixo Tijuca; depois vira-se à direita com destino ao gigante Mário Filho, e lá deixa-se a emoção tomar conta das lembranças dos gols inesquecíveis de seu time.
Segue-se em frente rumo ao Mirante do Leblon. Lá, com a descontração necessária que uma porção de pescada frita pede, deixe-se levar nas ondas de uma cerveja bem gelada e do barulhinho bom do quebra-mar.
Continue. Visite amigos e faça um bom churrasco, mas não se esqueça de que a noite do Rio pertence a Lapa, e lá tudo é quarenta graus.

Se tiver fôlego, na manhã seguinte vá a trilha Cláudio Coutinho, volte a ser criança no convívio de macaquinhos e cardeais e descubra amoras pelo caminho.
Com tranquilidade vá até o Leblon, pare no posto 9 e coma uma porçãozinha de camarão assado no quiosque do Cyrillo. Ele vai estar de bom humor. O camarão também.
Quando o cansaço bater, se bater, siga destino rumo ao forte Copacabana. Lá, beba devagarinho um expresso justo na Confeitaria Colombo e se encante com a vista incrível da enseada de Copacabana, com seus contrastes sociais.
Se chover vá ao shopping Leblon, a feijoada do Botequim Informal é carioca, e da gema.
Se não chover delire, o Rio é todo seu.
Quando a fome apertar o Porcão te recebe e te abraça com o Pão de Açúcar e a Bahia de Guanabara ao redor.
E se você for de samba, o Barril 8000 da Barra te convida a um partido certeiro com Arlindo Cruz. A música é de primeira, o ambiente fica pra depois.
Acorde com sono. Tome um bom café e volte pra São Paulo, de olho no calendário e fazendo planos pra quando voltar.
O Rio é assim, quem prova volta.

GM

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O cinema dos anos 80

Assistia tranquilo ontem à noite ao filme "De Volta Para o Futuro III", produzido pelo Spielberg e dirigido pelo Zemecks. Meu filho deitava preguiçosamente a cabeça na minha perna e minha mulher, por perto, completava a cena.
No meio da fita, bem antes do duelo entre McFly e Beef Tanen, meu filho me surpreendeu com uma daquelas tiradas curtas, que só a crueldade inocente das crianças é capaz. Me perguntou num só fôlego quais os melhores filmes que assisti na minha juventude.
Seria impossível listar. Nem tentem fazer isso em casa, até por que, definir o que é um filme "bom" ou "melhor" , por si, é um desafio impensável.
O filme é bom se assim lhe parece.
Mesmo assim o danadinho insistiu e acabei listando não os melhores, mas sim um compilado daqueles que tiveram alguma importância para mim. Veja abaixo os 05 primeiros:
1. Bruce Lee e o Vôo do Dragão - Assisti provavelmente em 1977, na companhia de meu irmão, numa matiné dupla qualquer do Cine São Gerônimo (que virou supermercado e depois igreja), em Mesquita/RJ. É a lembrança mais antiga que tenho em termos de cinema. A cena de Bruce com Chuck Norris duelando no Coliseu de Roma é a mais importante cena de luta da história do cinema. Impagável.
2. Grease (Nos Tempos da Brilhantina) - Outro clássico que teve uma péssima tradução. Trata-se da adpatação para o cinema do musical da Broadway chamado Grease (e apenas). Tinha Travolta e Olívia Newton-John no elenco. Assisti em 1979 com a turma da rua Cordura, no Cine Verde de Nova Iguaçu. A cena que mais lembro é a cantoria no campo de futebol (Tell me more...).
3. O Feitiço de Áquila - Para quem quiser uma amostra do que é uma bela mulher, veja Michelle Pfeifer neste filme. Uma delícia. Assisti com minha irmã no Cine Méier em 1985.
4. Os Goonies - A trilha de Cindy Lauper era melhor que o filme, mesmo assim foi marcante. Aventura de um grupo de amigos que se arriscam num mundo de duendes e fadas. Assisti no saudoso ano de 1986.
5. Karate Kid - Era 1984. Um filme que marcou muito mais pela boa exposição de virtudes do que pela produção. Um clássico. Pat Morita roubou a cena. Belíssimo filme.
Prometo falar ainda de outros como, A Lagoa Azul, Um Tira da Pesada, Conta Comigo, vamos aos poucos, enquanto a pipoca estoura na panela.

