Muito bem amigos, o previsível aconteceu.
Embargos infringentes. Termo jurídico para rotular a morte da cidadania e o renascimento da esperteza e da vilania.
Só para registrar, esperteza é toda a forma de inteligência sem ética.
Agora, o emaranhado jurídico se tornou mais importante do que o fato gerador.
Ora, os crimes ocorreram ?
Ora, os crimes ocorreram ?
Sim. Formação de quadrilha. Improbidade administrativa. Desvio de recursos públicos. Peculato. Abuso do poder político.
Sim, os fatos ocorreram, mas o urdume técnico se encarregou de emaranhar a verdade numa trama capaz de enojar até os céticos.
Senão, vejamos: ocorrendo sim os crimes, e estando sim condenados os réus, dá-se direito a eles, criminosos, a um segundo julgamento, pelo simples fato de terem ocorrido, durante o julgamento original, votos contra a execução da pena.
04 votos.
Ou seja, então, em não se havendo maioria de votos a favor da condenação, acha-se a brecha esperta para a ação dos malandros de plantão.
Experimente então, você, pobre eleitor, não pagar mais seus impostos. Espere pois, por sua própria e célere condenação e, após isto, ouse lançar mão dos seus "direitos" aos embargos infringentes.
Sabe bem o eleitor incauto o que vai acontecer. Sua voz vai ser abafada e seus direitos a embargos serão embargados.
O benefício que se dá ao Zé Povinho é menor, muito, e diferente, demais, da brandura que se dá ao Zé Dirceu, e aos outros 11 condenados.
Sim, parece cinema, mas não é.
Graças a este efeito Denorex, daqui pra frente, assassinos, ladrões, estupradores e delinquentes em geral, estarão protegidos pela aura pura da jurisprudência, enquanto o cidadão, simples, pagador de impostos se resumirá a insignificância de sua própria existência política.
Então, o que nos resta ? Nada !
Então, isto posto, quero aqui, agora, de forma simbólica, emocionada e triste, RENUNCIAR A MINHA CIDADANIA BRASILEIRA !
A partir de agora seguirei sem pátria, entre as cidades da terra mãe do ICMS, IPI, IR, ISS, das contribuições sindicais, taxas de luz, de água, de telefone, do lixo e de todos os outros impostos que, juntos, retiram da mesa da minha família, a dignidade que meu pai legou, a mim, em seu nome.
A mesma dignidade que eu queria tanto legar ao meu filho, em meu nome, mas que acredito não ser mais possível.
Então, o que me resta ?
Seguir em frente, mudo, em meio a tanto lixo político e institucional, tendo a certeza, de que em meu ex-país, cujo nome já me envergonho de escrever, o CRIME COMPENSA.
E muito.
GM
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