quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Top Five da MPB

Eu sei, o título do post é ridículo, mas mais ridículo que isso é estar em Blumenau, desde 15/02, a trabalho, numa jornada insana de 14 horas/dia, participando de uma feira, hospedado num hotel de 2,73 estrelas, com falta de luz, com o note nas últimas da bateria, escrevendo este post de cueca e soltando pum numa cama acarenta.

É amigos...esta noite faço amor com os ácaros !!

Mas eis que uma conversa no jantar de hoje com amigos do trabalho, me despertou o interesse de topfivear alguma discografia da MPB.

Bem no estilo CQC, segue a Schindlagem:

1. Construção - Chico Buarque
Poético, sano, definitivo. O lugar onde a estética encontrou a mensagem. O ponto onde a poesia encontrou seu veículo definitivo. Quem nunca ouviu é ameba.

2. Estudando o Samba - Tom Zé
Corajoso. Único. Retalhado. Tom Zé mirou o umbigo de si mesmo e acertou o umbigo do mundo. Hapa Nui !

3. Chega de Saudade - João Gilberto
Moderno. Desafiador. Misturado. Não é jazz em forma de samba e nem samba em forma de jazz. É João Gilberto na sua melhor forma.

4. Tom & Elis - Tom Jobim e Elis Regina
Uma sucessão de novidades. Muita maconha. Muito whiskey do bom. Muita perfeição. Arranjos simplesmente sofisticados para a música imortal de Tom na voz interminável de Elis.

5. Outras Palavras - Caetano Veloso
Jobianiano. Chapliniano. Gilbertiniano. Pitoresco. Um pouco mulher demais, mas não de menos. Caetano ainda sem o compromisso de gravar um hit por ano. Indispensável. Quem ainda não ouviu é um verme.

Esta é a lista, na minha modesta opinião.

Ouçam no volume máximo !

GM

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Carta idiota a um jornalista inglês...e imbecil.



Prezado Sr. Gelly,


Comprei e li recentemente seu livro “Ícones do Jazz”, edição lusitana, com capa de luxo, muito bonita, em destaque uma foto de Miles Davis com olhar distante, pensativo, com seu instrumento em mãos e olhar perdido.


Adquiri a edição que saiu pela Casasassetti, editora portuguesa, pois este volume, ainda não foi lançado no Brasil.


Li cuidadosamente o conteúdo e depois voltei em algumas muitas partes para me certificar do que havia lido e se, de fato, não estava à beira do abismo de minha sanidade.


Loucura ou improvável heresia. Soberba ou provável arrogância. Que tipo de inspiração o moveu no momento exato dessa criação pretensamente literária ?


Vamos descobrir juntos:


O primeiro ponto que destaco é o estilo autoritário e preconceituoso de sua escrita.
Percebi nas suas letras, uma necessidade mórbida de rotular, classificar e enquadrar os artistas e suas músicas.

Pude ver uma busca estranha em achar formatos, ângulos e esquadros para o trabalho livre de alguns dos mais fantásticos músicos de jazz que conheço.


Por que você seguiu este caminho ?


Isto talvez se deva a uma formação ultra-falso-puritana, talhada a ferro e erguida à base de um arianismo torto e raso. Quem sabe ?


De qualquer forma, vou tentar ajudá-lo com algumas reflexões benignas:


O primeiro ponto é que peço sua atenção ao simples fato de que não existe artista “afro-americano”, o artista ou é americano, ou é brasileiro, ou é inglês... entre tantas outras nacionalidades. A necessidade de segmentar por chaveamento étnico é tola.


Da mesma forma não existe cantora de “grande beleza negra”. A cantora... ou a mulher... é bela apenas. Ou feia apenas. Ninguém se refere a uma mulher branca como: “aquela mulher branca linda”...


Ela é linda apenas... ou feia apenas. Depende do quanto você bebeu.


E eu acho que você bebeu muito antes de escrever seu texto, pois não satisfeito com esse discurso sobre as cores ou a origem das pessoas, iniciou uma seqüência de defesas sobre gêneros e subgêneros musicais, totalmente cômica.


Você escreveu que o bebop era “isso”, que o hardbop era aquilo, ou que o freejazz era melhor e o cooljazz era pior... tantas palavras para exibir um eruditismo questionável e risível.
Poderia até compreender e perdoar isso, sabendo, pois que você é um músico frustrado e, como tal, enveredou para o lado da crítica feroz.


Mas qual, você abusou, diriam Antonio Carlos & Jocafi.


Recomendo que você relaxe e faça uma terapia, ou beba mais um pouquinho.


Uma vez disseram a Stan Getz que ele era um dos maiores ícones do cooljazz, mas com pitadas de bebop na velocidade de sua execução...e ele, bem no estilo Caetano Veloso, respondeu dizendo que não fazia a menor idéia do que o repórter estava falando...


Jobim, cidadão do mundo e que não tinha cores na pele, já havia sacramentado em 1959 que a classificação musical pertence ao mundo dos críticos, muito preocupados em vender jornais e revistas.


Em música, dizia o grande maestro, a única divisão aceitável é a dos compassos num pentagrama, o resto é bobagem.


Outro ponto muito observável em sua obra é a sua deficiente capacidade de aceitar a origem das coisas, além de errar grotescamente o contexto histórico:


Astrud Gilberto não fez a diferença no álbum Getz/Gilberto, álbum que você sequer mencionou, Astrud foi convidada a cantar Garota de Ipanema, em cima da hora, na véspera de ir ao estúdio, por João Gilberto, e Stan Getz foi quase obrigado a aceitar, ou teria que encarar um baiano bom de briga pela frente.


Naná Vasconcelos, antes de ser latino, é brasileiro. Não se refira a ele como "...aquele percussionista latino...", por favor !


Ignorar João Gilberto, que ganhou 06 Grammy, é o mesmo que ignorar a obra de Jobim, que você também não cita em seu livro. Talvez um lapso de memória em função da ação abrasiva do álcool.


Até Charlie Byrd, que se auto-proclama descobridor da bossa nova, você ignorou; um músico obscuro que conheceu a bossa nova entre farras com mulatas no Rio, e que junto com Getz gravou Jazzsamba, um disco horrível (que só não contaminou a bossa por que a raiz é muito forte) não causando nenhum impacto em solo americano ou lunar.


Uma pena seu discurso preconceituoso. O jazz merecia algo mais.


Não me arrependo da compra do livro...valeu pelo design, pelas imagens e pela encadernação...o resto eu esqueci, bem no fundo da garrafa de um malbec barato, que comprei num boteco que tocava Louis Armstrong numa jukebox.


Saúde !

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Desculpa aê....



Ok...ok...ok...

O Alchemy do Dire Straits, gravado ao vivo num show em Londres, no Hammersmith Odeon em julho de 1983 e lançado em 1984 está empatado com o Supertramp ao Vivo em Paris, como o melhor disco ao vivo produzido, gravado e lançado.

E isso é devido somente à faixa Sultans of Swing e ao solo de guitarra de mais de 04 minutos, feito pelo virtuose Mark Knopfler...valeu ?

Pronto...agora chega de violência !