sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Desejo, uma obra prima de Victor Hugo, escritor francês do século XIX

Desejo primeiro que você ame,


E que amando, também seja amado.

E que se não for, seja breve em esquecer.

E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim,

Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,

Que mesmo maus e inconseqüentes,

Sejam corajosos e fiéis,

E que pelo menos num deles

Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos.

Nem muitos, nem poucos,

Mas na medida exata para que, algumas vezes,

Você se interpele a respeito

De suas próprias certezas.

E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,

Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,

Mas não insubstituível.

E que nos maus momentos,

Quando não restar mais nada,

Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,

Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,

Mas com os que erram muito e irremediavelmente,

E que fazendo bom uso dessa tolerância,

Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,

Não amadureça depressa demais,

E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer

E que sendo velho, não se dedique ao desespero.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e

É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,

Não o ano todo, mas apenas um dia.

Mas que nesse dia descubra

Que o riso diário é bom,

O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,

Com o máximo de urgência,

Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,

Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,

Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro

Erguer triunfante o seu canto matinal

Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,

Por mais minúscula que seja,

E acompanhe o seu crescimento,

Para que você saiba de quantas

Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,

Porque é preciso ser prático.

E que pelo menos uma vez por ano

Coloque um pouco dele

Na sua frente e diga "Isso é meu",

Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,

Por ele e por você,

Mas que se morrer, você possa chorar

Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,

Tenha uma boa mulher,

E que sendo mulher,

Tenha um bom homem

E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,

E quando estiverem exaustos e sorridentes,

Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,

Não tenho mais nada a te desejar ".


Autor: Victor Hugo

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A Plebe Rude e o Rock de Brasília


Ouvi ontem a trilha sonora do filme “Rock de Brasília”, do diretor Vladimir Carvalho.


Gostei demais do que ouvi.

Apesar de a seleção ter sido um pouco óbvia, no que diz respeito às faixas escolhidas da Legião Urbana e do Capital Inicial, achei fantásticas as outras escolhas feitas sobre o repertório da Plebe Rude e dos Paralamas do Sucesso.

O Paralamas teve pouco espaço, apenas a inclusão de “Vital e sua Moto”. Mesmo assim compensou, pois o arranjo estava diferente, mais encorpado e menos juvenil.

Já na seleção de repertório da Plebe Rude isto não ocorreu.

Foi feita justiça com essa incrível banda de pós-punk dos anos 80, e que ainda está em atividade: “Proteção”, “Minha Renda”, e “Até Quando Esperar” dá a exata noção da complexa musicalidade que esses caras tinham e tem até hoje.

A banda formada em 1981 fez história como uma das mais importantes e mais corajosas do fim da ditadura militar. Com letras fortes e críticas diretas ao regime, sem medo de repressão e de represálias do meio.

A Plebe Rude também era muito criativa naqueles tempos, incorporando elementos de música erudita em arranjos punk, revolucionava a forma de fazer rock-protesto daquela época.

Alguns ouvidos não conseguiam entender, mas outros eram viciados naquele tipo de som.

Eu era um deles.

GM




sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Bacalhau Universitário

Dei esse nome a esta tentativa gastronômica bem sucedida, por que é tão fácil fazer este prato, que até parece coisa de república.

Não de Brasília.

Então vale como dica para este fim de semana, mas antes é preciso falar do contexto.

1. Amigos: convide pelo menos dois casais.  Não queira fazer o meu bacalhau universitário apenas para o seu consumo egoísta.  Não combima com você, que está lendo esta coluna, e nem com o espírito do fim de ano.

2. Bebida: comida certa, pede a bebida certa.  Certo ?  Errado.  Os tradicionalistas diriam para acompanhar este prato com a harmonia de um branco gelado lá pela  casa dos 8ºC.  Digo que não. Bebida certa é aquela que você gosta, harmonizada ou não com o prato principal.  Eu, que não sou eno-chato, como bacalhau bebendo vinho  tinto. 

Bom demais  !

3. Música: indispensável no momento do preparo e do consumo.   Comece com bons discos de bossa nova Jobiniana e termine com dixieland jazz.

