Sting não é mais um pop star.
Acho que de fato, era isso que
ele sempre quis. Ser um músico
qualquer. Não anônimo, mas
qualquer. Se olharmos para a trajetória
dele como músico, poderemos entender como foi improvável e difícil essa
trajetória.
Deixar de ser pop e passar a ser
mais um.
No começo, havia o The
Police. E uma proposta de se fazer um
rock and roll diferente. Um pé na
Jamaica e outro em Londres. Um braço no
ska e outros no rock. Na atmosfera
pós-sex pistols de 1979 havia muito espaço para criação. Diferente da revolução psicodélica de 1968 e
do Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band, o mundo pré-anos 80 era meio
instrumental e meio tecnologia.
Uma tecnologia ainda remota, mas
que já proporcionava algumas experiências para Talking Heads e Lou Reed. E para David Bowie e Peter Gabriel, também.
Nesta época Sting era a voz e o
contra-baixo do Police. Não era nem a
sombra do músico que é hoje. Do músico
que se tornou.
Escolhi falar de Sting hoje, pelo
que escutamos ontem.
Fritamos quilo e meio de filé de
tilápia e nos aninhamos na mesa dos fundos.
Escolhi dois discos para ouvir.
Um era o “Trem Azul” da Elis.
Gravado ao vivo, com alguma qualidade técnica e uma exuberância vocal
digna de uma das maiores cantoras do mundo.
Elis era uma estrela.
O outro era o “Nothing Like The
Sun”, de 1987 que tem a música “Fragile” gravada em português e inglês, graças à
Deus.
Um disco lindo que flutua entre
um pop de muito bom gosto e um jazz arredondado e acessível. Perfeito !
Clássicos como “We’ll be Together”
e “They Dance Alone”, altamente politizado, foram imortalizados pela beleza do
arranjo e escolha perfeita das harmonias.
Um trabalho de gênio !
O disco é o segundo da carreira
solo do Sting e teve a participação de Andy Summers e Mark Knopfler. Dois monstros da guitarra.
Valeu a noite. Valeu o peixe. Valeu ouvir de novo esse belíssimo trabalho
de jazz-rock, que recomendo aqui aos amigos.
GM
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