segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Folk, para quem puder ouvir


Dizem que que a música folk não tem pai e mãe.

Assim, juntos, pai-e-mãe.  Dizem, de fato, que a música folk não tem disso.

Eu concordo, discordando, e acrescento mais um conceito: a música folk tem pai-e-pai.  Assim mesmo, juntos, pai-e-pai.

Dizem que o pai do folk moderno foi Bob Dylan.  Eu digo, Bob Dylan sim, porém,  antes de ele deixar de ser ele mesmo.

Antes de "Highway 61, Reviseted". 

Falo do tempo em que Bob, ainda era Dylan.

Sim, Bob, enquanto Dylan, foi um dos pais do folk moderno.

Dizem que Donovan é uma imitação de Bob Dylan.  Pura palhaçada !

Preconceito musical de quem não entende o modo de como conceitos originalmente criados podem se tornar mais elásticos, nas mãos de outrem.

Donovan é Donovan e é também o outro pai do folk moderno.  Sou prova disso e testemunho em qualquer tribunal, posto que agora mesmo ouço "Colours", pérola de 1965, apenas "ontem", na cronologia do folk.

O escocês Donovan fez e faz um folk original, com uma pitada de requinte celta.  Seu som soa como um lamento de arranjos fortes nas cordas, na harmônica e nas letras que contam estórias.

Parece Bob Dylan, mas é melhor, e pior às vezes. 

Exatamente como Bob Dylan costuma ser, às vezes, um arremedo de si mesmo.

Para que se interessa por música de qualidade, recomendo que se interesse também por Donovan, pai do folk moderno, assim como Dylan costumava ser.

GM

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