Então vamos ao preparo, que é muito simples:

Use filézões de bacalhau dessalgado (Dias ou Ribeira Alves).  Tire a pele e a espinha.   Corte de forma a fazer uns cubos grossos  de bacalhau.

Coloque esses cubos no  centro de um retalho grande de papel alumínio.  Ponha uma pitada de sal e pimenta-do-reino e derrame  bastante azeite extra virgem.

Depois ponha por cima cebolas picadas, tomates cortados em cubinhos, azeitonas pretas e rodelas de batata semi-cruas.

Mais azeite. Sem dó.

Feche a trouxinha de alumínio e coloque numa grelha de churrasqueira, distante cerca de 20 cm da brasa (braseiro tipo picanha, manja ?).

Aguarde uns 20 minutos.

Leve o pacotinho de alumínio ainda fechado ao prato e abra de uma vez.

Está pronto. 

Coma até doer a  barriga.  Garanto que vão pensar que você é um grande chef internacional.

Prato simples, bobo de se fazer e que gera aplausos.

Recomendo para este fim de semana.

GM

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Blues Etílicos


O que corre quando mestres do blues como B.B. King e Eric Clapton param para ouvir uma banda brasileira de blues ?


O resultado poderia ser tacanho se esta banda não fosse o Blues Etílicos.

Os mestres pararam, ouviram e aprovaram. Tanto que numa de suas passagens pelo Brasil, B.B. King fez questão de ter no palco a companhia da banda carioca e brasileira.

O blues é brasileiro. Pelo menos nas guitarras e nas gaitas do Blues Etílicos.

A banda já passa dos 25 anos de estrada, gravou 10 discos e emocionou muita gente boa de ouvido, em shows que lembram a primazia técnica do Allman Brothers e do Lynyrd Skynyrd.

Meu disco preferido da banda é o “Água Mineral” de 1989, o segundo da banda, ainda com o baterista Gil Eduardo (filho de Erasmo Carlos) no comando das baquetas.

A banda faz uma mistura de blues com South-rock e uma pitada de jazz, e coloca em cima um tempero brasileiro para dar liga.

O resultado é um som único. Um blues bem Brasil.

Recomendo.

GM

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

INXS


INXS
Quando pensamos numa banda de músicos e instantaneamente fazemos uma associação com uma época qualquer de nossas vidas, pode-se dizer que o trabalho da banda é datado e sua música fruto da moda.
Vezes em quando, isto não ocorre.
Muitas bandas de pop-rock se tornaram datadas em função da escolha criativa que fizeram. 
Outras, não.
Muitas sofreram com isso, em termos de lapsos criativos, vendagens baixas e agenda de shows vazia.
Outras, não.
Quando paro e escuto um disco do INXS, se eu estiver distraído nesse momento, o som vai me parecer como algo do New Order ou do Fine Young Cannibals.
Mas só por um momento.
Na música do INXS a parafernália eletrônica está presente, sim.  Mas muito mais como uma adaptação à ditadura dos DX-7 dos anos 80, do que por uma opção da banda.
Os tecladinhos irritantes do A-Ha estão presentes na música desses criativos australianos, mas a estes teclados cabe um papel pequeno e segundo.
Em primeiro plano vem a guitarra forte de Tim Farrris, seguido de perto pelo piano jazzístico de Andrew Farrris, além dos vocais nervosos e inconfundíveis de Michael Hutchence.
Uma banda incrível que soube fazer um som de época sem ser  datado. 
Na dúvida, basta conferir  os hits “New Sensation”, “Devil Inside” e “Beautiful Girl”.
A morte pouco explicada de Michael Hutchence em 1997, quase pôs fim a banda.  Mas eles continuam por aí.
Existindo.
GM


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Muito mais do que a outra banda de Mick Jagger