GM

domingo, 29 de agosto de 2010

Blood, Sweat & Tears

Já escrevi nas estradas deste blog um artigo sobre certos endereços que conheço, ótimos para a obtenção de raridades em termos de boa música.
CD, vinil, K-7...não importa, me lembro no mínimo de ter dado duas boas dicas, que certamente valeriam a pena investir.
A lista completa seria grande, iria desde a centenária Elizart no RJ, rainha de livros e discos usados, até a Brunetti de Blumenau, ótimo ponto para CD´s e DVD´s; passando pela Vinil Sempre de Porto Alegre, pela Baratos & Afins de SP e outras tantas...muita coisa boa.
Esta semana que passei trabalhando em Blumenau, fui visitar à noite uma das mais recentes fontes de preciosidades que conheci, a Book Center, que fica bem próxima ao Shopping Neumart, no centro.

Me surpreendi com um gigantesco e muito bem organizado acervo de discos de vinil, talvez mais de 3.000 peças, enfileiradas em prateleiras por ordem alfabética e de autor.
Comecei pacientemente minha busca. Senti falta de um bom tinto para me acompanhar. Avancei com sede pela seção de MPB e de cara arrebatei "Pássaro da Manhã" da Bethania...raridade.
Passei para a seção de jazz e afins. Olhava um-a-um todos os discos com suas capas e ia separando os que me interessavam. Meio distraído, olhei de lado um disco de capa meio escurecida que me chamava.

Era uma coletânea do Blood, Sweat & Tears. Clássica. Continha as duas fases da banda, a primeira com os vocais de Al Kooper e a segunda já com o infernal Clayton-Thomas na cantoria.
Eu conhecia o trabalho da banda, só que de longe. Não tenho nenhum CD deles e nem um outro material. Estranhei eles estarem alí na seção de jazz (apesar de terem sido fundadores do "fusion" e do "jazz-rock" em 1967); eu pessoalmente detesto coletâneas. São como fotos de sorriso forçado, só mostra o lado "A" de cada trabalho.

Definitivamente não sou um caça hits.

Trouxe comigo para Itu, uns 40 discos excelentes e logo em casa comecei a limpar e recuperar as capas, enquanto ouvia e bebia.

As vezes vice-versa.

Quando estava com o disco do Blood nas mãos, percebi um detalhe curioso: uma pequena etiqueta de preço e código de produto, indicava o nome da loja que havia vendido o exemplar pela primeira vez. O ano marcado era 1989. A etiqueta trazia a marcação "Brunetti" de Blumenau, a mesma loja que hoje me fornece muito material bom e de primeira qualidade.
Tirei uma foto da pequena e antiga etiqueta. Da próxima vez que voltar a Blumenau vou surpreender a turma da loja com esta lembrança.
Mas falando do Blood...não é nada parecido com o rock cru e acústico que estava acostumado. O som tem muita qualidade. São músicos de verdade. Os arranjos são difíceis e a execução é perfeita.
O som é forte, intenso e bonito. Ali dentro tem Ray Charles, James Brown, Miles Davis e Sam Cooke.

Ouvi até a última gota.

A faixa "Child is Father to the Man" é uma cria de luz. Incrível vir de uma banda de rock.
Dizem que o nome da banda é uma alusão a um disco do Johnny Cash, ou a um discurso de Churchill após o sucesso do desembarque dos aliados na Normandia. Ele teria dito que a vitória aliada foi com "...sangue, suor e lágrimas...".

Confesso que não precisei de nada disso para ouvir o disco por duas horas seguidas.

GM

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Paulinho da Viola

Quando ele surgiu, foi como uma renovação no samba e na MPB de então. Final dos sessenta, início dos 70. Acompanhado de gente do quilate de Martinho da Vila e João Nogueira, começou a escrever uma história e um samba diferente.

No trabalho dele a base rítmica passaria, então, a um papel secundário, sem deixar de ser importante, e as harmonias ganhariam a vez, na voz afinada e de veludo de Paulinho.

Ficaram para trás os dias de conhaque e coadjuvância do ZiCartola, bar que o lançou, assim como a outros tantos.

Ontem à noite tirei a poeira do vinil entitulado "Paulinho da Viola", prensado pela Odeon em 1975 e que trazia na capa, contra-capa e encarte, desenhos e grafites de Elifas Andreato, nada mais, nada menos.

O belo disco começa com "E a Vida Continua" abrindo a lado "A" e fecha o lado "B" com "Deixa Rolar", do saudoso Sidney Miller.
Um disco de samba. Um disco perfeito.
Na parte interna do encarte, há a reprodução de um bilhete, na própria grafia da letra de mão do Paulinho, destinado a Milton Miranda, diretor artístico do projeto:
"Milton, a idéia é essa aí. O disco fala de coisas da natureza, da vida das pessoas simples e das transas do amor (infinitas jornadas de amar e viver...). Eu gostaria que ele começasse e acabasse com as músicas indicadas.
Não sei, vê se dá. Depois eu te telefono.
Um abraço do irmão, Paulinho."

É isso mesmo, o disco é um abraço, de Paulinho da Viola.

GM