quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Mardi Gras






Tenho certeza de que você já ouviu, em algum momento e lugar de sua vida, alguma música da banda Creedence Clearwater Revival.




Quanto a isso não restam dúvidas.




Mas vale perguntar se o incauto leitor já teve a oportunidade de ouvir aquele que, talvez seja o melhor disco desta banda incrível, Mardi Gras.




Foi o último disco gravado por eles em estúdio e reflete uma percepção madura, polida e viva do southern-rock.




Ali já eram eles músicos experientes e com uma kilometragem alta de shows, estradas e gravações. Mas preservavam ainda a força e a energia necessária para se fazer um disco de southern-rock intenso e inesquecível.




Um capa mística mostrava um menina, talvez uma jovem feiticeira de voodu, com um pandeirinho enfeitado nas mãos. Adorno aceitável para uma seleção de músicas que viriam selar com chave de ouro a fase de estúdio da banda que melhor soube fundir o blues com o rock e o country.




Lançado em 1972, foi disco de ouro no mercado americano. Trazia pérolas como "Lookin' for a Reason" uma deliciosa balada country com um toque de rock no final.




"Take it Like a Friend" também é um destaque, e os vocais de Cook e Fogerty, harmonizados no final, emocionam.




Recomendo sim, e se puder, acompanhado de um bourbon digno desta audiência.




Banda incrível, num disco imortal.




GM





terça-feira, 23 de agosto de 2011

Uma bela Doña Paula


Outro malbec.

Mais uma inesquecível combinação de sabor, aroma e mistério.

Não guardo reservas e não escondo: sou fã assumido dos malbecs argentinos. Compro com dó e regalo, por favorecer a economia portenha, em detrimento à nossa.

Fazer o que ?

É bom demais !

E quando encontro uma certa novidade numa prateleira, é como uma conquista nova, quase uma paquera sutil.

E o flerte com a garrafa que começa muito antes de sorver o primeiro gole.

Foi buscando por um rótulo de malbec ainda não degustado que tive a felicidade de esbarrar com uma certa Doña Paula.

Uma bela senhora, de corpo e cabelos ruivos e com um torneado garrafal que faz rebolar até a mais contour das garrafas.

Um primor de vinho !

Malbec intenso, aromático, cremoso e com uma certa presunção na personalidade.

E como uma dona qualquer, esta Paula se deixou levar em meu carrinho de compras, e de lá seguiu direto para minha modesta adeguinha refrigerada.

Fiquei vigiando de longe, esperando ansioso chegar aos 13º C, temperatura civilizada para bebuns devotos de Bacco.

Peguei com carinho a garrafa, quase que aninhada ao meu colo, abri com delicadeza para aproveitar ao máximo aquele bouquet incrível.

Perfume de mulher, certamente perfeita.

Deitei um tanto assim em minha velha taça de cristal e bebi devagarinho deixando em contato com a boca, a língua e a bochecha o maior tempo possível.

Num longo e intenso inspirar olhei feliz para o rótulo da garrafa, pensando: que puta vinho !!

Aproximando minha boca mais um pouco do vidro da garrafa, verde esmeralda fraquinho, sussurrei baixinho para ela:

- Você vem sempre aqui ?

Doña Paula sorriu dentro da taça, me convidando para algo mais. E eu fui fundo nos mistérios daquela bela mulher.

Espero ir de novo, muito em breve !

GM






segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Playing For Change 2






A primeira edição já tinha sido espetacular: Playing For Change 1, que conheci pelas mãos do amigo JP, em Blumenau e que me emocionou pela profundidade do projeto e pela qualidade do repertório, arranjo e mixagem.

Quase dois anos atrás, neste mesmo blog, registrei assim, minha impressão sobre o disco:

(...) Assistimos a um clip lindamente produzido pelo técnico de som Mark Johson, aliás, criador do conceito do movimento (sim...é um movimento !); o clip era uma colagem de filmes de músicos de rua interpretando Stand By Me, clássico eterno de B.E. King (não confundir com BB King), nos mais diversos arranjos.
Vozes roucas. Arranjos simples. Muita sofisticação cool. Energia verdadeira. Fiquei intensamente emocionado. Músicos de vários países, inclusive o Brasil, deram a sua contribuição.

Caso não queira comprar o CD, veja o site http://www.playingforchange.com/ e emocione-se. (...)