E muito mais também do que uma superbanda, montada para atender a um contrato milionário com a Nokia.
A Superheavy até que nasceu com este propósito, mas quando em 2009 o contrato com a Nokia não foi fechado, eles se perguntaram: “Por que não irmos em frente ?”.
“Eles” são Mick Jagger, o mito, Joss Stone, que além de ser a reencarnação de todas as musas da soul e gospel music juntas e de uma só vez, é também uma das mulheres mais deliciosas do planeta, Dave Stewart, ex-Eurythmics, Damien Marley, filho de Bob Marley, e o compositor indiano A.R Rahman.
Essa turma pra lá de super pesada tem dedicado horas e mais horas a ensaios e arranjos, desde 2009, e em set/11 resolveram abrir o jogo com o mundo.
Numa entrevista coletiva falaram da banda, do disco que vai sair e da primeira música de trabalho, Miracle Worker.
Estou seguro de que coisas muito boas estão por vir, pois essa reunião nada informal de músicos de altíssimo calibre está cercada de muito profissionalismo e produção séria.
Muito mais do que música de qualidade, também se trata de dinheiro.

Não sei ao certo como os egos inflados serão administrados.  O que sei é que já estou à procura do disco, para ouvir em casa, com calma, pensando na Joss Stone e naquelas pernas lindas e branquinhas que ela tem.
E se o famoso Don Juan de alcova, Mr. Jagger, encostar um dedo nela, há de se ver comigo !
GM

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Eram os deuses astronautas ?


A teoria dos astronautas antigos não é de autoria do escritor suíço Erich Von Daniken.

Na verdade, o livro, e mais tarde o filme, "Eram os Deuses Astronautas ?" pode até ter servido de base para a concepção da teoria, mas não há aí, relação autoral.

Então, por que ler Erich Von Daniken, 43 anos após o lançamento de seu livro ?

Fiz a primeira leitura desta obra, que classifico como jornalismo fantástico, por volta de 1985, como parte integrante de uma pesquisa de ciências.

Não me apaixonei pelo tema e nem me tornei ufólogo, mas achei muito curiosa e minuciosa a pesquisa do autor, que correlaciona e acha alinhamentos entre as pirâmides do Egito, as linhas de Nazca e os moais da Ilha da Páscoa.

Tudo com muita lógica e alguma cientificidade.

Ontem caiu em minhas mãos um resumo do livro, no formato apostila e não resisti a uma releitura rapidinha.

O livro continua misterioso e cativante, justamente por misturar jornalismo, com crença no pouco provável.

E dessa mistura nasceu um relato dinâmico e forte, que continua originando até hoje algum debate e emoção, tanto ao leigo como ao acadêmico.

Recomendo.

GM

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Legião Urbana 2


A santíssima trindade do rock brasil dos anos 80 foram os discos Cabeça Dinossauro, dos Titãs, Maior Abandonado, do Barão vermelho e o álbum Dois, da Legião Urbana.

O sucesso de público e crítica do primeiro disco da Legião, fez com que em determinado momento Renato, Marcelo, Dado e Negrete (ainda como baixista da banda) pensassem em lançar um disco duplo, cujo título seria Mitologia e Intuição.

Naquelas épocas, álbum duplo ainda era uma coisa distante, técnica e economicamente.  Logo, abandonaram a idéia.

O álbum Dois da Legião surgiu para consolidar a vocação musical dos garotos de Brasília e trouxe alguns dos hits mais importantes da recente história da música pop no Brasil.

Certamente já ouvimos as músicas Quase Sem Querer, Eduardo e Mõnica e Tempo Perdido, algumas milhares de vezes.

E gostaria muito de poder ouvir outras tantas.

Da discografia da banda este é o disco que mais me agrada.

Daí, portanto, a recomendação.

GM

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aquelas bandas fantásticas das quais pouco ouvimos cantar


Vamos começar com o Vímana.

Quem ?

Sim, Vímana.  Um power quarteto criado em 1974 e que atuou firme até meados de 1978. Que dominava bem as bases do rock progressivo e ensaiava alguns passos em direção ao pop.

