segunda-feira, 6 de maio de 2013
Aquilo que não é funk
Nada tenho, como ouvinte e defensor da música, contra o funk, enquanto gênero pop. Pelo contrário, ouço, sempre que posso, e divulgo junto aos amigos que frequentam nossas rodas de conversa fiada e boa música.
Lá em casa se ouve funk, sim e isto é bem verdade !
Ouvimos Banda Black Rio, sobretudo o disco "Maria Fumaça". Ouvimos James Brown, principalmente a fase pré-cadeia. Ouvimos Afrika Bambaataa, principalmente o disco "Planet Rock". Ouvimos SugarHill Gang e a sua indispensável "Rappers Delight". Ouvimos demais "Earth, Wind and Fire" e "Kool and the Gang".
Ouvimos funk.
Curtimos funk. Compartilhamos funk. Sou geração oitentista e tive o privilégio de vivenciar e acompanhar a popularização do funk. Primeiro pelas mãos de Aretha Franklin, em parte, e "Funkadelic" em outra parte. Depois pela presença do "Sly and the Family Stone" e do "Soul Sonic Force", já com uma levada mais eletrônica, mais ainda muito funk.
Ouvir funk é uma experiência !
Vocais gospel no limite. Metais vibrantes. Contrabaixos com linha jazzística. Arranjos enlouquecedores e dançantes. Quem duvidar desafio a ouvir 10 segundos de qualquer hit do "Chic" ou da "Chaka Kahn" e tentar ficar parado, estático.
Vai ser difícil...
O funk ainda bebeu da boa água de gente como Steve Wonder, Ray Charles e Jorge Ben (hoje, Benjor).
Sandra Sá (hoje De Sá), também contribuiu e cedeu sua potente voz ao funk em terras brasilis.
Em casa ouvimos funk o dia inteiro e ficamos em êxtase, querendo mais. Este é o funk que inspirou Michael Jackson e Commodors. Este é o "real funk, the real thing".
O que invade nossos ouvidos pelos auto-falantes vizinhos, pelas FM´s comerciais e pela TV imbecilizada não é funk. É outra coisa, não sei o que é, mas não é funk.
É um barulho simplista, repetitivo, erotizado, sem letra e sem propósito musical. Pra dizer pouco !
Posso falar com autoridade neste assunto, pois, da mesma forma que ouvi, vi e testemunhei o funk verdadeiro, também vi nascer esse funk brasileiro (ou carioca) de hoje, nos bailes da baixada e nas noites da "massa", aonde este gênero tomou forma, vindo das festas juninas de rua e dos festivais de baloeiros das comunidades.
Já naquela época não gostava e não ouvia. Hoje confirmo e reafirmo que aquilo de ontem e isso de hoje, não é funk.
E talvez nunca se torne.
GM
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Excelente seus comentários! Precisa divulger seu blog! muito Bom! boa semana
ResponderExcluir