O rock não nasceu de uma iniciativa isolada.
Na verdade nenhum gênero musical nasceu de nenhuma iniciativa isolada. Muito pelo contrário !
Impossível imaginar um músico solitário, na nudez de um quarto de hotel, tentando combinar uma sequência de 03 acordes maiores, de forma a dar ritmo, harmonia e emoção ao achado.
Essa imagem por si já seria cômica, mas acrescente aí que esta cena isolada seria o embrião da formação de um movimento musical e comportamental que ajudaria a reescrever a história do mundo.
Muito difícil.
O rock é filho de um parto coletivo.
Seus pais foram o blues, o country, o gospel e o skiff.
Todos esses, juntos, numa orgia selvagem, promoveram bacanais criativos nas mentes musicais de jovens, em diferentes locais dos Estados Unidos, que deram como resultado uma prole raivosa e bela.
Verdadeiro grito de mudança de atitude pra uma juventude que estava meio sufocada.
Não foi Hank Willians sozinho, nem Bill Halley foi o pioneiro.
Chuck Berry, Elvis Presley e Little Richards vieram depois, bem depois.
O rock foi em minha opinião o ponto culminante de um virada comportamental operada pelos jovens e pela indústria da música.
A molecada estava opressoramente sufocada há décadas. Precisavam se expressar desesperadamente.
A indústria estava sem renovação há décadas. Precisava faturar, também desesperadamente.
O rock veio permear tudo isso. E completou bem este cenário, tanto que superou a isto e seguiu firme, se atualizando e renascendo como fênix.
Hoje o rock é uma nação capitalista, neoliberal e um pouco preconceituosa.
Tem muita qualidade ainda, mas o excesso de glamour vazio comprometeu um pouco a metade cheia do copo.
Ainda bem.
GM
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradeço seu comentário, crítica e sugestões!