Formado originalmente pelos músicos Luis Maurício Paragana dos Santos, também conhecido pela alcunha pop de Lulu Santos (vocal e guitarras); Richard David Court, o badalado Ritchie dos anos 80 (flauta e vocal); João Luiz Woerdenbag, que certamente você conhece por Lobão (bateria) e o tecladista suiço Patrick Moraz (ex-Yes).

A banda ia muito bem, obrigado, até que o tecladista Patrick Moraz surtou e resolveu expulsar Lulu Santos do grupo.  O resultado foi a fragmentação do grupo e o fim dos trabalhos antes do lançamento do LP Vímana, que foi gravado e permanece inédito até hoje, nos arquivos da gravadora Som Livre.

Um verdadeiro tesouro a ser descoberto.


Agora é a vez do Som Imaginário.

Quem ?

A banda se chamava Som Imaginário, por que sua música era tão incrível, que parecia ser além da imaginação.

Também pudera, com uma formação que tinha nomes como Wagner Tiso (teclados), Tavito (guitarra e vocal),  Luiz Alves (baixo), Zé Rodrix ( teclado e vocal), Robertinho Silva (bateria) e Frederyko (guitarra), não era pra menos.

O grupo inicialmente foi criado para acompanhar ninguém menos do que Milton Nascimento, mas a qualidade musical era grande demais para se contentarem apenas com o papel de banda de apoio.

Ganharam o mundo e são aclamados até nos Estados Unidos.  Lançaram tres bons discos, que hoje valem ouro no mercado de vinil.

Se você tiver, não venda.


E o Terço, você se lembra ?

O Terço nasceu para ser um trio de fromação musical eclética, com músicos de rock, MPB e rock rural.

A formação original é de 1968, e tinha nomes como Vinícius Cantuária (bateria), Jorge Amiden (guitarra) e Sérgio Hinds (baixo).

O grupo era inventivo musicalmente, criou o violoncelo elétrico e a tritarra (guitarra de três braços, que teria despertado a atenção de Jimi Page, numa passagem dele pelo Brasil).

Já nos anos 70, o grupo recebeu o reforço de Flávio Venturini e evoluiu muito nas harmonias vocais.

O grupo gravou 12 LP´s e 09 compactos.  O último foi em 1999, ainda fácil de se achar, por aí.

O Terço, graças a Deus, continua na ativa, fazendo música de qualidade e preenchendo os espaços vazios em nossos ouvidos.

Abaixo a Lady Gaga !

GM




segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Música simples


Diferente do que se chama hoje de música acústica, a música simples está por aí, sim.

Não estou me referindo a selos da MTV, ou a jovens músicos cantando com voz fininha, apoiados por arranjos de cordas, numa tentativa rebuscada de se fazer um folk chic.

O folk não é chic e nem está por aí.

Mas a  música simples esta por aí.  Ontem mesmo estivemos juntos, eu e ela.

Pode ser na forma de um "Sapato Velho" nas mãos de uns caras de roupa nova.   Pode ser algo no estilo de um "Vôo Livre" a bordo de um avião velho que um dia circundou Paris e sua torre.

Pode ser tudo isso ou menos ainda, por que ser simples é ser pouco. 

Mas eu gosto.

Eu gosto dos mineiros.  A simplicidade deles merece atenção.

Desde os dias em que se tentava aprender violão sozinho, até que de tanto tentar, os dedos sangrando nos pedissem pra  parar um pouquinho ou quem sabe desistir.

Eu gosto dos mineiros desde sempre, acho.

Milton e seus tons.  Beto Guedes e seu som imaginário.  Tavito, quase sempre esquecido.  Lô Borges e sua coragem.

Os mineiros são legais.  São gente simples.  São muitos e poucos.

Ouvir "Clube das Esquina" 40 anos depois  é como beber do mesmo vinho.  Um álbum 40 anos à frente de seu tempo.  Uma taça que pouco esvazia.

Se você quiser simplificar um pouco as coisas ao seu redor, comece ouvindo música simples. 

Comece pelos mineiros.

14 Bis, um bom começo.  Milton, um ótimo final.  Com Lô Borges no meio de tudo, sempre.

Mãos à obra !

