terça-feira, 30 de julho de 2013

A legalidade da ilegalidade

Experimente atrasar seus impostos.  Multa.

Experimente não pagar a multa.  Cadeia.

Deixe atrasar a conta de luz.  Escuridão.

Não pague água, telefone ou escola dos filhos.  Sede, mudez e ignorância.

Esqueça seu plano de saúde.   Morte no SUS.

Para qualquer cidadão brasileiro,  comum, civil e sem o privilégio de fórum, haverá  o rigor das leis e  a força do braço punitivo do Estado,  para ajeitar as coisas, com a força de uma marreta.

Impune, ilegal e  gozando de todos os privilégios, somente o deputado ou senador que, contrariando a constituição, foge de férias sem votar a lei de diretrizes orçamentárias.  E que posterga sua  volta ao trabalho, que deveria ocorrer numa quinta-feira, somente para a próxima terça-feira.

Fazer o que em Brasília numa quinta-feira ?  Trabalhar seria uma ótima ideia !

Nosso congresso é uma piada, um escárnio, uma bobagem.  Algo pra ser esquecido, pra sempre.

GM

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dominguinhos, um gênio que se vai


No país do funk e do lalaiá-lalaiá, está cada vez mais difícil encontrar espaço para a música de beleza e de fundamento.

Uma pena.

É quase impossível encontrar uma espaço público, uma FM, um canal de TV aberta ou uma casa de espetáculos, que se dedique ao samba, ao jazz, a bossa, ao xaxado, ao rock ou mesmo ao pop do bom.

Outra pena.

E para agravar este cenário, nossos últimos baluartes da boa música estão nos deixando.  Partindo desta vida e existência, para outro plano, ao menos, livres do funk e das bundas axenianas.

Haja pena !

Nos despedimos agora de Dominguinhos, o gênio das harmonias e da divisão.  Um instrumentista de altíssimo nível, com uma intuição musical superior a qualquer erudição pretensa.

A primeira vez que ouvi Dominguinhos, não era Dominguinhos.  Era a canção "Abri a Porta" na voz da banda baiana "A Cor do Som", uma das melhores de sua geração oitentista.

A música, linda e suave, me conquistou de imediato e despertou minha curiosidade para aquele compositor.  Depois disso vieram grandes sucessos, e o que mais ouvi e mais traduz Dominguinhos, na minha opinião, é "Isso Aqui Tá Bom Demais", que ouvi a primeira vez na versão do dueto com Chico Buarque.

Uma música emblema dos fins dos anos de chumbo.

E foi-se Dominguinhos, quanta pena, e quanto mais terão nossos ouvidos que sofrer até que venha uma nova e verdadeira renovação na música brasileira.

Até que isto aconteça, penaremos entre funkeiros, axenianos e outras bobagens vendáveis.

GM






quinta-feira, 18 de julho de 2013

Juventude Transviada

Péssima tradução para o título do mais emblemático filme de James Dean: "Rebel Without a Cause"...pergunte a Roger, o ultrajante.

Confuso título para uma das mais belas canções de Luiz Melodia,  que lavando roupa, misturava o samba ao blues.

Perfeita alcunha para imbecis de hoje, que se deslocam aos montes, consumindo vodka, ouvindo funk, tirando fotos para redes sociais e deixando em cacos o que ainda restava de nosso país.

Juventude, imbecil e transviada.

GM

domingo, 14 de julho de 2013

Um filme inspirador


Assisti, com 06 meses de atraso, a um dos mais emocionantes e  inspiradores filmes dos últimos anos.

"Chasing Mavericks" conta  a estória da vida de Jay Moriarity, que abalou o mundo do surf ao conseguir, com apenas 16 anos de idade, surfar ondas monstruosas com mais de 12 metros de altura.

Além da façanha como atleta, o filme, simples, bem rodado, sem os clichês de surf boys, mostra a personalidade de Jay, um jovem que crescia num ambiente de severa pobreza, sem pai, trabalhando à noite e treinando madrugada por horas a  fio.

Determinação, honestidade e dedicação são os pilares deste filme, que conta a estória real de um jovem que viveu uma breve existência, dando exemplos de vida dignos de um homem mais experiente.

Gerard Butler está impecável no papel de mentor do jovem Jay.   Entrou no personagem e fez bonito.

Recomendo.

Att

GM

domingo, 7 de julho de 2013

Anderson Silva e a crítica política dos jovens brasileiros

Anderson Silva perdeu uma luta.

A 1ª dentro do circuito UFC e a 5ª em sua carreira vitoriosa. 

O que aconteceu naquela luta só ele mesmo é que sabe.  Nós sabemos apenas aquilo que pudemos ver, ou melhor, payperver, pois as transmissões de suas lutas são artigos caros e de acesso quase restrito, quando ao vivo.

Anderson Silva entregou a luta ?  Esnobou o adversário ?  Subestimou os riscos ?  Ofendeu o esporte ?  Negligenciou o treinamento ?  Passou mais tempo nos estúdios de cinema e menos tempo na preparação para a luta ?

Não sabemos.  Ele sabe.

Mas há de se aprender uma lição com este episódio: toda vez que houver falta de profundidade, de consciência, de entrega e de atenção em relação a qualquer tema importante, a derrota é certa e inevitável.

Agora mesmo, enquanto muitos posam na militância da causa e da consciência política, emoldurando cliques para álbuns de fotos de redes sociais, a boa e velha casa legislativa de nosso país cuida para postergar o que for possível, em termos de reformas, decisões e mudanças estruturais. 

Ao mesmo tempo em que, velhos políticos de plantão, articulam dar ao povo, e a esta nova, surpreendente e recém criada jovem massa politizada, um pouco mais de pão e um pouco mais de circo.

Falta, sob pena de perdermos toda a energia até agora depositada no movimento, estruturar, liderar, organizar e acompanhar as demandas propostas e, já, as pequenas conquistas também.

Quem viver, verá.

GM