No trabalho dele a base rítmica passaria, então, a um papel secundário, sem deixar de ser importante, e as harmonias ganhariam a vez, na voz afinada e de veludo de Paulinho.
Ficaram para trás os dias de conhaque e coadjuvância do ZiCartola, bar que o lançou, assim como a outros tantos.
Ontem à noite tirei a poeira do vinil entitulado "Paulinho da Viola", prensado pela Odeon em 1975 e que trazia na capa, contra-capa e encarte, desenhos e grafites de Elifas Andreato, nada mais, nada menos.
O belo disco começa com "E a Vida Continua" abrindo a lado "A" e fecha o lado "B" com "Deixa Rolar", do saudoso Sidney Miller.
Um disco de samba. Um disco perfeito.
Na parte interna do encarte, há a reprodução de um bilhete, na própria grafia da letra de mão do Paulinho, destinado a Milton Miranda, diretor artístico do projeto:
"Milton, a idéia é essa aí. O disco fala de coisas da natureza, da vida das pessoas simples e das transas do amor (infinitas jornadas de amar e viver...). Eu gostaria que ele começasse e acabasse com as músicas indicadas.
Não sei, vê se dá. Depois eu te telefono.
Um abraço do irmão, Paulinho."
É isso mesmo, o disco é um abraço, de Paulinho da Viola.
GM
"Faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco de vagar..."
ResponderExcluir