Nunca fui muito fã do Velvet Underground.
Na verdade nunca entendi muito bem o movimento punk-rock. Das origens tudo bem, era mesmo preciso romper com aquela estética ruminante do glam-rock e da disco music. Afinal, quem é que se lembra das bonecas do NY Dools e dos mega hits de Olívia Newton-John ?
Dá licença...
Neste sentido, como purista, e entendendo que os caras queriam espaço para vomitar, eu consigo entender o punk e até curtir algumas coisas dos Sex Pistols, do Clash, dos Ramones e do PIL.
Mas o Velvet, não.
Não conseguia e ainda não consigo engolir a imagem de garotos rebeldes, mas muito bem remunerados...as jaquetas italianas...a imagem da quase-cantora Nico.
Tudo muito plástico, inclusive a influência de Andy Warhol.
Não dá, mesmo.
Exceto, talvez, por Lou Reed. Ele sempre me pareceu ser muito mais música do que atitude. A prova disso é que saiu do Velvet e continuou produzindo bem e gravando também.
Quando ouço Lou Reed me lembro de caras como Johnny Cash, que cantava baixinho e sussurrava no ouvido dos microfones letras agressivas e vermelhas.
Com Reed é a mesma coisa.
O disco New York, por exemplo, ainda conserva a juventude dessas letras taradas e daqueles arranjos com a simplicidade e a idiotice punk, arrredondados por um pitada de country & western e R&B.
O disco é muito bom. E continua sendo apesar de ter sido lançado na década de 90.
Sempre que quero ouvir algo mais relax, espeto esse carinha na agulha e o resultado é sempre muito punk...só que de verdade !
Recomendo.
GM
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