sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Hank Willians, música longa e vida breve


A também fascinante história da música popular, apresenta em seu contexto, diversos ícones rolantes que estiveram presentes na sua formação, estruturação e disseminação.

Poderia agora estar, com muito orgulho, falando do samba brasileiro ou da bossa mestiça.  Mas neste momento prefiro alinhar algumas palavras sobre o pop mesmo.

O pop tem sua origens no rock.  Talvez no lendário "Álbum Branco" dos Beatles.  Talvez no "Pet Sounds" dos Beach Boys. Tudo isto, óbviamente, muito antes dos grandes movimentos estruturadores e massivos de Michael Jackson e Madonna.

E se o pop veio do velho rock, também tem, então, origens nas mesmas bases do velhinho de 03 acordes: o blues (e mais tarde o R&B), o country e o gospel.

Já conversamos aqui sobre como uma orgia criativa entre esses 03 gêneros musicais deu origem ao rock. Um filhote nada rebelde e até bem conservador.  Mas agora gostaria de falar mais sobre aqueles que, na minha visão, mais contribuíram artisticamente para isto.

A idéia é falar das pessoas.

Acredito que 03 merecem destaque especial: Mahalia Jackson, quando o assunto for Spirituals & Gospel.  Robert Johnson, se formos falar de blues.  E, Hank Willians, no campo do country, de verdade.

Nascido Hiram King Willians, num pequeno condado do Alabama, Hank Willians, seria reconhecido em sua trajetória artística como um cantor de voz pequena, anasalada, muito afinada, dono de harmonias inovadoras para a época e autor de músicas tristes, autorais e narradas na 1ª pessoa.

Nada muito diferente dos demais country man da 1ª metade dos anos de 1940.  A diferença era outra.

Hank Willians ousou cair na estrada, encontrar outros bambas, como Rufus Payne, por exemplo, que lhe ensinou mais que o básico da guitarra e seguir em frente.

Numa época de imensas restrições logísticas, o visionário Hank fazia shows em 20 estados, com o pé-na-estrada, divulgando sua música e criando sua lenda.

De 1947 a 1952 foi o mais conhecido e importante artista do country, e sem preconceitos, se alinhava com vozes de todas as cores, num processo de construção de uma música que nem ele, e nem ninguém, saberia aonde iria dar.

E deu.

Tristemente, como numa desgraça anunciada, se envolveu com álcool e anfetaminas.  Perdeu shows, oportunidades e os contratos com as gravadoras Sterling e MGM.

Em 1953 morreu em decorrência de um acidente de carro fatal.  Um fatalidade idiota que poderia ter sido impedida.

Foi-se o corpo, ficou a obra. 

Obra de um dos maiores contribuidores para a formação da música que hoje, 60 anos depois, ouvimos nas boas rádios do ramo.

Que fiquem no ar por mais algum tempo.

GM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradeço seu comentário, crítica e sugestões!