segunda-feira, 30 de abril de 2012

Aos editores da revista Placar: Pelé não teve importância para o futebol


O homem de Três Corações teve e tem importância para o esporte mundial.

Ainda no início dos anos 80, mas precisamente 1981, quando o jornal francês L'Equipe o elegeu o atleta do século XX, um jornalista inglês do qual o nome felizmente não me recordo, teria proferido a seguinte fábula: "...Pelé é um orgulho para a sua raça...".

Que pouca profundidade intelectual teria esta sombria frase ?

Pelé seria então, um orgulho para a raça negra ?  Para os afo-descendentes ?  Ou para os brasileiros ?

Frase rasa e pouco inteligente, mascara um sentimento pequeno de grande preconceito e raiva.  Nações antes acostumadas a dominar o mundo e a serem referência em tudo, até no esporte, se curvaram ante a presença simples de um rei mineiro. 

O imbecil dono da frase seria filhote de uma dessas nações, certamente.

Pelé é um orugulho para a sua raça, sim, a raça humana !

Agora, 31 anos depois, surgem os estatísticos de plantão.  Agora, a moda é comparar o jovem Messi ao velho rei.  Novamente, falta do que fazer ou do que escrever.

Pelé foi rei já aos 17 anos de idade.  E não foi como um coadjuvante na copa de 58, fazendo um papel secundário ou dando um totozinho numa bola sobrada na grande área, assim, de trivela.

Não foi para sair na foto do time campeão, como um dos 11.

Na verdade, os 11 foram 1.  Ou 10 !  Em 1958, aos 17 anos, o jovem batia no peito e dizia:"...dá pra mim que eu resolvo...".

E resolveu.

E se é para falar em estatística, recorro a wikipédia e passo aqui alguns números deste rei simplório:

- Jogos


1367 (1312 oficiais)

- Gols

1282 (794 oficiais)

- Média de gols por jogo

0.93 (0.60 em jogos oficiais)

- Jogos pela Seleção Brasileira

115 (92 oficiais)

- Gols pela Seleção Brasileira

95 (77 oficiais)

- Recorde de gols numa partida

8 (Santos 11–0 Botafogo de Ribeirão Preto, 21 de novembro de 1964)

- Melhor média num ano

1961 – 111 gols em 75 jogos (1,48 gol/jogo)

- Outros Recordes:

60 títulos no total;

Por três vezes ultrapassou a marca de 100 gols numa única temporada;

Mais jovem artilheiro Campeonato Paulista: 1957 – 17 anos;

Mais jovem campeão mundial: 1958 – 17 anos;

Mais jovem bicampeão mundial: 1962 – 21 anos;

Único Jogador tricampeão mundial: 1958, 1962 e 1970;

Único jogador a marcar gols em 4 Copas do Mundo: 1958(6 gols), 1962(1 gol), 1966 (1 gol) e 1970(4 gols);

Maior artilheiro num só Campeonato Paulista: 1958 – 58 gols;

Maior número de temporadas como artilheiro do Campeonato Paulista: 11 – 1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968 e 1973;

Jogador com mais gols na História do Torneio Rio-São Paulo: 49 gols;

Maior artilheiro em uma única temporada: 1959 – 126 gols;

Maior artilheiro da história da Seleção Brasileira: 95 gols;

Maior artilheiro da história do futebol profissional: 1282 gols.

Não tenho nada contra o Messi e nem contra a revista Placar.  Mas sou brasileiro, leio, gosto de futebol e de pão de queijo.

Às vezes também tomo uma cachaça, mineira, preferencialmente.

Uma vez Juca Kfouri teria dito que Pelé precisava ser retirado, excluído, de todas as estatísticas do futebol, pois, não seria justo para com os outros atletas, ter uma referência tão divina, no topo da lista.

Era como mirar o sol ao meio-dia.  Concordo.

Pelé não é dado estatístico, é história.  Pelé não é notícia, é inspiração.  Pelé não é o rei do futebol, é o rei do esporte.

E finalmente, para a Placar e para o triste jornalista, que por falta de letras ou de ter o que fazer, ousou comparar o incomparável, eu diria:

Pelé não é Messi, é Pelé.

Saudades do Juca na Placar !

GM



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