"O ser humano é uma criatura incompleta, dependente, frágil e conivente socialmente. Por isso mesmo está no topo da cadeia alimentar."
Anônimo
terça-feira, 31 de julho de 2012
quinta-feira, 26 de julho de 2012
A Encruzilhada, de Walter Hill
Esta eu devia ao meu filho.
Da minha lista de filmes a assistir com o menino, um estava em destaque.
Um filme de 1986, estrelado pelo ainda jovem Ralph Macchio, pela ainda linda Jami Gertz e pelo sempre talentoso e saudoso músico e ator Joe Seneca.
A direção inócua de Walter Hill não atrapalhou e nem ajudou, pois a estória é daquelas que dispensa genialidades e roteiros pretensiosos.
Tudo gira em torno do Blues.
Do Blues e da música de Robert Johnson, que teria feito nos anos 30 um pacto com o diabo para se tornar o maior músico de blues do mundo.
Fausto modernizado. Mas, muitos contemporâneos de Mr. Johnson, garantem que o pacto de fato aconteceu.
Na verdade, com ou sem pacto, o filme é sensacional.
Marcou minha juventude e ficou na minha memória muito tempo. Um filme leve e divertido, com uma mensagem purista de que o bem vence o mal.
Ralph Macchio (Karatê Kid) e Jami Gertz (Abaixo de Zero) fazem o par romântico. Joe Seneca faz o o bluesman experiente e amargurado e o diabo faz o diabo mesmo.
Em síntese, o filme fala da estória de um jovem guitarrista de NY que sonha em ir para o Delta do Mississipi para aprender e gravar a 30ª canção perdida de Robert Johnson, que na verdade nunca foi gravada.
A cena final é um desafio de guitarras entre o guitarrista do diabo (Steve Vai) e o personagem de Ralph Macchio.
O Prêmio ?
A alma imortal do jovem guitarrista.
Imperdível ! Impagável !
Recomendo o filme e também a trilha sonora !
GM
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Simplificando o vinho
Simplificando o vinho
Eu aprecio muito beber vinho.
Principalmente o tinto das uvas Malbec, Tannat e Cabernet Sauvignon. De longe minhas preferidas.
Desde 2003 bebo vinho tinto todos os dias. À noite, ao jantar, não mais que duas taças pequenas, de segunda à quinta.
Disciplina religiosa.
Sexta-feira se estamos em casa, bebo um pouco mais, passo um pouquinho da metade de uma garrafa, na presença de minha mulher e de um bom filme.
Já no sábado o ritual é diferente. Se o programa é caseiro, com amigos e família, lá pelas 11h30m ponho fogo no carvão da churrasqueira, separo meus discos preferidos, e, depois do meio-dia, abro um bom Malbec.
Uma garrafa de água das grandes me acompanha também.
Ouvindo música, e não barulho, assando uma proteína generosa, conversando fiado e rindo do que se dá, passo o dia inteiro com uma taça na mão.
E lá pelas 16h00m já se foi a garrafa inteira. Só para mim.
No domingo, depois dos tradicionais passeios e visitas, costumo espreguiçar na minha poltrona favorita, ouvindo o que mais gosto (MPB, blues, Jazz, samba de verdade, rock do bom...) e compartilhando sonhos com meu filho e minha mulher.
Vidinha simples.
Nestes momentos me faço acompanhar de meia garrafa de um tinto suave. Só pra fechar o ciclo com chave de ouro.
Então, se as contas forem feitas, são 03 garrafas por semana, religiosamente, número que se converte em 12 garrafas por mês e 144 garrafas por ano.
Este per capta/ano daria, em litros, 108 litros de vinho tinto.
O consumo médio brasileiro em litros é de 2 litros/ano e a média europeia é de 61 litros/ano (dados do OIV). Então, posso dizer com certeza, que eu bebo vinho mesmo !
Mas estou longe de ser considerado um expert no assunto. Sou apenas alguém que bebe vinho ao jantar e, nos fins-de-semana, de uma forma mais relax.
Também posso afirmar que este hábito de 09 anos, apurou meu gosto e sensibilidade aos tintos.
Percebo sim sutilezas, aromas e sabores que antes não percebia. Mas tudo muito simples e sem mística.