Hoje volto a este tema para celebrar a vitória do movimento Playing For Change, que além de conseguir gravar o segundo disco e DVD, abriu 07 escolas de música em países em desenvolvimento, com o objetivo de, através da música, tirar das ruas jovens que poderiam se envolver com drogas e violência urbana.


O disco está espetacular !


A base é o som de Bob Marley, cantado em versões de músicos nagô, espanhóis, Brasileiros, Americanos e Italianos.


Incrível como o mentor do projeto, Mark Johnson, conseguiu transmitir ao mesmo tempo emoção e realidade.


Sou fã do movimento ! Faz muito sentido !

Junte-se a nós !


GM

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cinema verdade



Esta coluna bobinha já deu algumas boas dicas de cinema, para os amigos que insistem em sua leitura.

Algumas boas e outras nem tanto.

Já falamos aqui do pop blockbuster autêntico de Hollywood, do cinema novo de Glauber e dos épicos sino-niponicos.

Muita coisa boa e alguma coisa cabeça.

Tem gosto pra tudo.

Mas hoje quero dar uma dica diferente em termos de cinema. Na verdade o que vou recomendar não é um filme apenas, mas sim, uma sequência de filmes que marcaram profundamente a evolução da sétima arte.

Trata-se da coleção sobre cinema europeu, lançada duas semanas atrás pela Folha de SP.

Serão 20 ou 25 títulos históricos, que vão desde Fellini a Antonioni. Todos europeus, na produção, direção e nos protagonistas.

Me parece que custa menos que R$ 15 pratas, favor confirmar.

Alguns são peças de arte e que por isso mesmo são indispensáveis à própria condição humana.

Outros são peças de um quebra-cabeças, que, às vezes, nem vale tanto à pena serem resolvidos.

Apenas assista. É como eu falei, alguns vão gostar muito e outros não vão entender nada.

Exatamente como eu e você.

Está dada a dica.

GM

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A visita do consultor

Ontem recebi, na empresa onde trabalho, a visita de um consultor empresarial, vindo de uma consultoria top de SP, com escritórios em NY e Buenos Aires.

Um jovem de uns 25 anos, metido num terno chic, com cabelo penteado estilo topetinho, lembrando um pouco aquelas figuras engraçadas que aparecem, as vezes, em comerciais de computadores na TV.

A idéia era entender como a metodologia da consultoria dele poderia nos ajudar a implantar um processo novo de remuneração, ligado à aspectos meritocráticos, de comportamento e de atitude.

Acho que estou ficando velho !

Velho e sem paciência. Ou um ou outro. Ou os dois ao mesmo tempo !

Não consigo mais me encantar pelo jargão corporativo. Pelos termos expostos num inglês mal falado. E pela arrogância de quem fala muito, mas muito mesmo, e ouve pouco.

Em uma de suas abordagens, o jovem quis saber sobre meus ideais, projetos e gostos empresariais para ver se havia algum encaixe entre a proposta dele e aquilo em que eu acreditava.

Respirei fundo e me contive.

Tive vontade de dizer que meu objetivo é ficar cada vez mais perto de meu filho e mulher.

Que as coisas que faço e que sou realmente bom são, nesta ordem, churrasco com os amigos, ir ao cinema, ler um bom livro, escutar um bom disco, fazer uma viagem gostosa, ligar para alguém e dizer o quanto a pessoa é importante e curtir as vitórias do Flamengo, quando possível no Maraca.

Isso sem falar em esvaziar várias garrafas de malbec, em boa compania, no fim de semana.

Previsível dizer que a conversa foi se distanciando e se esvaindo em stardust.

Não era meu dia de guru executivo.

Na verdade, sempre acreditei que as empresas passam pela vida das pessoas e não as pessoas passam pelo ciclo das empresas.

Acho que demorei muito para compreender isso.

Ele ainda perguntou que guru da alta administração eu levaria para uma ilha deserta !!

Lógico que não respondi, pois para esta ilha levaria de certo minha mulher, meu filho, meus discos e meus livros, também, nesta ordem.

A visita, graças a Deus, estava no fim.

Como última tentativa ele ainda perguntou se gostaria de agendar uma visita minha ao escritório deles, na Paulista.

