Estamos trabalhando duro na organização da copa do mundo !

Estamos organizando a copa do mundo:

Balão, balela, caraminhola, embromação, embuste, endrômina, falsidade, invencionice, lampana, lenda, lorota, maranhão, mendacidade, novela, patarata, patranha, peta, pomada e potoca.

Todo o cronograma está sob controle:

Abastardice, adulteração, depravação, desnaturação, peitação, suborno, acerto, esquema, ajuste, alcova e vício.

Os recursos disponíveis serão usados com seriedade:

Desfalque, desvio, falcatrua, traficância, arrumação, parceragem, combinação, velhacaria, burla, dolo, intrujice, logro, ludíbrio, trampolinice, trapaça, tratantada e tratantice.

Pra frente, Brasil !!!!

GM

Quando finalmente jogamos um futebol que ninguém quer ver

O Brasil não é mais o país do futebol.

Faz tempo !

Em algumas épocas da história do esporte, tivemos algumas seleções, de fato, muito ruins.  Vamos nos lembrar um pouco disso também !

Em 1966, copa que eu não vi jogarem, a preparação foi um caos.  Foram convocadas 04 seleções base.  Tinha o time verde, o amarelo, o azul e o branco.

Uma confusão !

Pouco se treinava e a soberba era tanta que, só pelo fato de termos o título de bi-campeões de 62, achava-se que tudo estava certo !

Um fiasco...

Em 1974 já éramos os tri-campeões do mundo !

Jogávamos um futebol ultrapassado, com base no valor individual de um Rivelino já cansado e sem talentos que pudessem fazer a transição para o futebol moderno.

Estávamos, de novo, cegos.   Generais de pijama desmandavam a estratégia e opinavam em tudo, da escalação ao cardápio dos atletas.

A Holanda nos ensinou o caminho de volta...uma vergonha !

Em 1990 o capitalismo negocial imperava no ambiente de preparação.  Atletas estavam mais preocupados com discussões sobre prêmios e contratos do que com o esporte.

Treinar era um luxo !

Foi uma lástima !!

Agora, de novo, o fantasma das copas que perdemos por erros de preparação nos assola o sono.  Parece que ninguém quer ver, mas é verdade, não adianta termos a melhor história ou a maior tradição, se não jogarmos o melhor futebol.

Vai ser um grande sofrimento, em casa, de novo !

GM

O que "Please, Please Me" e "Getz/Gilberto" têm em comum ?

Ambos estão completando 50 anos de vida !

Pena, muita pena, que é somente no calendário que os gênios criativos de Lennon/McCartney e Stan Getz/João Gilberto puderam se encontrar.

Se não, pudera !

Paul já teria dito, uma vez, que adora a música Jobiniana mas que a considera complexa demais para tocar. 

Disse mais. 

Confessou que gravar um disco de bossa nova, sem a presença de músicos brasileiros seria um ato risível, no que, concordo em gênero, número e grau.

Em 1963 foi lançado o visionário "Please, Please Me".  Fruto do talento explosivo dos Beatles e do refinamento musical de George Martin.

O mundo nunca mais seria o mesmo.

Tenho o privilégio de ter em casa o original, em vinil, datado da prensagem de 1963 (ano do lançamento), pela Parlophone, em mono.  Muitas faixas deste disco foram gravadas em 1962 (a faixa título e o hit "Love Me Do", por exemplo), mas todo o material foi revisto e retrabalhado em um único dia de estúdio (11 de fevereiro de 1963), no Abbey Road, ao módico custo de 400,00 libras !

Pouco dinheiro para muito talento !

O resto é história.  Este disco abriu às portas do mundo para os "Fab Four" em uma jornada que, só seria interrompida 08 anos mais tarde.

O luto musical persiste até hoje.

Diz a lenda que, João Gilberto entrou em estúdio em março de 1963, para gravar o até hoje mais importante disco de jazz do mundo "Getz/Gilberto", acompanhado de Tom Jobim e de um baita mau humor.