Minha relação com o vinho também é profissional. Trabalho numa casa vinícola tradicional, fundada em 1927, e mesmo sem ser técnico, sommelier ou enólogo, dou meus palpites nas elaborações.
Às vezes eles me ouvem. Às vezes não.
Então, com o objetivo de simplificar nossa relação com os tintos, passo aqui algumas informações comuns, disponíveis em qualquer consulta à web e de fácil entendimento para qualquer um.
Até para mim !
Primeiro, o ato de beber: faça-o diariamente ao jantar. É mais saudável. Não beba mais que duas taças de 200 ml. Acima disso não há benefício.
Acredite !
Beba água. Muita. Álcool desidrata e você precisa repor a água perdida. Por isso para cada taça de vinho, beba o equivalente de água.
Se estiver num restaurante e tiver dúvidas, peça ajuda do profissional que estiver disponível. Às vezes um maitre, às vezes um sommelier. Eles orientam quanto a harmonização mais indicada.
Mas cuidado ! Não compre nada que não seja justo e não ligue muito para harmonizações sofisticadas.
Vinho bom é aquele que você gosta, com a comida que você aprecia e que você possa pagar.
Também não seja ridículo. Não faça o ritual da experimentação (cheirar rolhas, checar viscosidade lacrimal, verificar a cor com um guardanapo branco ao fundo...e outras bobagens mais) se você não é profissional da área.
Não é necessário. Se for tomar um vinho que já do seu hábito, apenas peça para servir e aproveite a festa.
Se for um vinho completamente novo para você e que tenha sido sugerido pelo restaurante, deguste um pouquinho antes de mandar servir.
Se não gostar, devolva a garrafa ! O fornecedor irá trocar para o restaurante.
Agora algumas informações mais curiosas, que não são nada técnicas, mas que são interessantes:
- Corte é o nome que se dá à mistura de dois ou mais tipos de uva. Em francês é assemblage e em inglês é blend.
- Varietal é o vinho que é elaborado a partir de uma única uva.
- Taninos são substâncias que são encontradas principalmente na casca da uva e são responsáveis pela sensação de “secura” na boca.
- Buquê é a característica olfativa que o vinho desenvolve depois de envelhecido e engarrafado.
Agora falando um pouco sobre os tipos de uva mais comuns, na produção de tintos do novo mundo:
- Cabernet Sauvignon: é a uva mais usada na produção de tintos. Requer algum tempo de envelhecimento para realçar suas qualidades.
- Merlot: macio e aveludado. Pode ser degustado jovem.
- Malbec: encorpado e vigoroso. Costuma ter aroma frutado.
- Pinot Noir: taninos leves. Necessita pelo menos uns quatro anos de envelhecimento.
- Tannat: escuro e intenso. Antes de consumir deixe decantar por pelo menos 40 minutos.
- Syraz (ou Shiraz): coloração intensa e bastante frutado.
Como podemos ver, não há nada de mítico ou complicado com o vinho, ou com o hábito de se beber vinho.
A medicina até afirma, através de estudos, que existe alguma relação entre o consumo do vinho e a boa saúde cardiológica e a longevidade. Isto se deve a ação do resveratrol e dos flavonoides.
Mas sobre isso não sou habilitado a falar.
O que posso fazer é brindar e recomendar que você compre um tinto justo, que seja do seu gosto e que harmonize com o que você quiser.
Saúde !
GM
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Tom Jobim e o Samba do Avião
Foi um grande susto.
O convite para Tom cantar e tocar no concerto que iria apresentar a Bossa Nova ao mercado americano, soou como algo distante e lúdico.
Ir ao Carnegie Hall em 1962, a bordo daqueles aviõzinhos quadrimotores e barulhentos, fazer duas apresentações e depois voltar ao Brasil, era algo pictórico.
Além do mais, Tom tinha pavor de avião.
Segundo Zuza Homem de Mello, a bela e simples letra do "Samba do Avião" foi escrita, em parte, para homenagear a beleza do Rio de Janeiro e , em outra parte, para cantar o alívio de ver a aeronave de volta ao chão:
"...dentro de mais um minuto estaremos no Galeão..." foi com certeza uma frase dita por alguma bela comissária de bordo, mas representou também o fim da tortura de estar horas confinado dentro do avião.
