quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Rio de Janeiro continuará lindo ?


Este blog poucas vezes saiu de sua temática dominante. Raras vezes abandonou as raias da música, da literatura, do cinema e da boa vivência.

As vezes, escorreguei em críticas aos ditadores proletários petistas, não obstante a todo o respeito que tenho pelo proleta verdadeiro, aquele que não usa relógio rolex e não mora em condomínio fechado em Brasília.

Por vezes, escorreguei em ensaios bestas sobre o comportamento humano. E isto, graças a Deus, aconteceu bem pouco...Sartre que me perdoe.

Hoje saio de novo de meu caminho hedonista e, bem rapidamente, traço um painel sobre caminhos possíveis para o Rio de Janeiro.

E faço isso por direito e autoridade, pois lá nasci e lá vivi por 20 anos.

A solução para o Rio não é o BOPE e sua tropa de elite. Isto é solução para a bilheteria do cinema nacional.

A solução para o Rio não são os carros de combate (tanque é para lavar roupa...diria o hoje Coronel de Cavalaria Marco Aurélio, meu instrutor nos tempos de CPOR) nas ruas.

O Rio pede uma abordagem sistêmica. Uma solução holística, aquela mesma proposta por Miro Teixeira em 1982 e que foi atropelada por Leonel Brizola e pela fraude na contagem dos votos daquela eleição.

Você lembra ? Eu lembro !!!

Miro e sua solução sistêmica ficaram para trás. Pela frente, vieram Brizola, o pai e Neuzinha, a filha, mais uma sucessão de catástrofes administrativas que culminaram com a proibição (mesmo...proibição !) de a polícia militar subir os morros em busca de traficantes.

Proibição oficial, sob a alegação política de que as favelas eram pacíficas e a polícia tinha outras prioridades.

Esqueceram de dizer que Neuzinha Brizola era frequentadora assídua do Dona Marta e que lá buscava algo bem mais lisérgico do que inspiração para suas músicas semi-pop.

O mirante Dona Marta transformara-se numa miríade e a classe média descobriu o caminho do morro em busca de prazeres mundanos e químicos.

Quem duvidar que ouça Bezerra da Silva.

Avançando um pouco mais: Brizola foi eleito governador duas vezes e quando fora do poder, seu fiel escudeiro Marcelo Alencar, lá estava pronto para fazer tudo...ou seja, nada.

E o caldo engrossou e depois entornou, como nós bem o sabemos.

A proposta de Miro era uma abordagem sistêmica composta por 05 frentes de trabalho:

1. Educação: cada favela teria 01 escola para cada 1000 famílias;
2. Ocupação: um programa de reurbanização dos entornos ocuparia o excedente de MO;
3. Punição: o consumo de drogas seria enquadrado como crime, passível de cadeia...mesmo;
4. Securitização: as fronteiras, portas de acesso para drogas e armas, seriam controladas por uma força privativa e bem remunerada (seria a privatização da segurança em nível micro...genial e moderno !);
5. Reformulação: a PM e a PC seriam unificadas numa força única ( na época o nome sugerido por Waldir da Costa Muniz foi "Força Rio"...atual, não ?).

Pois é. A proposta de Miro não saiu do papel...não há sequer registro. Somente aqueles que, como eu, ouviram os discursos inflamados nos palanques, repletos de propostas poéticas e distantes, se lembram. Essas idéias queriam no fundo se traduzir em caminhos para manter o Rio lindo, como Gil cantou.

Não faço apologia de Miro e nem de Teixeira nenhum. Quem me conhece sabe aonde, na escala evolutiva, classifico o político profissional (ou seria amador ?).

O que faço é pensar na idéia.

Então amigos, não adianta carro de combate, helicóptero blindado (com duas pás no rotor somente ?....hummm, vai cair !), fuzil belga 7,62 e pistola 9mm M974.

Essas ações me parecem muito mais um plano de marketing, com vinheta dirigida por Sergio Leone.

O Rio preciso da uma abordagem mais ampla, sistêmica e contínua.

Prometo que não volto a este tema.

GM

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sonia Braga



Dormi ontem com a TV ligada.

Queria assistir a um doc do "Profissão Repórter", que iria abordar a precariedade da saúde no Brasil. Expondo fraturalmente suas alcovas apodrecidas, filas de espera e corrupção doentia.