Ele discordava musicalmente de Stan Getz em muitos aspectos, do arranjo ao nome do disco, mas teve que se render aos desmandos do capital musical.

O disco é uma obra-prima !  Arrebatou o Grammy de "melhor disco do ano", "melhor disco de jazz instrumental", "melhor disco em mixagem e engenharia de som" e, a faixa "Garota de Ipanema" foi a mais reproduzida no mundo, de 1963 até 1977 !!!

Só para que se tenha uma idéia, depois de "Getz/Gilberto", o único disco não-popular a ganhar o Grammy de disco do ano foi um disco de Herbie Hancock, 43 anos depois de "Getz/Gilberto" !!!

Não estou exagerando e nem sendo pindoramense, estes dados são públicos e são de reconhecimento mundial.

Depois desse disco, o mundo também jamais seria o mesmo !

Minhas faixas preferidas são "Doralice", do velho Caymmi e "Desafinado" dos gênios Jobim/Mendonça.

Se você, que está lendo, for um ser humano, por favor, ouça o disco.  Mas se você, que também está lendo, for brasileiro e ainda não ouviu este disco, nem uma vez sequer, por favor, vá chafurdar no inferno !!

Desculpe a ignorância, mas, por favor, desligue a FM.

GM

Ou

Uma nação no caminho da completa imbecilização de seu povo

O ano é 2029.

A educação formal, como conhecemos, foi abolida.  Todos os alunos são considerados aptos através do revolucionário processo da progressão continuada.

Os livros não existem mais.  Foram todos considerados ultrapassados e substituídos por cartilhas partidárias e por material eletrônico.

Nossos filhos e filhas não mais aprendem matemática e gramática nas escolas.  Estas matérias foram substituídas por programas de convivência coletiva, em função de terem sido consideradas matérias de grande complexidade e que tomariam muito tempo no sistema.

A música se resume a batidas tribais, ritmos tecno-pop e sexo.  Muito sexo.  A música se fundiu à dança, num movimento único que dispensa o estudo das harmonias, melodias e escalas.  Os jovens não sabem o que ouvem, mas aprovam.

Em 2029 as roupas terão um outro sentido, onde o correto será a exibição predatória e de apelo sexista de músculos, coxas e bundas.  Aonde quem não o fizer, estará errado.

As empresas serão presididas e dirigidas por adultos despreparados, com linguagem ininteligível e gutural.  As gírias serão o padrão.  Todas as reuniões de trabalho serão movidas a galhofas.  Todas as questões mais complexas  serão transmitidas a técnicos americanos, chineses, japoneses e argentinos,  que portadores de conhecimentos ditos complexos, vão nos ajudar nas questões aonde será necessário pensar.

O português será uma língua morta e seremos um país não-pensante.

Nas escolas, empresas, instituições e lares todos falarão gírias.  Será "mano" pra lá, "véio" pra cá, "tá ligado", "certo brow" e um sem números de dialetos incompreensíveis que, a lingua oficial será descontinuada e não mais será estudada.  A comunicação entre as pessoas se dará por intermédio de povos estrangeiros mais evoluídos ou, por meio da força prazerosa da violência.

A vida terá muito pouco valor !

A Argentina terá ganho, até lá, mais 06 pêmios Nobel, todos na área da ciência, política e filosofia.

Nosso país será um aglomerado de zumbis.  Fabricaremos apenas produtos de 4ª sub-geração e cederemos apenas mão-de-obra pesada para a conjuntura industrial do planeta.

Seremos a piada do planeta !

Nossos políticos serão analfabetos e viciados. Nossos médicos e advogados  serão empíricos, obsoletos e dependentes da ajuda intelectual de americanos e chineses.

Teremos a mais completa máquina de coleta de impostos do planeta.  Com o diferencial de que ela será operada por técnicos chineses.

Tudo aquilo que for complexo será deixado de lado.  Tudo aquilo que exigir crítica e raciocínio será esquecido no tempo.  Toda a atividade que requeira um mínimo de atitude intelectual será considerada subversiva e será legada a nossos tutores chineses e argentinos.

