1
Li, igual a um cano fumegante de alma raiada, o nostálgico e belo livro "Uma Noite em 67", escrito pela dupla Renato Terra e Ricardo Calil. Um documento histórico que retrata sem exageros os bastidores, as opiniões e as vozes que fizeram o III Festival da Record, de 1967. São mais de 15 entrevistas com nomes do quilate de Chico Buarque, Edu Lobo e Júlio Medaglia.
Se o leitor gosta de música brasileira, leia. Se gosta de história do Brasil, leia. Se gosta de festivais e manifestações políticas, cívicas e do direito à livre expressão, leia também.
Se não gosta, paciência. Muita paciência.
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2
Animado pela leitura do livro supracitado, ouvi com toda a atenção que a obra merece, o disco "A Era dos Festivais", organizado e compilado pelo Zuza Homem de Mello, que foi de técnico de som da era dos festivais à posição de um das influentes e cultas mentes musicais de seu tempo.
Viva Zuza e viva Cazuza !
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3
A continuação de "300", que tem Rodrigo Santoro no papel secundário do imperador-Deus-peladão-fortão Xerxes, não é digna de audiência nenhuma.
Fui ver, movido pela predileção a sétima arte, pelo amor a história e pelo sentimento brazuca de "é isso aí, estamos em Hollywood...".
Uma pena.
O filme inteiro parece ser como o interior de alguns tomates amassados.
Haja molho de tomate.
GM
sábado, 22 de março de 2014
sábado, 8 de março de 2014
Michael Joseph Jackson, com e sem Quincy Jones
Um encontro entre dois artistas geniais. Ouvimos os três, em vinil e no volume máximo. Tive o prazer de apresentar ao meu filho, do jeito certo, essas obras fantásticas.
Apesar de pouco provável, essa é uma das formas mais justas que encontro para homenagear o que foi a união entre os talentos de Michael Jackson e Quincy Jones.
Quincy Jones já era uma lenda do disco e do jazz quando, a partir dos anos de 1970, começou a produzir discos e a transmitir a jovens artistas, parte de seu incrível conhecimento prático, teórico e construtivo.
Foi logo depois de gravar uma participação numa versão de Oz, que tinha Diana Ross no elenco, que, timidamente, Michael perguntou ao mestre Jones se este poderia ser o produtor de seu próximo disco, Off The Wall.
E o que estaria por vir ?
Quincy refinou o talento de Michael. Aplicou costuras da soul music e do jazz à música de Michael. Incrementou a participação de metais e, através das mãos competentes do brasileiro Paulinho da Costa, levou, por exemplo, para as gravações de Thriller, a força do atabaque, da cuíca e do triângulo.
Foi uma sequência antológica e lendária de 03 excelentes discos:
1. Off The Wall - 1979 - Ganhou 07 discos de platina e vendeu 20 milhões de discos;
2. Thriller - 1982 - Ganhou 31 prêmios internacionais e vendeu 180 milhões de discos. É o disco mais vendido da história;
3. Bad - 1987 - Foi top hit em 25 países e vendeu 30 milhões de discos.
Originalmente, Off The Wall foi lançado como disco funk e R&B. Thriller foi lançado como um disco de pop rock, e Bad, como um peça do mais puro pop.
Foram três discos com a assinatura de Quincy Jones à frente da produção, coordenação de ensaios, seleção de músicas e de repertório.
Por essas razões, me refiro a QJ com o mesmo respeito que me refiro a MJJ. Ambos inventaram um novo pop, se valendo de algumas sementes espalhadas por James Paul McCartney, ainda no Álbum Branco, dos Beatles.
Além disso, essa dupla talentosa reinventou o funk e tornou o R&B mais acessível e popular.
Não haveria Michael Joseph Jackson sem Quincy Jones, mas o contrário é verdadeiro.
Quem duvidar, ouça a coletânea de bobagens óbvias que Michael gravou, depois que a parceria com Quincy terminou (Dangerous - 1991, HIStory - 1995, Invencible - 2001 e Michael - 2010).
Uma sequência de plágios de si mesmo.
Uma eterna falta de Quincy Jones.
GM
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