terça-feira, 18 de setembro de 2012

Machado de Assis ainda vive nas ruas do Centro velho


Joaquim Maria Machado de Assis.

Machado de Assis.

O bruxo.

O bruxo do Cosme Velho.

Gostava mesmo era de andar pelas ruas do Centro do Rio.  Preferidas eram a Gonçalves Dias, pela opção literária da Confeitaria Colombo e a  do Ouvidor.  Pelo trasfegar coletivo da população mulata.

Machado era um escritor sem palavras.  Suas estórias eram cheias de células, ao invés de letras.  Sua arte era urbana daquele tempo e faz sentido no urbano de hoje, em termos de contexto ideológico.

O perfeccionista do conto, chegou ao ápice literário em obras como "Dom Casmurro" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas".

Letras sensacionais e indispensáveis.

Hoje quando vou ao Rio, e tenho algum tempo, me deixo levar pelos ares do Centro.

De olhar atento aos malandros de plantão, vou respirando aquela atmosfera portuguesa, de casarios tristonhos, restaurantes pequeninos, trilhos de bondes em ruas onde já eles não passam mais e muita história.

As calçadas de pedras rosetas e lusas, apertadas, vão apontando a direção para cariocas, paulistas, sulistas e nordestinos de todas as nações.

Sempre que me acomodo num banquinho da Colombo, pergunto sempre ao mesmo garçon:

- Foi nesta mesa mesmo que Machado se sentou ?

E com ternura e pressa o homem de avental branco logo mente:

- Sim, todos sabem...este era o canto preferido de Machado de Assis...

Sorrio e agradeço a mentira gentil, me lembrando de que sempre sento em lugares diferentes, mas a resposta provável será sempre a mesma.

Na Colombo e em outras mesas velhas do Rio, Machado estaria sempre presente.

É nas escolas de hoje que sentimos sua falta.

Tristeza póstuma e perene.

GM


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