quinta-feira, 6 de junho de 2013

Secos e Molhados, 40 anos depois


A década de 1970 foi fértil em termos de produção musical.

A marola psicodélica e esfumacenta dos anos 1960 tinha ficado para trás e a cena musical ganhava ares de profissionalização e massificação.

O fenômeno pop star foi inventado e, com ele, grandes shows, turnês gigantescas, muito barulho indigno e muita coisa boa, veio também.

Especialmente o ano de 1973 foi diferenciado em termos de bons discos lançados. Pink Floyd lançou o block buster "The Dark Side of The Moon", Edu Lobo lançou o sofisticado "Edu Lobo - Missa Breve", Paul McCartney (com os Wings) lançou o incrível "Band on the Run" e, só para encerrar esta parte de citações, Lynyrd Skyrnyd lançou o seu álbum, impronunciável.

E isto é apenas uma amostra preguiçosa do que foi o ano de 1973, em termos de produção musical. 

E lá se foram 40 anos !!

Foi neste contexto que surgiu aqui em Pindorama uma banda (se é que podemos chamá-los assim) diferenciada e com um disco extremamente criativo.  Nascia o "Secos e Molhados", via disco homônimo, com uma sonoridade linda, moderna e uma poesia impressa no DNA de seus integrantes.

Eram músicos interessados em fazer música e em reviver poesia.  Eram profissionais de muito talento e profundidade musical.

Ney Matogrosso, um monstro nos vocais.  João Ricardo com uma técnica apurada no  violão de 12 cordas e harmônica.  Gerson Conrad com uma simplicidade e uma economia precisa ao violão.  Marcelo Frias e sua bateria jazzística.

Além da base regular, o grupo contou com a contribuição de muita qualidade de feras como Sergio Rosadas (flauta), Zé Rodrix (piano e acordeão) e Willi Verdaguer (contrabaixo).

O resultado foi um disco único, cheio de estilo, com arranjos primorosos e que parecia estar 40 anos à frente de seu tempo.

Como se tivesse sido lançado em 2013, ou algo assim !

Recomendo.

GM


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