quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Rock não nasceu de uma iniciativa isolada

O rock não nasceu de uma iniciativa isolada.

Na verdade nenhum gênero musical nasceu de nenhuma iniciativa isolada. Muito pelo contrário !

Impossível imaginar um músico solitário, na nudez de um quarto de hotel, tentando combinar uma sequência de 03 acordes maiores, de forma a dar ritmo, harmonia e emoção ao achado.

Essa imagem por si já seria cômica, mas acrescente aí que esta cena isolada seria o embrião da formação de um movimento musical e comportamental que ajudaria a reescrever a história do mundo.

Muito difícil.

O rock é filho de um parto coletivo.

Seus pais foram o blues, o country, o gospel e o skiff.

Todos esses, juntos, numa orgia selvagem, promoveram bacanais criativos nas mentes musicais de jovens, em diferentes locais dos Estados Unidos, que deram como resultado uma prole raivosa e bela.

Verdadeiro grito de mudança de atitude pra uma juventude que estava meio sufocada.

Não foi Hank Willians sozinho, nem Bill Halley foi o pioneiro.

Chuck Berry, Elvis Presley e Little Richards vieram depois, bem depois.

O rock foi em minha opinião o ponto culminante de um virada comportamental operada pelos jovens e pela indústria da música.

A molecada estava opressoramente sufocada há décadas. Precisavam se expressar desesperadamente.

A indústria estava sem renovação há décadas. Precisava faturar, também desesperadamente.

O rock veio permear tudo isso. E completou bem este cenário, tanto que superou a isto e seguiu firme, se atualizando e renascendo como fênix.

Hoje o rock é uma nação capitalista, neoliberal e um pouco preconceituosa.

Tem muita qualidade ainda, mas o excesso de glamour vazio comprometeu um pouco a metade cheia do copo.

Ainda bem.

GM

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