terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Joe Bonamassa, Paul McCartney e Tedeschi Trucks Band



1. Joe Bonamassa:

Quando Joe Bonamassa, ainda um infante de pouco mais de 12 anos, mas já familiarizado com o talento e a rotina musical de sua família, ouviu pela primeira vez Eric Clapton exaurindo sua velha Fender numa interpretação visceral de "John, The Revelator", pirou completamente.

Coitado do ainda moleque.

Clapton estava para a guitarra, naqueles idos de 1981, assim como Bach sempre esteve  para o cravo e para a craviola: um tudo, tão perfeito, que era um quase nada.

O jovem não se intimidou e seguiu em frente.  Ensaiava de 10 a 12 horas por dia e, literalmente, com sangue nos dedos, seguia em frente.

Hoje, como um baita músico de blues, tem espaço e luz própria...a ponto de poder tocar com Mr. Clapton no show do Albert Hall.  No mínimo, o máximo.

Tudo bem, Clapton is God, todos os muros de Londres sabem disso.  Mas Joe é massa.

Dele, recomendo "You and Me", disco de 2006.  Uma obra irmã, quase prima. 

Respire fundo antes da faixa "So Many Roads".  Não digam que eu não avisei.


2. Paul McCartney:

Quando Paul encontrou Diana Krall numa tarde chuvosa em L.A. (ambos exaustos após ensaios para o show beneficiente da Sony), algo de estranho ocorreu.

Faltou luz.

Rapidinho os geradores fizeram as luzes de emergência funcionarem, e alí, meio na penumbra, num repente, ele falou: "Precisamos gravar um disco !".

A idéia de gravar canções antigas, daquelas que o pai de Paul tocava ao piano, nas festas natalinas da distante e perdida Liverpool, era um projeto antigo.

Faltava um arranjador competente, com um pé forte no jazz e outro no pop: Diana Krall.

Faltava uma banda flexível, que suportasse o transtorno obssessivo compulsivo de Paul, em sua busca pela perfeição: a banda de Diana Krall.

Faltava um guitarrista de peso, que Paul respeitasse e ouvisse: Eric Clapton (uma das poucas criaturas na face da terra capazes de solicitar a Paul que feche a matraca, de vez em quando).

O projeto saiu.  Virou disco.  Se chama "Kisses on the Botton". Uma peça única de beleza e competência musical.

Recomendo.  Demais.


3. Quando Derek Trucks (da Derek Trucks Band) conheceu Susan Tedeschi, além de se apaixonar pela bela cantora, casar com ela tempos depois e ficar babando ao lado dela sempre, algo de mais interessante aconteceu.

Formaram a "Tedeschi Trucks Band".

Sim é verdade, uma banda de blues e jazz, com levada soul e pop contendo 11 integrantes, não é uma coisa muito comercial.

No mínimo, o custo operacional é alto.

Mas, quem disse que música, das boas, tem custo operacional ?

Não mesmo.  Portanto cabem todos eles: o sax, a bateria, o trombone, o pistão, o piano, a guitarra, o violão, o contrabaixo acústico, a percussão, o baixo elétrico e a harmônica.

Tudo junto e separado.

A voz de Derek, continua rouca como na época de sua banda.  Mas agora o destaque vocal é para a Susan, que além de linda...é linda !

Recomendo começar pela faixa "Come See About Me". 

Mas tenha cuidado, beba devagar...

GM



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço seu comentário, crítica e sugestões!