sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sting, entre o rock e o jazz


 
Sting não é mais um pop star.

Acho que de fato, era isso que ele sempre quis.  Ser um músico qualquer.  Não anônimo, mas qualquer.  Se olharmos para a trajetória dele como músico, poderemos entender como foi improvável e difícil essa trajetória.

Deixar de ser pop e passar a ser mais um.

No começo, havia o The Police.  E uma proposta de se fazer um rock and roll diferente.  Um pé na Jamaica e outro em Londres.  Um braço no ska e outros no rock.  Na atmosfera pós-sex pistols de 1979 havia muito espaço para criação.  Diferente da revolução psicodélica de 1968 e do Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, o mundo pré-anos 80 era meio instrumental e meio tecnologia.

Uma tecnologia ainda remota, mas que já proporcionava algumas experiências para Talking Heads e Lou Reed.   E para David Bowie e Peter Gabriel, também.

Nesta época Sting era a voz e o contra-baixo do Police.  Não era nem a sombra do músico que é hoje.  Do músico que se tornou.

Escolhi falar de Sting hoje, pelo que escutamos ontem. 

Fritamos quilo e meio de filé de tilápia e nos aninhamos na mesa dos fundos.  Escolhi dois discos para ouvir.  Um era o “Trem Azul” da Elis.  Gravado ao vivo, com alguma qualidade técnica e uma exuberância vocal digna de uma das maiores cantoras do mundo.

Elis era uma estrela.

O outro era o “Nothing Like The Sun”, de 1987 que tem a música “Fragile” gravada em português e inglês, graças à Deus.

Um disco lindo que flutua entre um pop de muito bom gosto e um jazz arredondado e acessível.  Perfeito !

Clássicos como “We’ll be Together” e “They Dance Alone”, altamente politizado, foram imortalizados pela beleza do arranjo e escolha perfeita das harmonias.

Um trabalho de gênio !

O disco é o segundo da carreira solo do Sting e teve a participação de Andy Summers e Mark Knopfler.  Dois monstros da guitarra.

Valeu a noite.  Valeu o peixe.  Valeu ouvir de novo esse belíssimo trabalho de jazz-rock, que recomendo aqui aos amigos.
GM

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