quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Grande Sertão: Veredas !



A releitura de um clássico é sempre uma experiência divertida.

A grande obra de Guimarães Rosa, pilar básico da literatura brasileira, é muito fascinante.  Sua leitura  deve ser calma, zelosa, cuidadosa e, sobretudo, isenta de preconceitos.

A linguagem é crua.  Nua.  Tal qual a crueza e a nudez do sertanejo, que narrou os trações daquelas letras soltas a um escritor   que, por sua vez,   ousou saber reunir, organizar e dar vazão a elas.  Como os rios que cortavam aquelas mesmas veredas vazam.

Muitas frases emblemam esta obra imortal. A mais famosa talvez seja aquela que avisa aos incautos que "...viver é uma coisa perigosa...".  Pode ser a mais famosa, mas não é minha preferida.

Relendo a obra, suas linhas, sua estética e cruzando seus rios, descobri que minha frase preferida é "...a colheita é coletiva, mas o capinar é solitário...".

Esta frase, além de forte, é atual, tanto quanto o próprio livro.  Retrata até mesmo o Brasil de hoje, melhor até do que retratou o Brasil das veredas.

Releia o livro.  Rejulgue o Brasil.

Se não o leu ainda, faça-o depressa e devagar.   Inicie hoje mesmo e depois, vá devagarinho, no ritmo proseado daquele sertanejo que narrou, a um homem da cidade, uma estória de amor à terra e ao próprio homem.

Não se preocupe em entender.  Absorva.  Mas comece hoje mesmo, depois eu te conto por que.


GM

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