Até os 36 anos, Tom nunca tinha saído do Brasil. Sua música já era grande e internacional, graças ao sucesso do filme "Orfeu Negro" , de 1959, que foi musicado por Tom e Vinícius.
Tom teria recebido muitos convites para ir ao exterior e compor trilhas para filmes. Foi sondado até para fazer a trilha do Filme "A Pantera Cor de Rosa".
Recusou solenemente.
Henri Mancini aceitou.
O avião foi baixando, pousando e a música foi se desenhando dentro da cabeça de gênio de Tom. O restante da letra viria depois. A harmonia foi finalizada no piano da casa da Gávea.
O Rio ganhou um hino e Tom perdeu o medo de voar.
Pelo menos, foi o que pareceu.
GM
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Quando a banda "Frente" recriou "New Order"
Uma estória que eu queria contar.
Entre os anos de 1995 e 1996, morando em Sorocaba, recém-casado e ainda sem a brilhante compania de meu filho, escutei certa vez na Transamérica FM (antes desta rádio se transformar no que é hoje) um som que me chamou muito à atenção.
Uma voz melodiosa, fininha mas sem ser chata, uma harmonia simples mas não previsível e um hit dos anos 80.
Não identifiquei a voz. Achei que fosse uma cantora nova qualquer, ou mesmo uma boa brazuca cantando uma versão em inglês.
A música era "Bizarre Love Triangle" do New Order. Banda ícone dos 80/90, que nasceu de uma virada seminal e trágica do Joy Division.
Uma outra estória.
Mas voltando a voz linda e a versão do hit do New Order, música que muitos insistem em chamar de "Everytime I See You Falling", em função do refrão, fixei minha busca naquele disco.
Não naquele momento. Depois de ouvir a música pela primeira vez não dei tanta importância assim.
Só me liguei mesmo depois de ouvir a filha de um amigo de Ribeirão Preto (desta vez, já morávamos em Ribeirão), cantar e tocar ao violão a mesma música, isto já em 2000 ou 2001.
Pirei de vez !
Lembrei de ter ouvido a música anos antes e comecei a buscar o CD ou LP.
Nem preciso dizer que não achei nada. Naquelas bandas, o sertanejo domina as prateleiras das boas lojas do ramo.
Mais uns anos se passaram. Já morando em Itu, comecei a fazer uma coletânea em MP3 para ouvir no rádio do carro e, meio sem querer, achei de novo a música. Mas havia algo errado. Na versão que baixei, que era a mesma que já tinha ouvido antes, a cantora que o arquivo digital assinalava era a Jewel.
Uma bela mulher, dona de uma linda voz e de um repertório diferenciado. Também falaremos sobre ela mais tarde.
Então foi com base nesta referência (Jewel) que comecei a buscar o CD/LP.
E nada de achar. Nem no Brasil e nem em viagens que fazia ao exterior. Nadinha mesmo. Investiguei a discografia completa da Jewel, e nada. Nenhuma faixa em nenhum de seus discos tinha esta música.
Mas como ? Se o arquivo em MP3 marcava o nome dela e se as buscas na web também relacionavam Jewel a "Bizarre Love Triangle" ???
Somente ontem consegui entender.
Estava em SP e por volta do meio-dia fui até a livraria Cultura do Shopping Villa Lobos para olhar uns discos.
Nos alto-falantes da loja, estava tocando a mesmíssima música que tanto procurava.
Abordei um vendedor e perguntei sobre o disco que estava tocando. A resposta foi terrível: "É um MP3 da Jewel, senhor, e nós não podemos estar gravando para o senhor !"
Hum-Hum.
Jewel coisa nenhuma !
Peguei de birra !
À noite em casa, fucei a web até descobrir a verdade num grupo de discussões sobre pop-rock. Na verdade a dona daquela voz e daquela versão do sucesso do Order era a banda "Frente !"
A faixa foi gravada no obscuro disco "Marvin, the Album" de 1994 e que teve pouca repercussão no Brasil.
Segue abaixo o link para a versão que está no youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=IJ1c9ErCn7w
Pudera ter tanta dificuldade em achar. Esta banda australiana, gravou apenas dois álbuns. A dona daquela voz de fada era a vocalista Angie Hart.
O disco que contém esta versão de "Bizarre Love Triangle" é de 1992, ma foi lançado internacionalmente em 1994.