De novo uma profunda inspiração de ar encheu meu peito de mais alguma paciência me dando chance de responder:

- Hoje não, meu filho, hoje não.

GM

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O melhor caminho para uma boa negociação...seja ela qual for !

Ouça antes de falar.

Pense antes de falar.

Escreva o que falou.

Lembre-se do que falou.

Observe atentamente os gestos de seu interlocutor.

Sorria.

Sorria de novo.

Defina, suavemente, o caminho a seguir.

Siga por ele sem medo de errar.

Finalize o acordo.

Escreva o acordo.

Cumpra o acordo.

Esteja por perto.

Resolva os problemas que aparecerem.

feed back.

Peça feed back.

E comece tudo de novo.

GM



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sorrir ainda é uma opção

E que não se escreva esta frase em nenhum outro lugar, a não ser em parachoques de caminhões coloridos.

Sorrir é sim um opção !

Eu mesmo enquanto escrevo esta nota boba, sorrio, e agora, e só por isso me sinto muito melhor.

Amiúde, o que mais poderia eu fazer ? Chorar é que não vou !

Experimenta sorrir quando uma lembrança boa vem a mente !

Sorrir também é remédio pra dor de dente e pra sogra sem dente.

Sorrir é uma questão de sobrevivência.

O bom humor é o sexo bom do mundo...e põe bom nisso e bota sexo naquilo !

Ademais, por que não sorrir ?

O que te aconteceu hoje que te impede de descontrair os músculos da face e exibir os dentões a todos ?

Nada. Nadica de nada.

Sorria em casa. No trabalho. Entre amigos. No banco. No cinema. Na cama, sozinho ou acompanhado de uma bela mulher.

Sorria de e para tudo. Que mal há de lhe acontecer, além de uma micro-rigidez na face ?

Pitombas !!!

Sorria então, posto que a ausência de sorriso é o prenúncio do fim.

Eu prefiro o começo !

Então recomece agora e sorria no caminho !

Não se entristeça, pois que tudo passa !

Até ferro elétrico !

GM


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Baden Powell, é de lei !


Quanto mais eu ouço Baden Powell, mas eu me emociono.

E não falo apenas de ouvir a técnica esplêndida, conquistada depois de décadas de estudo disciplinado. Ou de escutar a habilidade e o talento incomparável na execução do instrumento.

Quando falo em "ouvir" Baden Powell, falo em tirar os sapatos e a gravata, apagar a luz, abaixar o volume e o ritmo e abrir uma boa garrafa companheira.

Foi assim que fiz com o disco "É de Lei" e é assim que recomendo ouvir qualquer coisa de Baden Powell.

Um disco indispensável para quem aprecia música brasileira e violão.

Não sei se foi editado em CD, mas nas boas lojas do ramo, você vai encontrar o vinil com alguma facilidade.

Eu achei na Baratos & Afins, de SP.

Ele é de longe o violonista mais completo que o Brasil já teve e seguramente um dos 05 maiores do mundo. Incluindo aí Francisco Tárrega e Andres Segovia.

A forma e as formas que ele estruturava a partir do instrumento são únicas. A técnica na execução de escalas, rápidas e seguras, e as vezes lentas e harmoniosas, é de encantar o mais cético dos homens.

A forma com que brincava, tirando do violão sons improváveis como o roncar de uma cuíca ou o bater de um berimbau, é qualquer coisa de louco.

Um louco por sua arte. Era um gênio. É um gênio.

Inesquecível para quem o ouviu pelo menos uma vez e indispensável para quem tem a sorte de possuir os discos.

E é a isso que eu brindo: saúde Baden, vida eterna na sua arte e nas pick up's das casas dos homens de bem.

GM


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Como é bom estar em casa

Voltei de viagem ontem ! Foram dois dias penosos !

Como é bom estar em casa !

Andar de cueca pela sala...escutar Janis Joplin no máximo...comer pão francês com leite condensado...assistir clássicos dos anos 80...tomar banho quente com a patrôa...brincar de lutas marciais com o filhão...jogar video game até mais tarde...!

Como é bom estar em casa !

O cheiro da casa. O tempero da comida. Minha coleção de miniaturas. Livros e discos de montão.

Como é bom estar em casa.

Mulher de TPM. Filho quebrando tudo. "O amor mal feito, depressa, fazer a barba e partir". A visita da sogra. O cunhado que assalta a geladeira e reclama do churrasco.

