Aconteceu no início dos anos 70.
Sabemos que foi um exílio voluntário, um adeus próprio às próprias raízes e genes, mas também uma virada de costas a muitos generais idiotas, com seus surrados pijamas verde-oliva.
Ainda não era uma unanimidade nacional. Ainda não existia "Construção". Era um artista em contemplação.
Se ouvia resquícios de uma "Banda" passando e estalos de um "Pedro Pedreiro" num canteiro de obras qualquer.
Uma pena.
Por lá ficou uns dois anos. Fez shows pequenos em palcos mambembes. Chamou e clamou pela ajuda do amigo Toquinho, que o antendeu feliz e sorridente.
Abriu shows para artistas em ocaso. Levou Marieta, e por lá aprendeu italiano, ao menos.
Sua ausência do Brasil não refez a história e nem ajudou muito a apagar a história dos generais e coronéis dos porões da tortura...mas ao menos não foi conivente.
Não quero ser conivente com coisas que não aprovo. Não sou Chico Buarque, mas sou brasileiro.
Pago meus impostos e pago de novo, em dobro: saúde, escola, segurança, pedágios, tarifas telefônicas e outras tantas, que chego a ficar tonto, enquanto a banda vai passando.
Não quero ser conivente, mas não sei exatamente o que fazer. Então eu escrevo, oriento meu filho, converso com amigos e sigo em frente...pagando mais impostos.
GM
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