segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Pixinguinha, o bom e velho imortal, como Machado


Pixinguinha nos deixou, exatos 40 anos e 01 dia atrás.

Na já distante data de 17 de fevereiro de 1973, ele se foi para alegrar outras paragens com sua música genial.

Pixinguinha foi, e é, um músico erudito na forma e na expressão mais popular da palavra.  Seus arranjos eram, ao mesmo tempo, lindos e sofisticados.  Sua música era, e é, recoberta por uma aura de beleza e, ao mesmo tempo, de elaboração técnica.

Com o mesmo pijama listrado, sentava à mesa com chorões, bambas do samba, músicos eruditos, maestros e, também, com Louis Armstrong, um de seus mais devotos discípulos.

O velho Louis, um dos lobos do jazz, teria dito sobre "Carinhoso", obra eterna: "...como eu pude ter deixado de compor esta canção...".  Ou ainda: "...como um gênio do porte de Pixinguinha não pôde ter nascido em New Orleans...".

Esse monstro sagrado da música mundial, era perfeito na composição, no arranjo e na execução daquilo que escrevia.  Não dependia de músicos contratados ou de profissionais de aluguel, para expressar sua própria arte.

Não vou aqui citar nenhuma obra como referência.  Seria heresia !

Quem  quiser beber da música de Pixinguinha, que o faça por inteiro !  Carinhosamente, ou na base da jaca cortada, mesmo !

Hoje seria um dia festivo em qualquer país do mundo, reservado a homenagens, em qualquer lugar do planeta. 

Qualquer lugar decente homenagearia esta data e seu poeta-musical, ou ao menos a citaria.

Qualquer lugar menos aqui, no nosso Brasil-vergonha.

Só como exemplo, posso citar que Machado de Assis (um dos 20 maiores escritores do século XIX), morou em 12 ou 13 casas diferentes no Rio de Janeiro.  Tudo ali, entre a Gambôa e o Cosme Velho.

De todos esses endereços, todos conhecidos e divulgados, somente 01 foi preservado urbanisticamente e culturalmente.  Todos os demais estão abandonados, depredados e encortiçados.

Uma pena.  Uma vergonha.

Só de brincadeira, digitei hoje no Google a palavra "Pixinguinha" e, como resposta, obtive 104 verbetes sérios.  Fiz a mesma coisa com as palavras "Lady Gaga" e vieram mais de 600.000 massacrantes referências.

Não satisfeito, digitei a palavra "Joelma" seguida de "múisca" e o retorno foram mais de 12.000 sufocantes referências.

Isto é mesmo a cara do Brasil.

Um país sem cultura, que forma um cidadão sem escolhas.

Salve, Pixinguinha !

GM

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