
Assistimos ao filme "O Garoto de Liverpool" (tradução confusa para o original "Nowhere Boy"), dirigido pelas mãos obscuras e competentes de Sam Taylor-Wood.
Esta cinebiografia de Lennon, na verdade, deixou muito a desejar.
O elenco, à exceção de Kristin Scott Thomas, é pálido demais para a complexidade do tema.
O fita é de 2009, mas só agora consegui uma cópia decente.
Assistimos com uma ansiedade natural de quem admira a música de Lennon e de Lennon-McCartney, mas nos decepcionamos muito.
A estória é muito contida e reflete apenas alguns fragmentos da mocidade de Lennon: uma infância perdida e costurada por crises familiares, perdas, egoísmo, narcisismo e muito talento.
Um cenário ideal para a fermentação de toda a genialidade musical e poética que depois ele entregou ao mundo.
Destaco dois momentos do filme:
- Após uns poucos minutos de aulas de banjo, dadas por sua mãe Julia, Lennon passa horas tentando aprender sozinho a dominar o instrumento, e no final do dia, com os dedos bem doloridos, executa o instrumento como se o conhecesse a anos.
- O encontro dele com Paul, quando foram formalmente apresentados e, a partir dali, toda a cumplicidade e parceria que se formou entre eles. Parecia que um sabia o que o outro estava pensando. Eram como irmãos.
A trilha é muito boa, com trechos de músicas pré-Beatles e arranjos juvenis bem relax.
O filme é fraco. Na verdade, muito fraco. Mas para quem se alimenta de Beatles e de todo o seu legado, recomendo, afinal, já assistimos coisas bem piores que isso !
GM