Voltei na loja. Encomendei. Por sorte estava no catálogo da loja.
Agora é só aguardar chegar. Abrir um malbec. E apreciar.
Demorou (mesmo) mas a teimosia valeu à pena !!!
Recomendo uma olhadela no vídeo do youtube...se gostarem, encomendem o CD na Cultura que sai por uns R$ 45,00.
Garanto que vai valer à pena !
GM
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Banda Black Rio e outras bandas
A maior banda de soul music, swing pop e funk do mundo...é brasileira !
Para quem duvidar recomendo ouvir o disco "Maria Fumaça" da banda "Black Rio", de longe o funk-soul mais swingado do mundo !
Os caras foram e são músicos com formação jazzística e sambística. Com um pé na lapa e outro no Harlem.
Impossível ouvir sem dançar, ou no mínimo, sacudir o esqueleto. Recomendo como terapia contra a tristeza e baixo astral.
=======================================================================
Banda Zé da Lapa.
Simplesinho assim mesmo.
Violão de sete cordas, banjo, cavaco, pandeiro e repique de mão.
Noel Rosa. Elton Medeiros. Cartola. Ismael Silva.
Samba de verdade. Partido com refrão de chamada. Músicos com muitos calos nos dedos, de muito ensaio e muito samba.
Cachaça da boa. Comida de botequim.
Como não posso mais morar na Lapa, comprei o disco da banda Zé da Lapa e gostei muito.
Um disco para quem gosta de samba e mau sujeito não é.
GM
Para quem duvidar recomendo ouvir o disco "Maria Fumaça" da banda "Black Rio", de longe o funk-soul mais swingado do mundo !
Os caras foram e são músicos com formação jazzística e sambística. Com um pé na lapa e outro no Harlem.
Impossível ouvir sem dançar, ou no mínimo, sacudir o esqueleto. Recomendo como terapia contra a tristeza e baixo astral.
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Banda Zé da Lapa.
Simplesinho assim mesmo.
Violão de sete cordas, banjo, cavaco, pandeiro e repique de mão.
Noel Rosa. Elton Medeiros. Cartola. Ismael Silva.
Samba de verdade. Partido com refrão de chamada. Músicos com muitos calos nos dedos, de muito ensaio e muito samba.
Cachaça da boa. Comida de botequim.
Como não posso mais morar na Lapa, comprei o disco da banda Zé da Lapa e gostei muito.
Um disco para quem gosta de samba e mau sujeito não é.
GM
sábado, 7 de julho de 2012
A Cor Púrpura - Trilha sonora
Quincy Jones. De novo ele. Sempre ele.
O mago das produções musicais reedita seu talento no relançamento da trilha sonora do filme A Cor Púrpura, de 1985.
Do filme, uma obra prima, falaremos mais tarde, em outra ocasião.
Das músicas e da trilha falaremos um pouquinho agora.
Stven Spielberg faz um agradecimento especial a Quincy Jones no encarte da trilha, que volta com roupa nova, caixa de luxo e encarte com muitas fotos.
Eu continuo com minha versãozinha em vinil, nova e antiga, especial por guardar muitas lembranças.
O disco todo é perfeito:
Miss Celie´s Blues (Sister), Celie Cooks, Shug Breakfast, Junk Bucket Blues, The Dirty Dozens e muito mais. Uma viagem linda pelos ares da Georgia de 1909.
Recomendo a trilha e também o filme !
Você vai se emocionar !
GM
O mago das produções musicais reedita seu talento no relançamento da trilha sonora do filme A Cor Púrpura, de 1985.
Do filme, uma obra prima, falaremos mais tarde, em outra ocasião.
Das músicas e da trilha falaremos um pouquinho agora.
Stven Spielberg faz um agradecimento especial a Quincy Jones no encarte da trilha, que volta com roupa nova, caixa de luxo e encarte com muitas fotos.
Eu continuo com minha versãozinha em vinil, nova e antiga, especial por guardar muitas lembranças.
O disco todo é perfeito:
Miss Celie´s Blues (Sister), Celie Cooks, Shug Breakfast, Junk Bucket Blues, The Dirty Dozens e muito mais. Uma viagem linda pelos ares da Georgia de 1909.
Recomendo a trilha e também o filme !
Você vai se emocionar !
GM
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