domingo, 17 de janeiro de 2010

The Wave

Muitos anos atrás, talvez mais de 20, assisti na TV um filme interessantíssimo, verdadeira obra-prima chamado "A Onda".
Eu era pouco mais que um pós-adolescente. Um novato na arte do ir-e-vir. Um nada.
O filme era sobre comportamento e narrava um experiência real ocorrida numa escola, aonde um professor, através de um laboratório atitudinal de sala de aula, impunha disciplina, ordem e coletividade.
Fazia com que os jovens alunos, em nome de uma coletividade precisa, abrissem mão de suas individualidades. A ordem era tudo.

Macabramente os jovens ser organizavam, vestiam uniformes e se hierarquizavam. Censuravam o que outros jovens escreviam e execrevam àqueles que estavam fora do grupo...fora da ONDA.
O filme é perfeito para aludir a algo que nos ocorre agora. Neste exato momento em que escrevo, alguém está sendo censurado. Algum órgão de comunicação está tendo suas laudas revisadas. Algo não irá ao ar.
É desastroso e amendrontador. Estamos voltando aos ares de Garrastazu Médice. Estamos aquiecendo, de novo, Geisel. A diferença é que os uniformes são vermelhos e estrelados e a alcunha principal é barbuda e carismática.

No filme, os jovens só acordam e voltam ao normal quando o professor promete apresentar o verdadeiro líder da ordem e, num repente, abre as cortinas para um grande telão onde projeta um discurso irado de Hitler.
Raivoso e assassino.
No nosso caso, o que morre é nossa liberdade. Que aos poucos vai sendo substituída por um projeto político de 25 anos, dos quais apenas 08 já vivemos.
Antes a estrela me sinalizava direção, mesmo que política. Hoje sinaliza acordos, corrupção, acertos, trocas e gastos desmedidos.
Conceitos simples em contabilidade como, por exemplo, gastar menos do que arrecadar, são esquecidos, em nome de um projeto cômico e triste, que ergue a bandeira do continuismo político a frente de uma nação que vê mas não observa. Que aceita e sorri. Que se imbeciliza quando a TV permanece ligada e as bocas estalam caladas.

Sejamos fortes.

O Brasil é um país algoz de si mesmo.


Ainda faltam 17 anos.

Corra !

GM

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