sexta-feira, 20 de julho de 2012
Tom Jobim e o Samba do Avião
Foi um grande susto.
O convite para Tom cantar e tocar no concerto que iria apresentar a Bossa Nova ao mercado americano, soou como algo distante e lúdico.
Ir ao Carnegie Hall em 1962, a bordo daqueles aviõzinhos quadrimotores e barulhentos, fazer duas apresentações e depois voltar ao Brasil, era algo pictórico.
Além do mais, Tom tinha pavor de avião.
Segundo Zuza Homem de Mello, a bela e simples letra do "Samba do Avião" foi escrita, em parte, para homenagear a beleza do Rio de Janeiro e , em outra parte, para cantar o alívio de ver a aeronave de volta ao chão:
"...dentro de mais um minuto estaremos no Galeão..." foi com certeza uma frase dita por alguma bela comissária de bordo, mas representou também o fim da tortura de estar horas confinado dentro do avião.
Até os 36 anos, Tom nunca tinha saído do Brasil. Sua música já era grande e internacional, graças ao sucesso do filme "Orfeu Negro" , de 1959, que foi musicado por Tom e Vinícius.
Tom teria recebido muitos convites para ir ao exterior e compor trilhas para filmes. Foi sondado até para fazer a trilha do Filme "A Pantera Cor de Rosa".
Recusou solenemente.
Henri Mancini aceitou.
O avião foi baixando, pousando e a música foi se desenhando dentro da cabeça de gênio de Tom. O restante da letra viria depois. A harmonia foi finalizada no piano da casa da Gávea.
O Rio ganhou um hino e Tom perdeu o medo de voar.
Pelo menos, foi o que pareceu.
GM
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