Este é talvez um dos pouquíssimos programas disponíveis na TV aberta, daqueles que ainda valem à pena: o formato é independente, a linguagem é desglobalizada e o objetivo não é comercial.

Antes deste doc, estava assistindo a midialização do livro "As Cariocas" do Stanislaw Ponte-Preta (alter-ego de Sérgio Porto). O espisódio de ontem tinha como protagonista a, minha, Sonia Braga.
Infelizmente ontem tinha voltado de SP e enfrentado 2 horas e meia de Marginal Pinheiros x Castelo Branco X Santos Dumont...o cansaço estava me dominando.

Meu olhos ardiam em areia, mas permaneci firme assistindo ao pasquinete televisivo com a minha musa.

Tudo era péssimo: roteiro, locução em off, direção estilo novela das sete...exceto minha musa Sonia Braga, que estava perfeita e linda como nunca e as pictóricas paisagens da Urca, meu bairro preferido na minha cidade natal.

Adormeci profundamente ainda com a TV ligada. O cansaço me levou por um caminho de sono e de sonho e como que a atender as minhas preces, sonhei com aquela mulher suculenta.

Sim, sonhei com Sônia Braga:

O primeiro sonho foi rápido...eu estava num ônibus, provavelmente o 107, que fazia a linha Botafogo X Praça Mauá. O ônibus estava totalmente lotado, exceto por um lugar ao meu lado. Num repente, percebo aquela bela morena sentando ao meu lado e olhando séria em frente.

Ato contínuo, senti sua mão deslizar pela minha perna enquanto sua boca tocava minha orelha.

Paro por aqui.

Quem assistiu a "A Dama do Lotação" de 1978, dirigido por Nevile de Almeida e estrelado pela ,minha, Soninha sabe bem o que aconteceu.

Acordei de sobressalto.

Com a boca seca fui até a cozinha e bebi num estalo 02 copos d'água.

Voltei pra cama triste achando que perdera o sonho para sempre.

Ledo engano. Tão logo voltei a dormir e Sonia Braga voltou com força ao meu inconsciente.

E lá em meu mundo onírico, estava eu saindo do bar Vezúvio e indo em direção ao centro de Ilhéus. Percebi nesta caminhada uma pequena multidão ao redor de uma casa, observando no alto do telhado, um tesouro com curvas felinas tentando pegar uma inocente pipa para um quase inocente menino.
De repente, me transportei também para cima do telhado. O inocente menino era eu. Estava ao lado dela deitado sobre as telhas. Percebi dentro do seu olhar quente, que o que ela queria era me atrair para o telhado. A pipa poco importava.

Como um sorriso de lolita na boca ela me puxou junto e em cima daquele corpo de morena do mato, que cheirava um suor gostoso, de mulher e que vestia uma chita barata.

O resto é sonho.

Assistir ao filme "Gabriela, Cravo e Canela" , de 1983 com direção de Bruno Barreto e estrelado por Sonia Braga (a minha) e Marcello Mastroianni, pode dar uma boa idéia do que fizemos naquele telhado.

Acordei com um sorriso bobo no rosto.

Por que será ?

GM

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Ruas de Fogo e Diane Lane


Recebemos outro dia a sempre bem-vinda visita dos amigos Micai e Gláucia, em nossa humilde casinha
.
Já fazia algum tempo que não nos víamos, a saudade da presença daquela amizade sincera era muita e viva.

Logo começamos animado bate-papo sobre tudo o que importa e o que é importante em tudo: Vinho tinto, cerveja gelada e muito bolinho de bacalhau, quentinho, saindo da frigideira.

As gargalhadas altas e bonitas de meu amigo Micai, jogaram longe todas as incertezas sobre a vida, enquanto o olhar luminoso de Gláucia animava cada passo a seguir em frente.

Meia garrafa de malbec (o justo Latitude 33) e muitos bolinhos lusitanos depois, resolvemos assistir a um filme para relaxar e continuar com o clima perfeito.

Escolhi da minha coleção o clássico “Ruas de Fogo”, que fez muita gente dançar e bater palmas nos cinemas de 1984.

O filme é uma bem embalada estória de jovens, feita para jovens. Tudo muito simples e bonito. O roteiro é previsível, e por isso mesmo, legítimo. A direção de Walter Hill, dispensável, pois não havia ali o que dirigir...era mais uma questão de enquadramento da energia teen do que direção, tecnicamente dita.