Depois é de volta à estrada. Outra viagem. Outra ausência e outra saudade de tudo, menos da sogra e nunca do cunhado.

Afinal, como é bom estar em casa !

GM


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Seleção Canarinho de 82

Falar de uma seleção brasileira de futebol, para quem como eu, é apaixonado por futebol, é tarefa ingrata.

Ainda mais se a palavra for sobre seleções que marcaram época e memória, na lembrança de brasileiros de todo o mundo.


Não vi jogar os timaços de 58, 62 e 70. Firmes tri-campeões do mundo com uma constelação de craques do meio-campo para frente, e com bons jogadores da meia-cancha pra trás.

Pelé, aquele que é a síntese do próprio futebol, não vi bailar nos gramados.

A 1ª copa que assisti inteira, acompanhando os jogos pela TV, foi a de 78, na Argentina.

Leão, Toninho, Rivelino, Dirceu, Reinaldo e Roberto Dinamite fizeram um papel digno e saíram de lá invictos.

Dizem, o Brasil foi o campeão moral daquele certame.

A copa seguinte vivi intensamente.

Colecionei as figurinhas do chiclete Ploc (ou era o Ping-Pong ?). Pintei as ruas da minha rua de verde e amarelo. Aprendi a cantar a música hino daquela copa (Dá-lhe Canarinho, do Roberto Ribeiro).

E mais que isso, assisti a cada segundo de todos os minutos que formaram as horas de transmissão daquela copa.

Espanha, 1982 !

Era um time de artistas. Uma seleção que tinha um mágico por posição, do goleiro ao ponta-esquerda !

Nem a geração de Pelé conseguiu essa proeza. Ter uma escalação de tão alto nível em cada uma das posições.

E tínhamos Zico no auge da forma, eleito o melhor do mundo em 1981. Falcão com sua classe e firmeza. Júnior com toda a sua habilidade. Sócrates com inteligência e futebol moderno. Éder com força e habilidade. Leandro com agilidade e qualidade. E até mesmo o careca Valdir Perez, com firmeza e constância.

Cada jogo era uma baile de futebol. Contra URSS, 2 x 1 de virada, com direito a um golaço de Éder, apesar da grande atuação do goleiro Dasayev.

Contra Escócia uma goleada, com direito a gol de falta magistralmente cobrada por Zico.

Nova Zelândia e Argentina ficaram para trás, sem deixar vestígio. Contra a Nova Zelândia, Zico marcou de bicicleta e no jogo contra a Argentina, Maradona foi expulso de campo após agredir Batista, demonstrando ter perdido a cabeça pela derrota por 3 tentos a 1.

E então surgiu a Itália em nosso caminho.

Poucas palavras para falar disso.

Gentile marcou Zico os 90 minutos do jogo individualmente e com violência, chegando a rasgar a camisa do galinho dentro da área, num penalty que se tivesse sido marcado...

Começamos o jogo perdendo, gol de Paolo Rossi.

Logo 02 minutos após, Zico se livra de Gentile e Tardelli com um drible de calcanhar e toca para Sócrates marcar na saída de Zoff.

Uma grande bobagem na área somada com outra grande bobagem no meio de campo, e vieram mais dois gols de Paolo Rossi, que se tornaria artilheiro daquele mundial.

Falcão ainda empataria em 2 x 2, com um golaço de fora da área.

Oscar quase marcou de cabeça aos 44 do 2º tempo, o que seria nossa redenção: o empate classificava o Brasil.

Qual nada ! Foram 03 gols de uma medíocre Itália, contra 02 gols de uma seleção de sonhos.

Chorei nervosamente por quase duas horas. Esmurrei a parede da sala, corri para o quintal, berrei como um condenado.

Aquilo não podia ser verdade !

Doeu muito. Me senti mal por semanas. Mas estava feito. Era fato.

Minha geração aprendeu a viver com a dor de ter perdido aquela copa, mas soube valorizar seus guerreiros e reconhecer o esforço do time de Telê Santana.

Na volta ao país, no aeroporto do Galeão, a torcida recebeu o time com uma enorme faixa que dizia: "Tão belas quanto as conquistas, são as derrotas de cabeça erguida: valeu Brasil !".

Segui em frente, ainda apaixonado por futebol e ainda brasileiro.

