quinta-feira, 25 de julho de 2013

Dominguinhos, um gênio que se vai


No país do funk e do lalaiá-lalaiá, está cada vez mais difícil encontrar espaço para a música de beleza e de fundamento.

Uma pena.

É quase impossível encontrar uma espaço público, uma FM, um canal de TV aberta ou uma casa de espetáculos, que se dedique ao samba, ao jazz, a bossa, ao xaxado, ao rock ou mesmo ao pop do bom.

Outra pena.

E para agravar este cenário, nossos últimos baluartes da boa música estão nos deixando.  Partindo desta vida e existência, para outro plano, ao menos, livres do funk e das bundas axenianas.

Haja pena !

Nos despedimos agora de Dominguinhos, o gênio das harmonias e da divisão.  Um instrumentista de altíssimo nível, com uma intuição musical superior a qualquer erudição pretensa.

A primeira vez que ouvi Dominguinhos, não era Dominguinhos.  Era a canção "Abri a Porta" na voz da banda baiana "A Cor do Som", uma das melhores de sua geração oitentista.

A música, linda e suave, me conquistou de imediato e despertou minha curiosidade para aquele compositor.  Depois disso vieram grandes sucessos, e o que mais ouvi e mais traduz Dominguinhos, na minha opinião, é "Isso Aqui Tá Bom Demais", que ouvi a primeira vez na versão do dueto com Chico Buarque.

Uma música emblema dos fins dos anos de chumbo.

E foi-se Dominguinhos, quanta pena, e quanto mais terão nossos ouvidos que sofrer até que venha uma nova e verdadeira renovação na música brasileira.

Até que isto aconteça, penaremos entre funkeiros, axenianos e outras bobagens vendáveis.

GM






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