A trilha sonora é assinada pelo monstro Ry Coorder, o mesmo de “Crossroads – A Encruzilhada” (aquele com Ralph Macchio, da franquia Karatê Kid) e de “Buena Vista Social Club”.

Ry Coorder, além de excelente músico e arranjador é um descobridor de talentos.
Na trilha do filme "Ruas de Fogo" ele emplacou uma muito desconhecida banda chamada “Fire Inc” (que mais tarde deu origem a banda “Pandora´s Box”, lembra ?), com dois hits automáticos, sendo a música “NowHere” a mais conhecida e de saudosa batida.

A vocal era a ilustre oculta Laurie Sargent, que não grava desde “Big Face” de 1986. Um estilo de cantar explosivo e bonito, que lembra (de uma forma melhorada) Bonnie Tyler.

A escolha do elenco do filme foi quase perfeita: Willian Dafoe, como o bad guy Raven Shadock; Michael Paré (quem ???), como o boa pinta Tom Cody e a estonteante e deliciosa Diane Lane...aos 19 aninhos...como a cantora Ellen, dublando a voz de Laurie Sargent.

O filme é nostálgico, bonito e um bom entorpecente para a realidade. Recomendo.

Quando Morpheus estava quase vencendo a resistência física de minha amiga Gláucia, Micai interveio com um: “...é hora de irmos embora...”. Glau, com os olhinhos vermelhos de sono e esticada, à vontade e sem sapatos no sofá da sala de TV, concordou feliz já sonhando com seu travesseiro de arroz especial.

A despedida foi com promessas de uma nova visita, um novo vinho, um novo quitute e mais uma rodada cinéfila, pois ninguém é de ferro.

Que não demore a acontecer !

Resposta ao Marcelão Caiano

Marcelão,

Segundo o blog surforeggae (surforeggae.ig.com.br) o UB 40 vendeu mais de 50 milhões de cópias, desde o primeiro disco "Signing Off" de 1980.

No ranking oficial da Bilboard eles aparecem com 30 milhões de cópias.

Valeu ?

Abraço

GM

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os mais vendidos

Saiu a atualização da RIAA/BPI da lista dos artistas (cantores ou bandas) que mais venderam discos em todo o mundo, na história da produção fonográfica.

A lista é quente, no Brasil foi validada pela ABPD e divulgada nos principais canais especializados.

Algumas surpresas interessantes ocorreram e outras confirmações e certezas que todos já tínhamos, também.

O maior vendedor de discos da história continua sendo Elvis Presley, com esta última atualização, ultrapassa a casa de 1 bilhão de cópias vendidas.

Em segundo lugar vem os Beatles, também com 1 bilhão de cópias vendidas, sendo a metade, depois da dissolução da banda.

Em terceiro vem o branquelo Michael Jackson, com míseras 750 milhões de cópias, sendo 100 milhões ainda da época do Negritude Júnior, também conhecido como Jackson Five, de quem sou fã confesso.

E olha que só do Thriller o cara vendeu mais de 500 milhões de cópias !!! De longe o disco mais vendido do planeta !!!

A lista segue com a seguinte vendagem em milhões de discos:

Abba - 370 milhões;
Queen - 300 milhões;
Madonna - 300 milhões (dos quais eu, graças à Deus, não comprei nenhum !);
Bob Marley - 250 milhões;
Elton John - 250 milhões;
Julio Iglesias (???) / Pink Floyd / Rolling Stones - 200 milhões.

A lista segue mais ou menos obviamente até que...percebo um cenário verde-e-amarelo surgindo de longe.

Sim, é Roberto Carlos (o nosso Bob Charlie) com incríveis 120 milhões de cópias vendidas !!!

Exato ! Roberto Carlos é o 37º cantor mais vendido da história da produção fonográfica do mundo !!

Para se ter uma melhor dimensão disso, basta comparar com Sinatra, que vendeu 150 milhões de cópias !!!

Vamos ver quem o nosso nobre comedor de muqueca capichaba supera...de quem o nosso rei ganha, em vendagem de discos:

The Who / Carpenters / Rod Stewart / Phil Collins / Paul McCartney (single) / Metallica / Pavarotti / Guns'n Roses / Dire Straits / Deep Purple...isso para citar os que estão na faixa de 100 milhões de cópias !!!

Se formos falar dos que estão abaixo de 100 milhões a lista seria maior e incluiria:

BB King / Santana / Ozzy Osbourne / Scorpions / Bob Dylan e Bryan Adams...!

