quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Paulinho da Viola

Quando ele surgiu, foi como uma renovação no samba e na MPB de então. Final dos sessenta, início dos 70. Acompanhado de gente do quilate de Martinho da Vila e João Nogueira, começou a escrever uma história e um samba diferente.

No trabalho dele a base rítmica passaria, então, a um papel secundário, sem deixar de ser importante, e as harmonias ganhariam a vez, na voz afinada e de veludo de Paulinho.

Ficaram para trás os dias de conhaque e coadjuvância do ZiCartola, bar que o lançou, assim como a outros tantos.

Ontem à noite tirei a poeira do vinil entitulado "Paulinho da Viola", prensado pela Odeon em 1975 e que trazia na capa, contra-capa e encarte, desenhos e grafites de Elifas Andreato, nada mais, nada menos.

O belo disco começa com "E a Vida Continua" abrindo a lado "A" e fecha o lado "B" com "Deixa Rolar", do saudoso Sidney Miller.
Um disco de samba. Um disco perfeito.
Na parte interna do encarte, há a reprodução de um bilhete, na própria grafia da letra de mão do Paulinho, destinado a Milton Miranda, diretor artístico do projeto:
"Milton, a idéia é essa aí. O disco fala de coisas da natureza, da vida das pessoas simples e das transas do amor (infinitas jornadas de amar e viver...). Eu gostaria que ele começasse e acabasse com as músicas indicadas.
Não sei, vê se dá. Depois eu te telefono.
Um abraço do irmão, Paulinho."

É isso mesmo, o disco é um abraço, de Paulinho da Viola.

GM

Um comentário:

  1. "Faça como o velho marinheiro, que durante o nevoeiro, leva o barco de vagar..."

    ResponderExcluir

Agradeço seu comentário, crítica e sugestões!