Pra sempre.

GM

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

E por falar em boa música...






Ontem escutei, à noite, o disco "Antologia Poética" de Vinícius.


O disco estava guardado comigo desde que o ganhei, como presente de fim-de-ano, dado pelo tio Arlindo, bom carioca e bom português, uns três anos atrás.


Belíssimo disco por sinal.


Retirei-o com cuidado da capa e do plástico que o protegia.


Limpei carinhosamente alguma poeira teimosa e passei uma generosa camada de álcool isopropílico, secando em seguida com uma flanela virgem, toda a superfície do vinil.


Estava um frio dolorido. O termômetro da cozinha marcava 9°C !


Peguei uma garrafa de Latitude 33 malbec na adeguinha e um copo d'água grande e crsitalina.


Antes de subir convidei minha mulher para me fazer compania, mas sua atenção estava na tela redutora da TV. Reduzindo sua própria mente em capítulos de senhoras do destino/laços de família/páginas da vida, ou seja lá qual for o folhetim da vez.


Subi e sozinho me enrolei num gostoso edredom, que logo se ocupou de esquentar tudo a sua volta.


Tão logo espetei a agulha no disco começo a ouvir a voz meio cavernosa de Vinícius, recitando o "Soneto da Separação".


Uma poesia linda que se equilibra em 02 quartetos e 02 tercetos perfeitos. São os 14 versos mais emblemáticos da poesia brasileira.


Entra Toquinho com um cantarolar macio, falando de uma casa muito engraçada, sem teto e sem nada.


Mais a frente outra poesia, "Do amor e do vento". Outra lira linda que o poeta nos legou.


Disco lindo. Imperdível. Necessário.


Esvaziei a garrafa inteira, lembrando de quantas vezes ouvi críticas à Vinícius e sua obra, tanto poética como musical.


Já li de como sua poesia foi classificada como pequena e ele mesmo, um poeta menor, quando ladeado a Drummond e Bandeira.


Já ouvi de como sua música poderia ser dita como ingênua e simples, cantando coisas como o amor, a flor e as mulheres.


Ouvi e li essas coisas ditas e escritas por críticos rápidos, mas que hoje, me soam mais como elogios a pureza, leveza e beleza da obra de Vinícius de Moraes.


Dito nas palavras de seus parceiros, e cantado na voz de Miucha: "...poeta, poetinha camarada...". Assim era Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes.


Seu nome está na história.


Eu não me lembro do nome de nenhum daqueles críticos que se enfileiravam nas colunas dominicais do JB.


Melhor assim.


GM




segunda-feira, 1 de agosto de 2011

McCartney, Uma Vida



Esta aqui é uma dica de leitura, muito boa e agregadora, para quem gosta de música e de letras.

Trata-se da biografia de um dos maiores nomes da música mundial, não na atualidade, mas sim em todos os tempos.

Existem músicos que ficam atrelados ao passado e ao que passou. Outros, ainda, quando decidem solar suas vidas, ficam marcados para sempre pela aura do grupo ou banda a que pertenceram.

E temos ainda aqueles que simplesmente não decolam.

Falando de músicos que fazem música de verdade, penso logo numa lista provável daqueles artistas que tiveram seus nomes escritos no hall do tempo, pois, foram criadores de obras únicas e incrivelmente belas.

Certamente Paul McCartney está nesta lista.

Acabo de ler e recomendo, a biografia de Sir. Paul, "McCartney, Uma Vida" e que está disponível por menos de R$ 50 pratas em qualquer livraria de qualquer canto do mundo.

Um livro indispensável ! E você não precisa sequer ser fã dos Beatles, basta ser amigo e gostar um pouquinho dos próprios ouvidos.

O livro narra toda a estória da história da vida de Paul. Da infância pobre em Liverpool à fama e riqueza dos tempos dos Fab Four, passando inclusive pela dor da perda de sua mãe, além de várias outras descobertas.

Recomendo sem medo de errar e adiciono ainda mais duas colheres de dicas infalíveis: a primeira é para que você leia o livro ouvindo o disco McCartney (aquele das cerejas na capa), o primeiro disco solo de Paul, logo quando o sonho acabou.

A segunda é para que você se faça acompanhar de alguém que ama, durante a audição.

Sabemos que a razão para isso é bela e muito particular.

Boa leitura !

GM