terça-feira, 30 de junho de 2009

As boas pérolas do Chile

Quando comecei a beber vinho tinto, substituindo a cervejinha gelada cotidiana e sua consequente barriguinha, não entendia bulhufas do assunto. Era como um pato fora d'água. Necas.
Hoje, passados alguns anos de devoção diária a Baco e Dionísio, depois de ler bastante sobre o assunto e assistir a vários documentários, depois de conversar com enólogos e sommeliers, posso dizer, com certeza, que não entendo nada do assunto. Sou como um pato fora d'água. Necas.
Aprendi sozinho que um bom tinto é um bom tinto e pronto. E que tudo o que você precisa saber é:
1. O preço cabe no seu bolso ?
2. O paladar lhe apetece ?
Dito isto o resto é firula. Sabe aquele cara no restaurante, na mesa ao lado, que balança a taça antes de provar a bebida ? Sabe aquela pequena degustação que você também faz antes de autorizar servir o nobre rubro ? E aquela famosa cheiradinha na rolha, então ?
Pois é...tudo balela. A não ser que você seja profissional do ramo, o resto é glamour.
A mexidinha na taça ? É para liberar os ésteris e acentuar o bouquet...e o que raio são os ésteris ? E o bouquet, então ? Humm...suspeito, muito suspeito.
Tem até o cara que vê o contraste da cor da taça, já com vinho, contra o guardanapo branco da mesa do restaurante ! É para checar a viscosidade, diria um expert de plantão. Ahã...sei, viscosidade...pois é.
Eu bebo tintos todos os dias há 06 anos, e posso dizer o seguinte:
- Prefiro os chilenos aos franceses;
- Não pago muito mais que vinte paus a garrafa;
- Compro em supermercados;
- Um malbec ou um merlot são meus preferidos.
Ponto final.
E quanto a harmonização ? Pois é, se alguém descobrir a fórmula de harmonizar relacionamentos, amizades, família e trabalho me avise. Enquanto este dia não chega, eu vou lendo o rótulo traseiro (back label) das garrafas e me informando sem cerimônia nenhuma, o quê combina com o quê.
Por exemplo:
Comprei hoje, num supermercado, dois tintos chilenos muito honestos, ambos na faixa de R$ 17,00 (preço promocional). Um é meu velho companheiro Santa Helena Cabernet Sauvignon 2008 e o outro, um novato aqui em casa, um simpático Gato Negro Merlot 2007.
Gastei 32 pilas nestas duas beldades, que serão deliciosamente sorvidas neste próximo fim-de-semana.
A harmonização recomendada na garrafa era: "...consumir preferencialmente com carnes vermelhas, assados e pratos bem condimentados; além de bons queijos com personalidade..." (seja lá o que isso quer dizer !).
Viram só ? Um curso rápido de harmonização. Sem sequer precisar levantar o nariz.
A garrafa fez menção ainda aos taninos do vinho, que eram suaves e arredondados. O redator técnico do rótulo esqueceu-se do fundamental: um bom tinto pede uma boa companhia.
Já os taninos...
Gente, é facinho, facinho viver !

Vamos em frente !

GM

Um comentário:

  1. assim você arrebenta com nóis mano, volta pra cerveja vai?
    Edu

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