GM

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O Casarão de Campinas


Fica na rua Sacramento, na altura do número 174, no Centro de Campinas.  Bem pertinho da Barreto Leme, cenário dominado pelos estudantes do curso de letras da PUC.

Uma casa grande, assobradada, com cheiro de letras e imagens musicais por todo o lado.

O sebo O Casarão talvez seja o maior e mais bem organizado sebo que eu conheci no Brasil.  Rivaliza com os mais belos sebos de Porto Alegre e do Rio de Janeiro.

No local, logo na entrada, ficamos impressionados com a organização e apresentação do acervo.

Falando de vinil, que é a minha cachaça mais cultuada, encontramos um acervo de mais de 70.000 LP´s, todos irritantemente limpos e organizados por gênero e ordem alfabética.

São discos raros, com capas novas e vinil sem arranhões ou defeitos.  Peças da história musical do rock, pop, jazz, soul, samba e tantos outros que nos fizeram felizes.

Sempre.

Fiz a festa !  Comprei INXS, The Clash, Demônios da Garôa, Louis Armstrong, Blitz e Garganta Profunda.

Achei o ultra-raro War, do U-2 e o cultuadíssimo White Snake 1, com a voz única de Mr. Coverdale.

E se mais tempo eu tivesse...por lá ficaria umas horas a mais !

Como se não bastasse o menu musical completo, eles também vendem toca-discos, impecávelmente recuperados, e fornecem serviços de assistência técnica.

Em palavras curtas, os caras são bons !

Recomendo mesmo...até para quem não curte vinil...recomendo pelo acervo literário também e pela atmosfera cultural que o ambiente tem.

Uma viagem !

GM

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Apenas duas frases

1. Sobre o homem e o caráter ou sobre o caráter dos homens:

...E quando Deus criou o mundo, logo após ter se dedicado à criação do ser humano, sentou-se sobre uma montanha de nuvens brancas e cofiou suas longas barbas de sabedoria eterna, pensando...:

- "Para cada homem ou mulher de mau caráter, existirão pelo menos cinco de boa índole..."

Eu gostaria de poder exponenciar esta expressão !

2. Sobre as coisas que acontecem:

"...a desilusão é a visita da verdade...graças a Deus"

E vamos em frente !

GM

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os maiores craques da história do futebol mundial

Toda lista tem sua polêmica.

Qualquer escolha feita, quando tornada pública, estará a mercê da plebe e da publi, sendo portanto alvo de toda a sorte de interferências.

Das mais consistentes às mais ridículas.

Minha tese se baseia e fatos.  Eu mesmo já polemizei muito.  Está em nosso sangue de origem ibero-latino.

Seja o assunto qual for, sempre haverá um entendido, um cético, um crítico, um entusiasta e um palhaço, torcendo para o circo pegar fogo.

E é sem medo das retrancas e das pedradas, que lanço, finalmente, minha lista dos maiores craques do futebol mundial, em todos os tempos.


A lista está em ordem de importância, do maior craque para o menor craque, desde que todos o sejam de fato:

  1. Pelé - Por razões óbvias;
  2. Zico - Pela maestria no meio-de-campo e pela perfeição das cobranças de faltas;
  3. Maradona - Apenas pelo vinho malbec que eles produzem e apenas pela copa de 86;
  4. Garrincha - Pelo impossível;
  5. Puskas - Pelo que não vi jogar e por ser o "Pelé branco";
  6. Ronaldo - Pela beleza do futebol e pelas cervejas a mais;
  7. Mayer - Pelas defesas surreais e pela bravura em campo;
  8. Zidane - Por ter feito bem o seu trabalho, quando necessário foi;
  9. Romário - Pelo universo da grande área;
10. Nilton Santos - Por ter inventado a profissão de lateral;
11. Beckenbauer - Por jogar muito e sempre.

Sim, senhores, esta  é minha lista.  Sim, senhores, eu entendo um pouco de futebol.

Está publicada, portanto, e pública e pertence ao povo.

Que venham as pedradas.  Crescei e polemizai.

