sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O dia em que o Brasil morreu


Muito bem amigos, o previsível aconteceu.

Embargos infringentes. Termo jurídico para rotular a morte da cidadania e o renascimento da esperteza e da vilania.

Só para registrar, esperteza é toda a forma de inteligência sem ética.
Agora, o emaranhado jurídico se tornou mais importante do que o fato gerador.
Ora, os crimes ocorreram ?

Sim. Formação de quadrilha. Improbidade administrativa. Desvio de recursos públicos. Peculato. Abuso do poder político.

Sim, os fatos ocorreram, mas o urdume técnico se encarregou de emaranhar a verdade numa trama capaz de enojar até os céticos.

Senão, vejamos: ocorrendo sim os crimes, e estando sim condenados os réus, dá-se direito a eles, criminosos, a um segundo julgamento, pelo simples fato de terem ocorrido, durante o julgamento original, votos contra a execução da pena.
 
04 votos.
 
Ou seja, então, em não se havendo maioria de votos a favor da condenação, acha-se a brecha esperta para a ação dos malandros de plantão.

Experimente então, você, pobre eleitor, não pagar mais seus impostos. Espere pois,  por sua própria e célere condenação e, após isto, ouse lançar mão dos seus "direitos" aos embargos infringentes.
Sabe bem o eleitor incauto o que vai acontecer. Sua voz vai ser abafada e seus direitos a embargos serão embargados.

O benefício que se dá ao Zé Povinho é menor, muito, e diferente, demais, da brandura que se dá ao Zé Dirceu, e aos outros 11 condenados.

Sim, parece cinema, mas não é.

Graças a este efeito Denorex, daqui pra frente, assassinos, ladrões, estupradores e delinquentes em geral, estarão protegidos pela aura pura da jurisprudência, enquanto o cidadão, simples,  pagador de impostos se resumirá a insignificância de sua própria existência política.
 
Então, o que nos resta ?  Nada !

Então, isto posto, quero aqui, agora, de forma simbólica, emocionada e triste, RENUNCIAR A MINHA CIDADANIA BRASILEIRA !

A partir de agora seguirei sem pátria, entre as cidades da terra mãe do ICMS, IPI, IR, ISS, das contribuições sindicais, taxas de luz, de água, de telefone, do lixo e de todos os outros impostos que, juntos, retiram da mesa da minha família, a dignidade que meu pai legou, a mim, em seu nome.

A mesma dignidade que eu queria tanto legar ao meu filho, em meu nome, mas que acredito não ser mais possível.
Então, o que me resta ?
 
Seguir em frente, mudo, em meio a tanto lixo político e institucional, tendo a certeza, de que em meu ex-país, cujo nome já me envergonho de escrever, o CRIME COMPENSA.
 
E muito.
 
GM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço seu comentário, crítica e sugestões!