quinta-feira, 21 de julho de 2011

Aquele filme que marcou a sua vida

Dizem que um bom filme é como um parente próximo.

Mais que amigo, é algo em que você deposita boa parte de suas emoções, sem medo de se deixar levar.

É como se o filme, no momento em que você o assiste, fosse uma forma de aconchego, de acalanto e de terapia consciente.

O filme vem, passa, te emociona pacas e você deixa, relaxa, sorri, chora, faz qualquer coisa sem medo de repreensão e sem vergonha do sentimento que deixou extravasar.

Melhor ainda se for no escurinho do cinema.

Não sei se minha memória está muito acesa agora, mas me parece que os primeiros filmes que assisti no cinema foram (não necessariamente em ordem):

- O Vôo do Dragão, com Bruce Lee, em 1978 (acho...);
- Marcelino Pão e Vinho, do mesmo ano;
- Grease, com Travolta e a gostosa Newton-John, em 1979 (talvez...).

Uma lembrança muito clara é a de meu irmão me instruindo de como deveria me comportar no cinema (o finado e saudoso Cine São Gerônimo, de Mesquita, carinhosamente chamado de "poeirinha"):

- Gil, se a patota gritar você grita também !!!

E não foi diferente. A cada aparição de Bruce Lee na tela era uma gritaria de quase 5 minutos.

Consequente e lógico, é pensar que Bruce seria um dos ídolos de minha adolescência, e de fato foi.

Mas longe das fitas de luta e karatê, o filme que me marcou e que até hoje me emociona, foi outro, bem diferente das fitas de Bruce Lee.

Já estava bem crescido quando assisti Amadeus, de 1984 com Tom Hulce e direção de Milos Forman.

Um filme inacreditável.

A cena de abertura é a mais inesquecível da cinematografia mundial, na minha modesta opinião: muita neve em Viena. Um frio de doer os ossos. Corte rápido e aparecem vários cavalos correndo muito e transportando uma carga valiosa. Ao fundo se ouve uma trilha musical que deixaria qualquer um sem fôlego...

Quando eu ouvi aquela trilha fiquei completamente perplexo, louco, pirei de vez e decidi que um dia seria músico e outro dia seria um cineasta.

Era a Sinfonia nº 25, em Sol Menor, do próprio Wolfgang Amadeus Mozart. Espetacular ! Linda ! Sombria !

Nunca tinha ouvido nada igual !

Obviamente não me tornei músico. Não sei viver de música, apenas viver para a música.

Também não sou cineasta, mas para compensar, me tornei viciado e dependente físico de cinema.

E desses males não quero me tratar.

Jamais!

GM

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