quarta-feira, 25 de julho de 2012

Simplificando o vinho


Simplificando o vinho

Eu aprecio muito beber vinho.

Principalmente o tinto das uvas Malbec, Tannat e Cabernet Sauvignon. De longe minhas preferidas.

Desde 2003 bebo vinho tinto todos os dias. À noite, ao jantar, não mais que duas taças pequenas, de segunda à quinta.

Disciplina religiosa.

Sexta-feira se estamos em casa, bebo um pouco mais, passo um pouquinho da metade de uma garrafa, na presença de minha mulher e de um bom filme.

Já no sábado o ritual é diferente. Se o programa é caseiro, com amigos e família, lá pelas 11h30m ponho fogo no carvão da churrasqueira, separo meus discos preferidos, e, depois do meio-dia, abro um bom Malbec.

Uma garrafa de água das grandes me acompanha também.

Ouvindo música, e não barulho, assando uma proteína generosa, conversando fiado e rindo do que se dá, passo o dia inteiro com uma taça na mão.

E lá pelas 16h00m já se foi a garrafa inteira. Só para mim.

No domingo, depois dos tradicionais passeios e visitas, costumo espreguiçar na minha poltrona favorita, ouvindo o que mais gosto (MPB, blues, Jazz, samba de verdade, rock do bom...) e compartilhando sonhos com meu filho e minha mulher.

Vidinha simples.

Nestes momentos me faço acompanhar de meia garrafa de um tinto suave. Só pra fechar o ciclo com chave de ouro.

Então, se as contas forem feitas, são 03 garrafas por semana, religiosamente, número que se converte em 12 garrafas por mês e 144 garrafas por ano.

Este per capta/ano daria, em litros, 108 litros de vinho tinto.

O consumo médio brasileiro em litros é de 2 litros/ano e a média europeia é de 61 litros/ano (dados do OIV). Então, posso dizer com certeza, que eu bebo vinho mesmo !

Mas estou longe de ser considerado um expert no assunto. Sou apenas alguém que bebe vinho ao jantar e, nos fins-de-semana, de uma forma mais relax.

Também posso afirmar que este hábito de 09 anos, apurou meu gosto e sensibilidade aos tintos.

Percebo sim sutilezas, aromas e sabores que antes não percebia. Mas tudo muito simples e sem mística.

Minha relação com o vinho também é profissional. Trabalho numa casa vinícola tradicional, fundada em 1927, e mesmo sem ser técnico, sommelier ou enólogo, dou meus palpites nas elaborações.

Às vezes eles me ouvem. Às vezes não.

Então, com o objetivo de simplificar nossa relação com os tintos, passo aqui algumas informações comuns, disponíveis em qualquer consulta à web e de fácil entendimento para qualquer um.

Até para mim !

Primeiro, o ato de beber: faça-o diariamente ao jantar. É mais saudável. Não beba mais que duas taças de 200 ml. Acima disso não há benefício.

Acredite !

Beba água. Muita. Álcool desidrata e você precisa repor a água perdida. Por isso para cada taça de vinho, beba o equivalente de água.

Se estiver num restaurante e tiver dúvidas, peça ajuda do profissional que estiver disponível. Às vezes um maitre, às vezes um sommelier. Eles orientam quanto a harmonização mais indicada.

Mas cuidado ! Não compre nada que não seja justo e não ligue muito para harmonizações sofisticadas.

Vinho bom é aquele que você gosta, com a comida que você aprecia e que você possa pagar.

Também não seja ridículo. Não faça o ritual da experimentação (cheirar rolhas, checar viscosidade lacrimal, verificar a cor com um guardanapo branco ao fundo...e outras bobagens mais) se você não é profissional da área.

Não é necessário. Se for tomar um vinho que já do seu hábito, apenas peça para servir e aproveite a festa.

Se for um vinho completamente novo para você e que tenha sido sugerido pelo restaurante, deguste um pouquinho antes de mandar servir.

Se não gostar, devolva a garrafa ! O fornecedor irá trocar para o restaurante.

Agora algumas informações mais curiosas, que não são nada técnicas, mas que são interessantes:

- Corte é o nome que se dá à mistura de dois ou mais tipos de uva. Em francês é assemblage e em inglês é blend.

- Varietal é o vinho que é elaborado a partir de uma única uva.

- Taninos são substâncias que são encontradas principalmente na casca da uva e são responsáveis pela sensação de “secura” na boca.

- Buquê é a característica olfativa que o vinho desenvolve depois de envelhecido e engarrafado.

Agora falando um pouco sobre os tipos de uva mais comuns, na produção de tintos do novo mundo:

- Cabernet Sauvignon: é a uva mais usada na produção de tintos. Requer algum tempo de envelhecimento para realçar suas qualidades.

- Merlot: macio e aveludado. Pode ser degustado jovem.

- Malbec: encorpado e vigoroso. Costuma ter aroma frutado.

- Pinot Noir: taninos leves. Necessita pelo menos uns quatro anos de envelhecimento.

- Tannat: escuro e intenso. Antes de consumir deixe decantar por pelo menos 40 minutos.

- Syraz (ou Shiraz): coloração intensa e bastante frutado.

Como podemos ver, não há nada de mítico ou complicado com o vinho, ou com o hábito de se beber vinho.

A medicina até afirma, através de estudos, que existe alguma relação entre o consumo do vinho e a boa saúde cardiológica e a longevidade. Isto se deve a ação do resveratrol e dos flavonoides.

Mas sobre isso não sou habilitado a falar.

O que posso fazer é brindar e recomendar que você compre um tinto justo, que seja do seu gosto e que harmonize com o que você quiser.

Saúde !

GM




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