sexta-feira, 30 de abril de 2010

Café Colombia

Um café.

Um café quente e cremoso. Com aroma e corpo.
Uma café especial, servido especialmente para mim, com bolo de milho e espuma de leite.
Some a isto, um ambiente perfeito, simples, com cadeiras justas e um diferencial incrível que, até este momento, não observei em lugar algum: o Café Colombia, pequeno e sensato café, localizado bem pertinho do centro de Itu, sem pertencer ao centro, me surpreendeu muitíssimo pois este idílico lugar cede aos seus clientes toda a sua videoteca, por empréstimo, um filme por vez, como uma gentileza adicional ao seu cardápio.
O Último Tango em Paris...O Quatrilho...Lola...A Doce Vida...títulos verdadeiramente cinema, quase nada de Holywood. Graças a Deus !
No finalzinho da rua Santa Rita, numa calçada larga e cheia de árvores. Pertinho de centro de Itu.
A entrada é modesta, uma placa simples avisa: "Café Colombia. Não trabalhamos com cartões."
E quem precisa deles ?

GM

quarta-feira, 21 de abril de 2010

I Am Sam

Tirando o pó de alguns discos antigos. Revirando e revolvendo um pouco caixas de papelão que, como de aço, guardavam coisas pesadas e escondidas, encontrei a a trilha do filme I Am Sam, que julgava perdida tempos atrás.
O filme foi verdadeira obra-prima. Quem viu certificou-se talvez da primeira verdadeira atuação dramática de Sean Penn.
Ao lado da deliciosa Michelle Pfeiffer, Sean encenou a vida de um homem de meia idade com sérias dificuldades mentais, encarregado ainda de criar uma menininha linda, filha legítima, madura em relação ao estado mental do pai e verdadeiro pilar da relação dos três.
A trilha sonora é um caso a parte.
Tirei a poeira que dormia sobre a capa quebrada do CD e, ato contínuo, pus no CD player.
Ouvir Beatles por si, na síntese da obra e na execução original, é uma experiência sensitiva. Já ouvir regravações e releituras do FabFour, isto sim é uma temeridade.
Esta regra não se aplica a trilha de I Am Sam. Os maiores sucessos dos Beatles estão ali, na releitura de bandas e artistas jovens americanos.
Os arranjos são fantásticos e a inspiração 100% original. Percebe-se claramente não ser um projeto comercial.
Ouvi e repeti. Lindo disco.
Black Bird, na versão de Sarah McLachlan é a faixa prêmio.
Veja o filme em mudo e ouça o disco ao mesmo tempo. É assim que se vai mais fundo nesta poderosa combinação de um filme emocionante com uma trilha linda.
GM

terça-feira, 13 de abril de 2010

Porto Alegre no calor

Uma coisa sempre me fascinou em Porto Alegre. Seu ar livreiro e seu ambiente café.
É uma cidade muito culta, em letras e também nas cabeças gaúchas.
É irrisório pensar que trata-se de uma província de Buenos Aires. É muito mais e muito menos que isso.
Infelizmente pelo pouquíssimo tempo não consegui sequer visitar o "Livreiro de Ouro", meu sebo prefeito no Moinhos.
Fica para a próxima !

GM

quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Rio de Janeiro Continua Lindo

Fiz mais uma daquelas loucuras.
Mesmo aos 41 anos de idade e contando já com uma carreira consistente de 21 anos na área comercial, fiz, de novo, um roteiro de trabalho daqueles de fazer chorar palhaço no meio d0 picadeiro.
São Paulo - Rio - Brasília - Fortaleza, em 05 dias.
Na música Eduardo e Mônica, Renato Russo fala de um certo esquema "escola-cinema-clube-televisão".
O meu esquema tem sido muito mais hotel-aeroporto-cliente-hotel-aeroporto. E com direito a muito jantar solitário nos quartos de hotel business. Web, emails e muito cheeseburger com Coca-Cola...é isso aí !

Minha passagem pelo Rio nesta viagem foi triste.

Nunca vi tanta água, nem nos tempos em que morava na cidade maravilhosa.
Choveu durante as 36 horas em que fiquei na cidade.
Muita água, vento e tristeza. Vi a alegria e o sorriso do carioca se esvair em dor e medo. O povo da graça ficou à deriva de sua própria cidade.
Foram quatro visitas que só aconteceram pelo meu conhecimento da cidade. Foi um tal de "sobe a Senador Pompeu"..."desce a Camerino"..."vira na Sacadura Cabral"..."toca para a Perimetral".

Só assim para nos livrarmos de toda aquela água e lama.

Mas aviso aos navegantes que o Rio continua lindo e que o sorriso do carioca vai voltar.

É só isso que aquele povo feliz saber fazer, seguir em frente !

GM

sábado, 3 de abril de 2010

Por que cinema e filmes são coisas diferentes

Este era para ser um blog sobre cinema, livros, música, vinhos e algo MAIS.
Confesso que me deixei levar pela verve política. Hoje no café da Rebeca meu amigo Paulo, leitor preguiçoso, me disse que o blog estava mais para política do que para cultura.
Amigo Paulito, me permita dizer que política também se refaz num exercício de cultura optativa. Mas...dane-se...você tem razão. Me tornei praticamente um chatoblog.
Dane-se o nove dedos. Não mais escrevo uma só resenha sobre ele.
Falemos de cinema, pois.
E eis que me reinvento na lembrança de uma frase do Arlindo, nas saudosas tardes pobres de Mesquita, que me dizia que cinema e filme são coisas diferentes.
Levei quase trinta anos para entender.
Cinema é Nashville, do Altman; Eles Não Usam Black Tie, do Guarnieri; Ensina-me a Viver, do Ashby; A Última Sessão de Cinema, do Bogdanovich; Caminhos Mal Traçados, do Coppola; Operação França, do Friedkin; Loucuras de Verão, do Lucas; Sem Destino, do Hopper; Cada Um Vive Como Quer, do Rafelson; Taxi Driver, do Scorsese; E.T. , do Spielberg; e, Blow Up, do Antonione.
Filme é tudo aquilo que você se permite assistir para relaxar, esquecer, sorrir, sem se preocupar com forma, coerência, estrutura e linguagem. É só gozo.
Os dois, tanto cinema como filme, são ótimos. Faça sua escolha.

GM

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Pasquinete Musical

Conta-se que certa vez Chico estava na casa da Gávea do Tom e, juntos, começaram a dedilhar alguma prosa. Me parece que o Pasquim reproduziu a passagem assim:


Tom soprando as harmonias, assobiando feito passarinho e Chico tentando reproduzir com rebuscados acordes dissonantes.


Pela dificuldade de dar forma as peripécias musicais do maestro, desistiu e pôs o violão de lado.


Com um riso curto e cínico Tom teria perguntado: - Parou ?


E Chico: - Parei, preciso aprender violão !


Esta não é a única passagem envolvendo Chico e sua certa insegurança no domínio do pinho. Uma outra que posso contar foi testemunhada por mim quando assisti ao show do Chico e Ribeirão Preto, nos idos de 1999.



O show já estava pela metade e ele e banda executavam "Quem te viu, quem te vê", uma obra prima.


Numa sequência de acordes qualquer Chico errou e de imediato ordenou a banda : - Pára, pára...Deu uma risada azul para a platéia e emendou: - Eu não sei por que insisto nessa profissão...


Chico tem dessas coisas !



GM