quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Putz Grila e a evolução da linguagem coloquial

Nosso português, a boa língua parida a partir do latim vulgar, veio nas sacas de viagem dos colonos romanos, pobres e esperançosos, que aportaram em portocalle, uma província romana, nos idos do século III a.C.

Dalí evoluiu para o dialeto românico galego-português, sendo oficializada como língua do novíssimo Condadus Portucalensis somente em 1290, por obra de D. Diniz.

De lá pra cá, muita coisa mudou "entre as traves do Maracanã", como diria João Saldanha, o João-Sem-Medo.

Cômico é comparar e descobrir que falamos hoje, cada  vez menos a língua portuguesa.  Engraçado também é medir e entender que até mesmo nossa linguagem coloquial mudou, e continua mudando.

Triste é saber que aqueles que abandonaram a língua mátria, conseguem se entender muito bem entre eles, apesar disso.

Eles formaram um grupo de alguns milhões de jovens brasileiros, que usam um dialeto todo particular, cifrado, rápido e associativo.

Isto significa que, muito em breve, uma ou duas décadas no máximo, será esta nova, rápida e cifrada linguagem, a veia oficial do português brasileiro. 

Nossa língua mãe será então, apenas uma referência romântica.

Não acredita ?  Veja o exemplo de algumas das frases mais coloquiais, ditas por nossa geração, 20 anos atrás !

Nossas gírias envelheceram.   Ninguém mais entende o coloquialismo de quem nasceu perto de 1968.

Um belo ano, por sinal !

Experimente falar a qualquer jovem que a nota dele na escola foi "chuchu beleza".  Ou que a roupa que ele está usando é muito  "maneira".

Ou, ainda, que a garota que ele está namorando é uma "mina muita brasa, mora" ?

Uma beleza !

Diga pra ele que você o considera um menino "cuca legal" e que na volta da escola você quer "levar um papo firme" como ele.

Insista.

Diga que você acha aquela atriz famosa da novela um "pitel", uma verdadeira "bilu tetéia".  Depois diga que o jogo de ontem foi "massa" e  que seu time é "federal", uma verdadeira "galera do bem".

Não desista !

Chame-o pra dar um "rolê" com você e o convide depois para ir numa festa de "arromba" na casa do "velho".

Não deixe de avisar que o "cascalho" anda curto e que por isso é necessário colocar as "barbas de molho", afinal, "rio que tem piranha, jacaré nada de costas".

Sim meu amigo.  Seus filhos não vão entender "bulhufas" do que você disser, pela simples razão de que, nos dias de hoje, a linguagem é autofágica.

Então, relaxe.  Tome umas "biritas".  Dê um "agito" na "patrôa", se aconchegue no sofá e assista o Repórter Esso, afinal, toda essa estória de linguagem não é nada "cool".

"Putz Grila" !

GM





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