sábado, 22 de março de 2014

Rapidinhas...mas bem gostosas !

                                                                       1

Li, igual a um cano fumegante de alma raiada, o nostálgico e belo livro "Uma Noite em 67", escrito pela dupla Renato Terra e Ricardo Calil.  Um documento histórico que retrata sem exageros os bastidores, as opiniões e as vozes que fizeram o III Festival da Record, de 1967.  São mais de 15 entrevistas com nomes do quilate de Chico Buarque, Edu Lobo e Júlio Medaglia.

Se o leitor gosta de música brasileira, leia.  Se gosta de história do Brasil, leia.  Se gosta de festivais e manifestações políticas, cívicas e do direito à livre expressão, leia também.

Se não gosta, paciência.  Muita paciência.

=============================================================
                                                                        2

Animado pela leitura do livro supracitado, ouvi com toda a atenção que a obra merece, o disco "A Era dos Festivais", organizado e compilado pelo Zuza Homem de Mello, que foi de técnico de som da era dos festivais à posição de um das influentes e cultas mentes musicais de seu tempo.

Viva Zuza e viva Cazuza !

=============================================================

                                                                         3

A continuação de "300", que tem Rodrigo Santoro no papel secundário do imperador-Deus-peladão-fortão Xerxes, não é digna de audiência nenhuma.
Fui ver, movido pela predileção a sétima arte, pelo amor a história e pelo sentimento brazuca de "é isso aí, estamos em Hollywood...".
Uma pena. 
O filme inteiro parece ser como o interior de alguns tomates amassados.

Haja molho de tomate.

GM

sábado, 8 de março de 2014

Michael Joseph Jackson, com e sem Quincy Jones

 

Um encontro entre dois artistas geniais. 

Ouvimos os três, em vinil e no volume máximo.  Tive o prazer de apresentar ao meu filho, do jeito certo, essas obras fantásticas.

Apesar de pouco provável, essa é uma das formas mais justas que encontro para homenagear o que foi a união entre os talentos de Michael Jackson e Quincy Jones.

Quincy Jones já era uma lenda do disco e do jazz quando, a partir dos anos de 1970, começou a produzir discos e a transmitir a jovens artistas, parte de seu incrível conhecimento prático, teórico e construtivo.

Foi logo depois de gravar uma participação numa versão de Oz, que tinha Diana Ross no elenco, que, timidamente, Michael perguntou ao mestre Jones se este poderia ser o produtor de seu próximo disco, Off The Wall.

E o que estaria por vir ?

Quincy refinou o talento de Michael.  Aplicou costuras da soul music e do jazz à música de Michael.  Incrementou a participação de metais e, através das mãos competentes do brasileiro Paulinho da Costa, levou, por exemplo, para as gravações de Thriller, a força do atabaque, da cuíca e do triângulo.

Foi uma sequência antológica e lendária de 03 excelentes discos:

1. Off The Wall - 1979 - Ganhou 07 discos de platina e vendeu 20 milhões de discos;
2. Thriller - 1982 - Ganhou 31 prêmios internacionais e vendeu 180 milhões de discos. É o disco mais vendido da história;
3. Bad - 1987 - Foi top hit em 25 países e vendeu 30 milhões de discos.

Originalmente, Off The Wall foi lançado como disco funk e R&B.  Thriller foi lançado como um disco de pop rock, e Bad, como um peça do mais puro pop.

Foram três discos com a assinatura de Quincy Jones à frente da produção, coordenação de ensaios, seleção de músicas e de repertório.

Por essas razões, me refiro a QJ com o mesmo respeito que me refiro a MJJ.  Ambos inventaram um novo pop, se valendo de algumas sementes espalhadas por James Paul McCartney, ainda no Álbum Branco, dos Beatles.

Além disso, essa dupla talentosa reinventou o funk e tornou o R&B mais acessível e popular.

Não haveria Michael Joseph Jackson sem Quincy Jones, mas o contrário é  verdadeiro.

Quem duvidar, ouça a coletânea de bobagens óbvias que Michael gravou, depois que a parceria com Quincy terminou (Dangerous - 1991, HIStory - 1995, Invencible - 2001 e Michael - 2010).

Uma sequência de plágios de si mesmo.

Uma eterna falta de Quincy Jones.

GM