quarta-feira, 2 de abril de 2014

Baden Powell, vive !



Muito se fala de Paco de Lucia, um dos mestres do violão, como referência de perfeição na execução do instrumento.

Também há de se louvar, e muito, aqui no campo histórico, as contribuições estudiosas de Francisco Tárrega e Heitor Villa-Lobos.

Sim, assimilo estes pilares da convenção e não questiono.

Mas, acrescento. 

No exercício crítico do meu direito neural de ouvinte, bigornento e martelento, acrescento, sim, o nome de Baden Powell.

Este não foi clássico, pois esteve além das molduras curriculares.

Não foi popular, pois pairou inerte e metabolizado ante a panfletagem comercial que, quase sempre, era rasa.

Foi Baden. 

Dono de uma técnica ainda não igualada e de uma coragem estética ainda não compreendida.  Nele, o afro, o jazz, o folclore e o clássico eram apenas gotas de inspiração, no processo de criação de uma obra que, graças à Deus, não se ousou rotular.

Eu recomendo que você ouça Baden Powell, muito. 

Ouça só e acompanhado.  Ouça sóbrio ou onirizado. Ouça às claras ou nas entrelinhas.

Ouça no volume mínimo e aprecie a beleza do silêncio  Badeniano.

Um silêncio que grita e impõe respeito.

É canto de Osanha !

GM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço seu comentário, crítica e sugestões!