GM

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Filé à Malbec





É bem rapidinho e você vai causar uma excelente impressão.

Talvez até o confundam com algum gourmet qualquer, daqueles de plantão,  com falso sotaque francês e unhas bem cortadas.

Então vamos lá:

Separe aí uns 04 bifes de filé caprichados, desses com uns dois dedos de largura.  Ponha numa tigela e derrame sobre eles o sumo de 01 limão, misturado a 04 colheres de azeite.

Tempere com sal de ervas, um pouquinho de pimenta do reino e  04 colheres de molho barbecue. 

Deixe descansar por 15 minutos.

Numa frigideira grande você vai grelhar os bifes, na manteiga, tomando o cuidado de deixar por dentro a carne na cor vermelho rosado.

Como fazer isso ?  Não tenho a menor idéia, só sei que consegui fazer.  E se eu consegui, você também consegue.

Depois de grelhados, reserve os filés numa travessa térmica.

Na mesma frigideira, refogue 04 cebolas cortadas em rodelas, aproveitando o sumo dos bifes que ali ficou.

Antes das cebolas dourarem, acrescente 500 gr de molho de tomate italiano e 300 gr de requeijão.

Vá derretendo o requeijão e misturando ao molho de tomate, até ficar com aspecto rosé.  Antes de começar a borbulhar de fervura acrescente 1/2 taça de vinho tinto malbec.

Não seja mão-de-vaca.  Use um bom malbec.  Em casa, eu usei o Doña Paula e deu muito certo.

Despeje o creme rosé acebolado em cima dos bifes.

Sirva com arrroz branco e batata palha.

Coma até encher a barriga, pois é gostoso pra caramba !

Recomendo para surpreender as patrôas e donas-onças que temos em casa !

GM



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Rock Brasileiro dos Anos 80


Começar por onde ?

Ou começar por quem ?

Talvez por Rita Lee e a banda Tutti-Frutti ou por Raul Seixas.

Com certeza, mas nos idos de 1977 / 78 e 79, havia um quê de fim da era psico no ar.

Coincidentemente, começaram a aparecer pequenos festivais de música em cidades como Saquarema/RJ e Avaré, no interior paulista.

Alguns outros eventos começaram a dar sinais de que alguma coisa maior estava por vir: Police toca no RJ em 1978.  Um ano antes o Queen já havia aportado em terras Paulistas.  Em 1980, o Kiss fez um mega show no Maracanã e um ano mais tarde, o Yes veio conferir a péssima acústica do Maracanãzinho.

Eram as sementes que os jovens músicos cariocas, paulistas e brasilienses precisavam.

Antes do  pop rock brasileiro explodir com a Blitz, em 1982, já havia gente de peso fazendo um som  pesado por aqui:  O Terço,Vímana, Made in Brazil, Bolha, Sound Factory, Som Imaginário...só pra citar alguns.

Destas bandas, saíram nomes que se consolidaram na cena brazuca anos mais tarde, como: Lobão, Lulu Santos, Flávio  Venturini e Pedrinho Fico, só para citar outros uns.

Havia a vontade incontrolável de se fazer um som nosso, muito talento, pouca técnica e nenhum dinheiro.

Também faltavam espaços, a despeito dos esforços da Fluminense FM, no RJ e da 98 FM (também do RJ) e seu programa de rock das noites de domingo.

Então, não muito surpreendentemente, em meados de 1981 e 1982, as coisas começaram a acontecer, no RJ (Circo Voador, Asdrúbal Trouxe o Trombone, Blitz, Paralamas, Barão Vermelho, Blues Etílicos, Biquini Cavadão, ) e em SP (Titãs, Ira,  Radar TanTan, Madame Satã, Rose Bom Bom).

Empresários da cena pop perceberam a oportunidade de se fazer dinheiro com aquela garotada, e novos espaços foram abertos (Mamão Com Açúcar, Hipopótamos, Mistura Fina, Cassino Titanic) e novas bandas foram convidadas a gravar (Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, João Penca e os Miquinhos Amestrados, Léo Jaime, Metrô...).

