sábado, 6 de março de 2010

Katyn

Muitos filmes são poéticos apenas pela lira e pena do diretor. Outros são tristes e bonitos pelo mesmo motivo. Alguns são intensos e dramáticos. Existem também aqueles que reúnem todas essas qualidades.
A esses filmes chamamos de arte. A sétima arte.
Assisti hoje ao belíssimo, intenso, dramático, poético, triste e artístico Katyn, do polonês Andrzej Wajda. Recomendo muito, mas sem ares de cinema raso, pois a única coisa que você não vai encontrar neste filme é entretenimento.
As imagens são com pouca luz. A trilha é forte e cinza, com arranjos de cordas com destaque para violoncelos e baixos. Nenhum astro ou estrela no elenco. Todo o argumento gravado em polonês (sem opção de áudio em inglês).
Perfeito.
Após a invasão russo-nazista da Polônia, ocorrida em 1939, autoridades imbecis e stalinistas planejaram manter a Polônia sob jugo político e militar por muito tempo. Para a execução desse plano, a intelectualidade e a classe média polonesa era sério obstáculo.
Assim, fácil como quem assina um cheque, os mandatários russos decidiram pelo assassinato de quase 22.000 poloneses, a sangue frio, nas florestas de Katyn. Tudo em nome de uma política expansionista, idiota, sem fundamento étnico ou cultural e que se mostraria vazia e de curto prazo.
Assassinato. É o nome que se dá a essa vilania desprezível.
Andrzej Wajda captou bem toda a dor presente, e sua lente, se não foi testemunha, pelo menos não se calou.
Que saibamos disso e que fiquemos atentos. Um arma é mais que uma arma, quando nas mãos de loucos e assassinos.
Principalmente em política.

GM

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