terça-feira, 21 de junho de 2011
Leila Diniz e a histórica entrevista ao Pasquim
“O Pasquim é um orgasmo instantâneo.”
Era assim que Paulo Francis, um de seus editores, classificava uma das vozes mais importantes no combate ideológico à ditadura militar, que existia em nosso país nos anos 60 e 70.
Uma resenha cultural. Um caldeirão de ideias. Um refúgio para intelectuais de esquerda. Um palco mal iluminado que deu voz e vez a nomes que iam de Chico Buarque a Henfil, passando por Paulo Mendes Campos e, a deliciosa, Leila Diniz.
Tive o prazer de ler dezenas de originais, comprados e guardados por meu tio Arlindo, que muito ajudaram a formar as ideias que hoje atazanam meus neurônios.
O Pasquim era a voz da república das bananas e o algoz dos generais de pijamas.
Lembro aqui de uma das entrevistas mais marcantes e esperadas, publicada no Pasquim. Leila Diniz, no auge de sua sensualidade e competência artística, foi entrevistada por Jaguar, Sérgio Cabral e Tarso de Castro em dezembro de 1969.
Os três jornalistas babavam. Davam olhadas disfarçadas para o corpo daquele monumento de mulher. Faziam uma ou outra insinuação e beliscavam perguntas inteligentes e divertidas.
Falou-se de tudo: sexo, cinema, TV, política, música e comportamento.
Sempre com um tom apimentado, bem característico do Pasquim, a entrevista foi um dos marcos do novo movimento jornalístico que varria o país e que encontrava refúgio em títulos como o JB, Última Hora e Folha de SP.
O Pasquim, há tempos, parou de circular. Faltou dinheiro, estrutura e ânimo físico para continuar.
A censura e a repressão eram fortes demais naquela época.
Sim, é verdade. O Pasquim faz falta.
Mas Leila Diniz, com "tudo aquilo", faz mais falta ainda !
GM
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