Parabéns ao Robertão e a música brasileira !

GM

terça-feira, 16 de novembro de 2010

UB 40

Escutei nesta segunda, insana e feriada, um disco interessante que ganhei de minha sobrinha.

De nome "Brazil" (com "Z", mesmo), o disco traz regravações de clássicos do pop-rock por alguns caras bem interessantes da cena brazuca.

Achei muito boa a renovada versão de Gilberto Gil para um clássico do reggae e do mestre Bob: "Everylittle thing is gonna be all right". O ex-ministro, graças a Deus, é um músico de verdade e um político de mentira. Reescreveu de forma poética os arranjos e caprichou na voz em falsete.

O cara é profissional.

Também gostei muito da Fernanda Abreu numa versão cool para "Rock With You", lançada originalmente pelo, ainda, negão Michael Jackson no fantástico disco "Off the Wall" de 1979.

Estava repassando tranquilo a audição de Gil para o aqui já citado clássico do Bob, quando meu vizinho gritou por cima do muro: "...legal, mas reggae mesmo é UB 40...toca aí...!"

Não. Não, não, não...nãozinho, não mesmo, a-hã, de jeito nenhum, não, na-na-ni-na-não...e não !

Primeiro, que graças a Deus não há registro audível do UB 40 na minha casa. Segundo, que eles não são reggae. Terceiro, que os caras são brancos...e ingleses !!!

Não. Nadica de nada.

Certa vez ouvi "Red, Red Wine" talvez o único hit dos branquelos de Birminghan, e detestei !

Uma levada semi-reggae estudantil, cercada de arranjos babaquinhas e, acima de tudo e bem à vista do público, bastante efeito Duda Mendonça.

Não. Não mesmo. Não dá.

De raiva, para o vizinho, e alegria, para mim, espetei na vitrola o cafuzo Nelson Cavaquinho, com a mega poesia de "A Flor e o Espinho".

Enquanto virava a picanha de lado e tragava mais um sorve de meu malbec, cantarolava feliz: "...tire o seu sorriso do caminho...que eu quero passar com a minha dor...".

Afinal, para que servem os vizinhos ?

GM

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Lou Reed - New York

Nunca fui muito fã do Velvet Underground.

Na verdade nunca entendi muito bem o movimento punk-rock. Das origens tudo bem, era mesmo preciso romper com aquela estética ruminante do glam-rock e da disco music. Afinal, quem é que se lembra das bonecas do NY Dools e dos mega hits de Olívia Newton-John ?

Dá licença...

Neste sentido, como purista, e entendendo que os caras queriam espaço para vomitar, eu consigo entender o punk e até curtir algumas coisas dos Sex Pistols, do Clash, dos Ramones e do PIL.

Mas o Velvet, não.

Não conseguia e ainda não consigo engolir a imagem de garotos rebeldes, mas muito bem remunerados...as jaquetas italianas...a imagem da quase-cantora Nico.

Tudo muito plástico, inclusive a influência de Andy Warhol.

Não dá, mesmo.

Exceto, talvez, por Lou Reed. Ele sempre me pareceu ser muito mais música do que atitude. A prova disso é que saiu do Velvet e continuou produzindo bem e gravando também.

Quando ouço Lou Reed me lembro de caras como Johnny Cash, que cantava baixinho e sussurrava no ouvido dos microfones letras agressivas e vermelhas.

Com Reed é a mesma coisa.

O disco New York, por exemplo, ainda conserva a juventude dessas letras taradas e daqueles arranjos com a simplicidade e a idiotice punk, arrredondados por um pitada de country & western e R&B.

O disco é muito bom. E continua sendo apesar de ter sido lançado na década de 90.

Sempre que quero ouvir algo mais relax, espeto esse carinha na agulha e o resultado é sempre muito punk...só que de verdade !

Recomendo.

GM

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Feriado em Brasíla

"...e que tudo-o-mais, vá para o inferno..."

Roberto Carlos, o Braga & Erasmo Carlos, o não-Braga.

São mais 12 anos...senta que lá vem estória !

GM

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Luto Oficial

Em função do falecimento da Srª Democracia, ocorrido na data de ontem, este blog está de luto oficial por 03 dias.

A desgraça era francamente anunciada e quem quiser seguir o féretro, que fique á vontade.

Eu me recuso !

GM