Um quantidade grande de nomes engraçados e pouco ensaio que vieram, brilharam e se foram.  E outros tantos que conseguiram associar talento, trabalho e sorte, como o caso da lendária banda Legião Urbana, ou de outros brasilienses, como a Plebe Rude e o Capital Inicial.

O rock brasileiro dos anos 80, que  começou como uma mera resposta à necessidade hormonal de se produzir um som tão bom quanto aqueles que se ouvia em discos importados e contrabandeados, terminou como aquilo que sempre deveria ter sido: o bom e velho rock and roll.

GM

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

The Beatles, a discografia original


Almoçamos hoje, com amigos da empresa, no shopping de Jundiaí.

Comemos uma comidinha simples e muito saborosa.  Daquelas que eu gosto.  Um tempero puxado no alho e na cebola, com um pouquinho de pimenta dedo-de-moça.

A conversa estava solta e totalmente relax.  A equipe estava à vontade, pois o mês anterior tinha sido muito bom em termos de resultado e, por isso mesmo, não havia stress nas palavras ou nos gestos de ninguém.

Durante o almoço, em algum momento, começamos a falar de música, e como somos todos quarentões bem vividos, a conversa rolou sobre Stones, Pink Floyd, Mutantes e Beatles.

Me perguntaram, meio de gozação, se eu sabia qual era discografia completa dos Beatles, minha banda preferida.

Então, lá vai:

É um tema complicado, pois naquela época as gravadoras podiam lançar em diversos países, coletâneas diferentes de um mesmo artista, combinando livremente as músicas de sucesso e lançando discos que só faziam sentido pra um determinado país ou região.

Neste sentido, é comum encontrarmos referências a "discografia brasileira dos Beatles", ou a "discografia americana dos Beatles".

No meu caso, para fechar a minha coleção, segui aquilo que se chama de "discografia original".  Aquela lançada no país de origem do artista e na ordem cronológica correta, disco a disco.

Pesquisando um pouco, chegamos então à seguinte discografia original dos Beatles:

Álbuns de estúdio – Discografia Original
·         Please Please Me (Parlophone,1963)
·         With the Beatles (Parlophone, 1963)
·         A Hard Day's Night (Parlophone, 1964)
·         Beatles for Sale (Parlophone, 1964)
·         Help! (Parlophone, 1965)
·         Rubber Soul (Parlophone, 1965)
·         Revolver (Parlophone, 1966)
·         Magical Mystery Tour (Capitol, 1967)
·         The Beatles ("White Album", em português como "Álbum Branco” - Apple, 1968)
·         Yellow Submarine (Apple, 1969)
·         Abbey Road (Apple, 1969)
·         Let It Be (Apple, 1970)
 Relançamentos e coletâneas:
·         Past Masters, Volume One (Parlophone, 1988)
·         Past Masters, Volume Two (Parlophone, 1988)
·         Live at the BBC (Apple, 1994)
·         Anthology 1 (Apple, 1995)
·         Anthology 2 (Apple, 1996)
·         Anthology 3 (Apple, 1996)
·         1# (Apple, 2000)
·         Let it Be... Naked (Apple, 2003)
·         Love (Apple, 2006)
Existem também edições especiais, vendidas em caixas, box e embalagens temáticas, que reúnem discos de fases específicas da banda, como o "Capitol Albuns 1 e 2", por exemplo.

Eu, como apreciador e colecionador, decidi ficar com a discografia original e com os relançamentos listados acima, pois considerei como relançamentos artísticos, e não meramente comerciais.

Não tenho a discografia brasileira, que basicamente é:

   Discografia Brasileira:
·         Beatlemania (Odeon, 1964)
·         Beatles Again (Odeon, 1964)
·         Os rêis do Iê-Iê-Iê (Odeon, 1965)
·         Beatles 65 (Odeon, 1965)
Para quem gosta da banda e de bom rock and roll, fica então aqui o esclarecimento sobre a discografia básica dos Beatles.

Estes títulos são fáceis de se encontrar em lojas do ramo e bons sebos.

Boa procura !

GM