Este artigo não é acadêmico.
E nem é também obra de um
profissional em história da música, ou mesmo de um especialista em
comportamento. Trata-se apenas de um
texto meu, sobre um tema que me agrada e que resolvi dividir e compartilhar com
vocês, amigos, que fazem uma leitura paciente das ideias simples que publico no
blog.
O tema de hoje é complexo, apesar
de simples.
Falar da origem do rock and roll,
é uma tarefa que requer alguns cuidados.
Isto porque o tema é de domínio de todos. Todo mundo entende, ouve, ouviu, gosta ou
gostou de rock and roll. E também por
que o rock é uma coisa velha, graças à Deus.
Velha na origem, que remonta aos
idos de 1910 e velha na execução, que mantém a mesma base harmônica e melódica
desde 1956, também graças à Deus.
Então quando falamos de uma área
do comportamento e da arte que existe há muito tempo e também é, digamos, de
domínio público, há de se ter cuidado.
Todo mundo é dono do rock and
roll e quase todo mundo se identifica com um cantor, guitarrista ou banda de
rock and roll.
Portanto, olho vivo e faro fino.
O rock, enquanto gênero musical,
não foi inventado por ninguém. Não foi o
DJ Alan Freed que inventou o gênero. Ele
pode no máximo ter popularizado a expressão “rock and roll” em 1951,
reforçando, apenas, uma energia que já habitava as ruas e algumas pistas de
dança.
Também o rock não foi invenção de
Elvis, Little Richards ou Chuck Berry. Estes
com certeza estruturaram a coisa e edificaram a imagem. Mas não inventaram o gênero.
De fato, em minha opinião, o rock
and roll apenas aconteceu. O motor deste
acontecimento foi mesmo o comportamento dos jovens. Havia na década de 1950 toda uma geração que
represava seus pensamentos, instintos e desejos. Havia um autoritarismo exacerbado por parte das
famílias patriarcais americanas e havia também muito conflito social e racial.
O cenário era perfeito para que
uma mudança ocorresse. Uma mudança só
ocorre quando um cenário qualquer está tão tenso e tão desgastado que não há
outra saída além da ruptura.
O rock foi isso. Uma ruptura comportamental e artística
baseada em poucos acordes e muita atitude.
Esta estória, antes de virar
história, começou com a música que veio do sul dos Estados Unidos. Naqueles tempos, provavelmente da década de
20 à década de 50, existiam alguns gêneros, por assim dizer, musicais que
ficaram conhecidos como os “pais” do rock na roll.
Das igrejas e da fé negra veio a “spiritual
music”. Mãe e pai do “gospel music” e
que habitava lares, igrejas e o cotidiano de uma gente simples que gostava de
cantar enquanto trabalhava.
Das colheitas de algodão veio o
Blues. Uma triste e reconfortante música
que servia de alento para jornadas diárias de mais de 18 horas de trabalho e
que também acalentava a alma de bêbados criativos que se reuniam em bares “honky
tonky”, para fazer música e beber whisky de milho, do bom e barato.
O termo “honky tonky” servia para
cunhar, além dos bares sujinhos da época, também os trens que faziam a ligação
entre as cidades do sul e Chicago e também as festas “rent honky party”, aonde
músicos viajantes tocavam a noite inteira em pensões e albergues, para atrair
gente que dançava o “booogie-woogie” e bebia um Bourbon pobre e gostoso.
Era a única forma que músicos com
muito talento e pouco dinheiro encontravam para pagar suas estadias e alguma
comida que sobrasse.
Há ainda outro importante
componente musical no contexto daquilo que se pode chamar de criação do rock
and roll. Das festas de rancharias e
fazendas de gado, com um sotaque típico de cowboys e matutos, veio a música
country, também conhecida como country and western.
Com uma base harmônica mais
desenvolvida e com uma melodia mais alegre, o country teria um papel importante
na miscigenação musical que daria origem ao rock.
Então temos um cenário musical
que pode ser resumido mais ou menos assim:
a. Spiritual
music e Gospel Music – Harmonias vocais e elementos percussivos;
b. Blues
– Guitarra acústica e uso de escalas cromáticas;
c. Country
– Harmonização mais complexa com melodias mais alegres.
Essa combinação foi sendo feita
aos poucos. O novo gênero foi sendo
construído com base em contribuições populares, de festejos, de encontros de
jovens e através das viagens que os músicos faziam entre as cidades novas que
iam surgindo no sul americano, a partir do Delta do Mississipi em direção ao
norte, em direção a cidades como, talvez, Chicago.
Na música spiritual e gospel uma
grande influência foi a cantora Mahalia Jackson, que já na década de 20 e 30
foi a principal voz do gênero.
O bluesman Robert Johnson e, mais
tarde, Muddy Watters, também foram grandes influenciadores e no country, a principal
referência foi Hank Williams.
Quando Elvis aconteceu em 1956 e,
junto com ele, outros nomes importantes, as bases do rock já estavam
sedimentadas e já eram do conhecimento de muita gente.
Elvis, Chuck, Richards, Jerry e
muitos outros ajudaram a estruturar, dar forma, dar imagem e a popularizar o
gênero.
A criação foi obra de Deus.
GM
Belo texto da criação divina do Rock, ainda tem gente que diz que o Rock é coisa do Capeta, parabéns por esse texto vou até linkar no meu blog essa publicação sua. Abraços, passe sempre que der no www.olhoko.blogspot.com
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