domingo, 29 de agosto de 2010

Blood, Sweat & Tears

Já escrevi nas estradas deste blog um artigo sobre certos endereços que conheço, ótimos para a obtenção de raridades em termos de boa música.
CD, vinil, K-7...não importa, me lembro no mínimo de ter dado duas boas dicas, que certamente valeriam a pena investir.
A lista completa seria grande, iria desde a centenária Elizart no RJ, rainha de livros e discos usados, até a Brunetti de Blumenau, ótimo ponto para CD´s e DVD´s; passando pela Vinil Sempre de Porto Alegre, pela Baratos & Afins de SP e outras tantas...muita coisa boa.
Esta semana que passei trabalhando em Blumenau, fui visitar à noite uma das mais recentes fontes de preciosidades que conheci, a Book Center, que fica bem próxima ao Shopping Neumart, no centro.

Me surpreendi com um gigantesco e muito bem organizado acervo de discos de vinil, talvez mais de 3.000 peças, enfileiradas em prateleiras por ordem alfabética e de autor.
Comecei pacientemente minha busca. Senti falta de um bom tinto para me acompanhar. Avancei com sede pela seção de MPB e de cara arrebatei "Pássaro da Manhã" da Bethania...raridade.
Passei para a seção de jazz e afins. Olhava um-a-um todos os discos com suas capas e ia separando os que me interessavam. Meio distraído, olhei de lado um disco de capa meio escurecida que me chamava.

Era uma coletânea do Blood, Sweat & Tears. Clássica. Continha as duas fases da banda, a primeira com os vocais de Al Kooper e a segunda já com o infernal Clayton-Thomas na cantoria.
Eu conhecia o trabalho da banda, só que de longe. Não tenho nenhum CD deles e nem um outro material. Estranhei eles estarem alí na seção de jazz (apesar de terem sido fundadores do "fusion" e do "jazz-rock" em 1967); eu pessoalmente detesto coletâneas. São como fotos de sorriso forçado, só mostra o lado "A" de cada trabalho.

Definitivamente não sou um caça hits.

Trouxe comigo para Itu, uns 40 discos excelentes e logo em casa comecei a limpar e recuperar as capas, enquanto ouvia e bebia.

As vezes vice-versa.

Quando estava com o disco do Blood nas mãos, percebi um detalhe curioso: uma pequena etiqueta de preço e código de produto, indicava o nome da loja que havia vendido o exemplar pela primeira vez. O ano marcado era 1989. A etiqueta trazia a marcação "Brunetti" de Blumenau, a mesma loja que hoje me fornece muito material bom e de primeira qualidade.
Tirei uma foto da pequena e antiga etiqueta. Da próxima vez que voltar a Blumenau vou surpreender a turma da loja com esta lembrança.
Mas falando do Blood...não é nada parecido com o rock cru e acústico que estava acostumado. O som tem muita qualidade. São músicos de verdade. Os arranjos são difíceis e a execução é perfeita.
O som é forte, intenso e bonito. Ali dentro tem Ray Charles, James Brown, Miles Davis e Sam Cooke.

Ouvi até a última gota.

A faixa "Child is Father to the Man" é uma cria de luz. Incrível vir de uma banda de rock.
Dizem que o nome da banda é uma alusão a um disco do Johnny Cash, ou a um discurso de Churchill após o sucesso do desembarque dos aliados na Normandia. Ele teria dito que a vitória aliada foi com "...sangue, suor e lágrimas...".

Confesso que não precisei de nada disso para ouvir o disco por duas horas seguidas.

GM

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