quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

15 anos e ainda keep walking

Decidimos, finalmente, por um evento mais singelo. Mais íntimo. Algo que fez nossa lista de convidados ser reduzida em mais de 60%.

Achei ótimo.

Teríamos a certeza de que o círculo mais sincero de amigos estaria presente. Teríamos a garantia de que os sorrisos e abraços seriam verdadeiros. Além da verdade, nada mais, a verdade de um peito amigo.

E seguimos adiante com música boa, bebida gelada, quente, morna...para todos os gostos e muita comida gostosa.

Adriana, linda desde sempre, posava de chef gourmet para nosso deleite.

Maurício, do alto se sua inteligência humana, homologou o Supertramp ao ouvir o "Ao Vivo em Paris":

- Gil...esse é aquele ao vivo do Supertramp ?? É vinil ?

Sim. A bolacha negra girava no motor elétrico de minha pick-up enquanto a agulha tk-200, diamantada, desvirginava seus sulcos.

Uma delícia !

Escutamos Beatles, Caetano, Cole Porter e fechamos com a trilha de "Forrest Gump".

As 04 da manhã algum incauto lembrou de abaixar o som. Fui devagarzinho no painel e aumentei outra vez.

Era esse o cenário do nosso aniversário de casamento. 15 anos de relação, intensa e amorosa. Alternando bons e maus momentos.

Graças a Deus os momentos felizes são mais intensos. Mais frequentes e curadores.

Abracei a todos os amigos e num brinde, pedi a mão de minha mulher outra vez. Foi quando pude ver uma ponta de lágrima nos olhos dela, ponteando a curva daqueles olhos lindos que tanto me confundem e tanto me fascinam.

15 anos e keep walking. Abrimos um verdinho para celebrar.

Foi muito bom ver que aqueles que estavam ali conosco eram os mesmos que estavam na festa dos 10 anos.

E certamente estarão na festa dos 20 !

GM

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Maria, Carnaval e Cinzas, ou, Sobre o poder e seu uso





O festival da canção da TV Record de 1967 é casa de cenas pitorescas e inesquecíveis.




Desde a cena do cantor Sérgio Ricardo, duramente vaiado durante sua apresentação de "Beto Bom de Bola", quebrando o violão e o arremessando contra a platéia, até Hebe, errando o texto na apresentação.

Aquele ano era o ano de Edu Lobo. Dele e de Marília Medalha (magrinha, ainda). Dele, de Marília Medalha e de Capinam, que escreveu a letra para uma melodia do, ainda não maestro, Edu, o filho de Fernando, o Lobo.

Mas a cena que quero destacar, e que está disponível no site "Alma Carioca", é outra.

Trata-se do também ainda não-rei Roberto, cantando um samba-canção.

Maria, Carnaval e Cinzas ficou em 5º lugar naquele festival e Roberto, quando chamado para sua apresentação por Hebe, recebeu uma dura e longa vaia.
Sim, naqueles idos anos de chumbo, a repressão era tanta que na platéia as pessoas não perdiam a oportunidade para extravasar. De se revoltar e de gritar.

Provavelmente uma vaia a um artista era na verdade uma vaia oculta a um general qualquer, numa caserna qualquer.

Era a terapia que se podia pagar.

Que o diga Sérgio Ricardo.

Quando as vaias começaram Roberto abaixou a cabeça, num gesto tradicional de agradecimento que os artistas fazem quando recebem aplausos e, bem baixinho, começou a interpretar o samba.

Olhou fixamente para as pessoas que o vaiavam e sorriu, daquele jeito mesmo, com aquele sorriso de moleque de 09 anos.

Sorriu e cantou.

Aos poucos um fenômeno interessante aconteceu. As vaias foram diminuindo e se transformando em aplausos. Lentamente, aquelas pessoas antes insanas foram se convertendo e se deixando seduzir pela música.

Antes da 1ª metade da música todos já cantavam o refrão e aplaudiam. Alguns vibravam como nas velhas tardes de domingo.

Um cena muito forte e emocionante.

Num exemplo cândido e puro do uso do poder de um rei ainda não coroado, Roberto agradeceu os agora intensos aplausos e baixou a cabeça de novo, como a se lembrar das primeiras aulas de música em Cachoeiro.

Agradeceu aos músicos, jogou um beijo para Hebe e seguiu andando, mancando um pouquinho, mas num passo decidido direto para seu camarim de lá para a história da música pop.

Esse cara é impressionante !

GM






terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Apenas um toque

E estavam reunidos para o show de Bangladesh, George, Clapton e o baixista Ron Carter quando, num repente Ron, olhou de lado para George e disse, marotamente (sobre a guitarra que Clapton tocava...aliás uma Gibson Hollowbody...!):

- George, a guitarra dele está desafinada !!!

E George, britanicamente, sacramentou:

- Cala a boca e toca !

Entendeu ?

GM

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Elvis Presley - O Número 1 !


Mandei fazer um quadro com miniaturas das capas de vários discos que considero importantes.

Fiz o quadro e, todo prosa, afixei na parede esquerda do meu cantinho gourmet lá no fundo de casa.

Estão lá, enfileirados em atitude solene, as capas do Led III, do primeiro dos Ramones, do Pet Sounds dos Beach Boys, do Sgt. Peppers dos Beatles...enfim, um time da pesada e bem sonoro.

Na primeira fileira das capas pequeninas está uma reprodução zelosa da capa do primeiro disco do Elvis.

Numa atitude cheia de energia, empunhando sem muita intimidade um violão nervoso, e com a boca aberta, como que a solfejar uma nota, lá estava o jovem Elvis Aaron Presley, ainda um ilustre desconhecido.

O disco é nitroglicerina pura. Até esta semana eu possuía apenas uma reprodução barata em CD; muito aquém de toda a energia contida naquele trabalho.

Por pura e muita sorte consegui arrematar num leilão de vinil uma cópia intacta, novinha e extremamente bem conservada deste primeiro trabalho do Rei, em vinil.

A prensagem é original. O disco é de 1956 e se tornou um clássico instantâneo. Tem gravações de 1954 e 55. Petardos como "Blue Suede Shoes" (de Carl Perkins) e "Blue Moon" (de Lorenz Hart) fizeram e fazem o balanço de 04 gerações.

Essa cópia agora e minha...minha e de meus amigos que vão ter o prazer de ouvir comigo, na compania de minha família.

Exageradamente já fiz 04 audições e cada vez mais entendo por que esse cara vendeu mais de 1 bilhão de discos e ainda é um ícone do rock and roll.

Definitivamente, o número 1.

GM