Sim.  Seremos uma nação sem maioridade.

Seremos todos viciados.  Parte da população se dedicará ao cultivo da maconha, agora liberada e homologada, para consumo e comércio. Outra parte será viciada em crack e cocaína.  Felizes a espera da próxima dose.

Todos viverão em frente a grandes televisores.

O BBB será o programa oficial de cultura e caminho único na formação do cidadão. 

Será um programa diário de 07 horas de duração, com muito sexo, nudismo, mentiras, manipulações e música não-musical.  Os restante do dia será coberto por reprises de programas do Faustão, Eliana e Gugu Liberato.

Todas as crianças serão incapazes de escrever uma sentença completa até os 17 anos.  O estudo da tabuada será abolido e a prática de leitura considerada perda de tempo.

O voto será genético. 

A democracia cega, surda, muda e burra será transmitida de pai para filho pela ação de cartões magnéticos, vinculados a pagamentos em favores e programas eleitoreiros.  Nossos políticos só serão eleitos após passarem pelo crivo do consulado americano e argentino.  Só por precaução política.

A falta de maturidade crítica de nosso povo, nos levará a abrir mão de nossos destinos em troca de uma dose a mais.  Uma dose a mais de funk, de axé, de TV, de escárnio e de imbecilidades triviais, que serão todas consumidas com muita gratidão.

Mas seremos felizes, sim seremos felizes, todos terão direito ao riso afônico que se dará pela abertura de bocas sujas que vão expor dentes podres e gengivas purulentas. 

Seremos histericamente felizes, pois saberemos que nossos destinos estarão em boas mãos invisíveis.

Assim será nosso país em 2029, e não há nada mais que possa ser feito a respeito.

O processo é irreversível.

GM

O belo trabalho da Martin-Claret

O livro tem o poder de mudar o ser humano.  Já o bom livro, é capaz de revolucionar o pensamento da humanidade.  O livro molda, muda, aperfeiçoa, humaniza, emociona e custa pouco.  Bem pouco.

Na era das mídias e redes digitais, o livro ainda tem lugar de destaque.  Um livro novo encanta pela experiência única da leitura de páginas novas, intocadas, como a bela virgem que aguarda e imagina.

Um livro usado tem memória.  Tem cheiro de letras.  Tem notas escritas ao roda-pé das folhas.  Tem datas alusivas e dedicatórias de amor.

Hoje, ainda hoje, em meio a terabytes, zetabytes, bigdatas e tanta conectividade, o livro preza  e se reserva a um papel importante na construção do ser humano.  Ele é a argamassa do conhecimento.

Neste contexto, a editora Martin-Claret está com as mãos cheias de tijolos.  Belos tijolos prontos e à disposição daqueles que souberem se livrar da preguiça mental e ousarem resistir a esta fortíssima corrente imbecilizadora, que avassala o Brasil de 10 anos pra cá.

Esta competente editora brasileira, navegando à contra-mão da cena patética que é a conjuntura cultural do Brasil de hoje, edita, lança e revive, todos os clássicos da literatura mundial.  Clássicos indispensáveis, a nós, como o oxigênio, a menos que o leitor seja uma criatura unicelular.

Beldades como o brasileiro Machado de Assis, o francês Victor Hugo, o inglês Charles Dickens, o americano Kerouac, o anglo-alemão Huxley, entre outros nomes de peso, abrilhantam o catálogo da editora, numa apresentação acessível, prática e de ótimo conteúdo.

Disponível em livrarias, lojas de conveniência, shoppings, quiosques e até no calçadão da praia, esses clássicos nunca estiveram tão ao alcance das mãos, do bolso e da mente.

Desafio:  comece a leitura de "Os Trabalhadores do Mar" e tente parar no meio.  Impossível.  Inicie os parágrafos de "Exodus" e tente esquecer depois.  Improvável.  Dê uma mera folheada nas páginas de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e tente não consumir a obra inteira.  Impensável.

