quinta-feira, 4 de agosto de 2011

E por falar em boa música...






Ontem escutei, à noite, o disco "Antologia Poética" de Vinícius.


O disco estava guardado comigo desde que o ganhei, como presente de fim-de-ano, dado pelo tio Arlindo, bom carioca e bom português, uns três anos atrás.


Belíssimo disco por sinal.


Retirei-o com cuidado da capa e do plástico que o protegia.


Limpei carinhosamente alguma poeira teimosa e passei uma generosa camada de álcool isopropílico, secando em seguida com uma flanela virgem, toda a superfície do vinil.


Estava um frio dolorido. O termômetro da cozinha marcava 9°C !


Peguei uma garrafa de Latitude 33 malbec na adeguinha e um copo d'água grande e crsitalina.


Antes de subir convidei minha mulher para me fazer compania, mas sua atenção estava na tela redutora da TV. Reduzindo sua própria mente em capítulos de senhoras do destino/laços de família/páginas da vida, ou seja lá qual for o folhetim da vez.


Subi e sozinho me enrolei num gostoso edredom, que logo se ocupou de esquentar tudo a sua volta.


Tão logo espetei a agulha no disco começo a ouvir a voz meio cavernosa de Vinícius, recitando o "Soneto da Separação".


Uma poesia linda que se equilibra em 02 quartetos e 02 tercetos perfeitos. São os 14 versos mais emblemáticos da poesia brasileira.


Entra Toquinho com um cantarolar macio, falando de uma casa muito engraçada, sem teto e sem nada.


Mais a frente outra poesia, "Do amor e do vento". Outra lira linda que o poeta nos legou.


Disco lindo. Imperdível. Necessário.


Esvaziei a garrafa inteira, lembrando de quantas vezes ouvi críticas à Vinícius e sua obra, tanto poética como musical.


Já li de como sua poesia foi classificada como pequena e ele mesmo, um poeta menor, quando ladeado a Drummond e Bandeira.


Já ouvi de como sua música poderia ser dita como ingênua e simples, cantando coisas como o amor, a flor e as mulheres.


Ouvi e li essas coisas ditas e escritas por críticos rápidos, mas que hoje, me soam mais como elogios a pureza, leveza e beleza da obra de Vinícius de Moraes.


Dito nas palavras de seus parceiros, e cantado na voz de Miucha: "...poeta, poetinha camarada...". Assim era Marcus Vinícius da Cruz de Melo Moraes.


Seu nome está na história.


Eu não me lembro do nome de nenhum daqueles críticos que se enfileiravam nas colunas dominicais do JB.


Melhor assim.


GM




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