O livro é o alimento da alma.

Parabéns a esta iniciativa editorial.  Parabéns a Martin-Claret, que ousou sonhar um mundo com mais letras, emoção, conhecimento, cultura e amor.

GM

Bruce Lee e o congresso brasileiro

O baixinho era terrível !

Praticamente um nanico, raquítico, franzino e, ao mesmo tempo, o maior lutador de artes marciais da história do esporte, desde o tempo dos samurais.

O fracote treinava 11 horas por dia !

Tinha o soco mais rápido e potente de sua época, comparável ao punch de "pesos-cruzadores" do boxe. 

Na verdade, seu famoso "soco de duas polegadas" era capaz de derrubar um homem de 90 kg. 

Seu chute era como um relâmpago !  Diz a lenda, que nas filmagens do filme "O Vôo do Dragão" (aquele filme, em que ele espanca um jovem de 20 e poucos anos, campeão mundial de Karatê, chamado Chuck Norris), há uma passagem em que um figurante errou a sua marcação de cena e acabou sendo atingido, de verdade, por um chute lateral do Bruce Lee.  O resultado é que ele foi atirado longe, numa distância de mais de 05 metros, voando alto, caindo no chão com 03 costelas quebradas.

O segredo do golpe, segundo Lee, não era a força e sim o foco !

Ele não gostava de mentiras, vilanias e trapaças.  Era um puro-sangue !

Imaginem o estrago que ele poderia fazer no congresso, em DF ?  Seria cômico !  Costela quebrada daqui, cabeça rachada dali, alguns hematomas e muita correria !

Uma faxina !

É preciso criar um comitê para garantir o real e leal direito humano de se pregar a honestidade.

Nem que seja com a juda dos punhos de Bruce Lee !

GM

"Dark Side of the Moon" e "Matita Perê" , uns senhores de 40 anos de idade

A sindrome da meia-idade.

Sim senhores, aquilo que para nós, pobres mortais e humanos de fato, representa a metade do caminho trilhado, para a criação artística representa apenas, mais um passo a caminho da imortalidade.

Peças artísticas criadas por gênios, os discos "Matita Perê", de Tom Jobim e "Dark Side of the Moon" do Pink Floyd estão completando 40 anos de boas audições.

São dois fenômenos:

Um esteve na lista da Bilboard de mais executadas do mundo por mais de 500 semanas seguidas.  Um record !  "Dark Side..." é o segundo disco mais vendido da história.  Só perde para o blockbuster "Thriller" (de outro gênio chamado Jackson).  É cercado de mistérios e pode até  ser sincronizado segundo-a-segundo com o áudio do filme "O Mágico de Oz".

O outro foi alvo de teses e de estudos sobre harmonização e composição, graças ao gênio criativo de Jobim e às mãos suaves de Dori Caymmi e Claus Ogerman nos arranjos.  Este disco antológico apresenta ao grande público o hino "Águas de Março", uma das canções mais regravadas internacionalmente nos anos 70 e 80.  Talentos como Frank Sinatra, Art Garfunkel, Al Jarreau, Ella Fitzgerald e Dionne Warwick se enfileiraram a espera de poder gravá-la.

Dois discos fundamentais para quaquer um que faça da música, uma razão há mais para se bem-viver !

Recomendo, com vinho tinto e beijo na boca !

GM

Comendo bem e vivendo mais !

A arte de se grelhar um salmãozinho.  Amassar umas castanhas, misturando-as ao arroz branquinho, cheirando à alho.  Separar uma folhas verdes e misturá-las ao tomate bem fresquinho, regando tudo com um azeite de verdade.

O ofício de se cortar umas azeitonas banhadas em água e sal e salpicar sobre um prato bem colorido e equilibrado...é a praia do bem-viver.

Some a este quadro uma lúdica taça de vinho tinto, do bom, do justo...e tudo estará quase-perfeito...

Faltando apenas a compania da amada e da boa música.

Esta mesa é barata, saudável e acessível.

Aderi.

GM